O que as pesquisas feitas por você no Google dizem sobre sua saúde?
Levantamento cruzou os dados de pessoas que procuraram por informações sobre doenças com suas fichas médicas
Por Claudio Yuge
22/02/2019, às 13:42

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Quem nunca se “consultou” com o “Dr. Google”, que jogue a primeira pedra. A própria companhia atualizou o buscador para trazer orientações feitas por profissionais para os problemas mais comuns, devido à grande quantidade de pessoas que buscam por informações quando sentem algum incômodo.
Estudo pode ajudar a prevenir quadros iniciais ou futuramente até identificar inícios de epidemias
Tudo bem que o ideal é mesmo visitar os especialistas, mas nem sempre isso é possível. E será que o que pesquisamos e os resultados das buscas realmente nos ajudam a compreender o que está acontecendo com nosso corpo e mente? Um estudo realizado pela Universidade da Pensilvânia esclarece alguns pontos interessantes a respeito disso.
O levantamento entrevistou 700 pacientes que visitaram uma sala de emergência. Aproximadamente 330 pessoas desse grupo disseram ter uma conta Google e 119 concordaram em compartilhar seus históricos de busca e seus dados médicos. Os pouco mais de 100 com todas as condições para fornecer dados importantes mostraram que das quase 600 mil buscas em suas contas, quase 38 mil, ou 6%, foram relacionadas à saúde.
Uma semana antes da visita ao médico, esse percentual aumentou para 15% uma semana antes dos usuários se consultarem pessoalmente com um profissional e nesse tempo 56% procuraram por sintomas, 53% encontraram dados sobre hospitais e 23% já visualizaram dados sobre tratamento e controle de doenças. E 53% dos participantes encontraram conteúdo diretamente relacionado às principais causas de suas condições.
O que isso quer dizer?
A conclusão da pesquisa é que “a mudança no volume e no conteúdo da atividade de pesquisa antes de uma visita ao departamento de emergência sugere oportunidades para antecipar e melhorar a utilização dos serviços de saúde antes das visitas de emergência”.
Ou seja, esse tipo de análise conjunta entre o histórico de busca e a ficha médica podem prevenir o avanço de quadros iniciais e até mesmo epidemias antes mesmo que elas aconteçam. Obviamente que isso envolve níveis de privacidade e muitas das postagens em redes sociais não representam a realidade com precisão.
O estudo foi publicado repositório científico BMJ Open e deve servir como base para outras pesquisas no futuro.