Netflix revela dados raros de audiência e comemora conteúdos originais

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Netflix não costuma mostrar os números e por muito tempo ela apenas divulgou sua base de assinantes. Agora, a companhia vem mudando a divulgação dessas informações e não somente atualizou a quantidade de usuários mensais, que chegou a 139 milhões, como também revelou os dados de hits recentes, a exemplo de  “Bird Box”, “You” e “Sex Education”.

“Bird Box” foi visto por 80 milhões de pessoas; “You” e “Sex Education” alcançaram 40 milhões cada

A começar pelo longa liderado por Sandra Bullock, que traz um cenário assustador em que pessoas são obrigadas a usar vendas nos olhos para não vislumbrar algo como criaturas capazes de enlouquecer pessoas. Independente das críticas quanto ao final da história, que desagradou a muitos, “Bird Box” conquistou 35 milhões de espectadores nas quatro primeiras semanas após o seu lançamento, às vesperas do Natal.

No total, foram 80 milhões — para o serviço de streaming, se você viu mais de 70% de uma atração, já entra nessa listagem, que leva em consideração a conta e não cada acesso. Ou seja, os espertinhos que dividem senhas não estão em nenhum dos cálculos apresentados pela empresa, portanto, isso explica por que esses números não são mais altos.

netflixO filme "Bird Box", que teve grande audiência mas dividiu bastante a opinião do público. Fonte: Netflix

As séries “You”, um thriller com ares de Gossip Girl; e a elogiada “Sex Education”, um divertido “dramédia” colegial em ares britânicos com Gillian Anderson e Asa Butterfield, também fizeram muito sucesso, com público de 40 milhões nas quatro primeiras semanas de  veiculação. Vale lembrar que aqui também vale a “regra dos 70%” — se você viu isso em um só capítulo, entra na contagem — e que, mesmo sendo lançadas há menos tempo, as avaliações são feitas sobre as quatro semanas iniciais de cada atração.

O que isso significa? Bem, pode apostar que o sucesso dessas investidas deve derivar várias outras produções com temas e abordagens semelhantes daqui para frente.

Atrações que não vêm dos EUA ganham destaque

A Netflix também fez questão de destacar a diversidade dos países de onde vêm os filmes e séries que não são oriundas dos Estados Unidos, a exemplo de Elite, da Espanha, que chegou a 20 milhões de lares em suas quatro primeiras semanas. “Bodyguard” (Reino Unido), “The Protector” (Turquia) e a “Baby” (Itália) foram vistos por mais de 10 milhões.

Embora sejam consideradas produções menores, essas atrações mostram que o que antes era considerado “conteúdo de nicho” vêm se tornando gigante em plataformas de streaming. Os doramas coreanos, por exemplo, têm uma base considerável de fãs e, para ter uma ideia, esse material rivaliza com a audiência de um dos mais populares shows da TV estadunidense em 2018 — o reboot de “Roseanne”, da CBS, que contabiliza 13,5 milhões de telespectadores por episódio.

Netflix diz que tem mais medo do Fortnite e do YouTube do que de outros concorrentes

Entre os números apresentados aos investidores nesta quinta-feira (17) também estão os da audiência do chamado “tempo de tela”, que é basicamente o quanto ela retém de pessoas assistindo seu conteúdo. A companhia afirma que representa 10% do “tempo de tela” da TV nos Estados Unidos.

Ela diz que transmite 100 milhões de horas por dia em TVs em solo ianque e calcula que os aparelhos — que incluem mais de uma unidade por residência, além dos que existem em bares, hotéis e outros estabelecimentos comerciais — acumulam bilhões de horas diariamente. Os dispositivos móveis representam uma fatia bem menor.

netflix"You", que também prendeu a atenção dos assinantes da Netflix em suas primeiras quatro semanas. Fonte: Netflix

Embora essa métrica seja um pouco questionável, a mensagem da companhia aqui é que há mercado para crescer e para dividir, especialmente com a ascensão do Amazon Prime e da HBO Go e com a chegada do DC Universe, Disney+ e, possivelmente, do serviço de streaming da Apple. Para a plataforma, o game Fortnite e o YouTube representam mais “ameaças” do que essas outras concorrentes.

“Competimos (e perdemos) com o Fortnite, mais do que com a HBO. Quando o YouTube caiu globalmente por alguns minutos em outubro, nossa visualização e nossas assinaturas aumentaram durante esse período.”

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