Supermáquinas: "Mining Trucks", os caminhões mais antológicos de todos os tempos

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Em 1998, a empresa americana Caterpillar Inc. deu início à produção da série de caminhões 797. Os monstros de seis rodas foram sucesso imediato no setor de mineração e em aplicações pesadas de construção civil. A fórmula do sucesso? Maquinário robusto e tecnologia de ponta.

Hoje, o último modelo da série (Caterpillar 797F) é o caminhão com a maior capacidade de carga do mundo (363 toneladas – suficiente para aguentar o peso de um Boeing 747 lotado) e impressiona pela dimensão, facilidade de operação e segurança.

Maravilha da mecânica

Tudo começa com um motor extremamente poderoso, de 4 mil cavalos. Para se ter noção, o caminhão rodoviário mais potente do mundo tem apenas 700 cavalos, enquanto os carros de Fórmula 1 não ultrapassam a marca de mil CV de potência. Completando a mecânica, existem 20 cilindros e um tanque de 4.500 litros.

O todopoderoso Caterpillar 797F. (Fonte da imagem: ArchiThings)

Esse vigor é necessário para colocar para funcionar uma máquina de cerca de 600 toneladas que, quando carregada, chega a mais de mil toneladas. À primeira vista, o que mais chama a atenção nesse gigante de quase 8 metros de cima a baixo são as imensas rodas, com 4 metros de altura.

Confeccionados exclusivamente pela famosa Michelin, os pneus custam a módica quantia de US$ 42.500 cada um — dinheiro suficiente para se comprar, em solo americano, um Chevrolet Camaro conversível top de linha novinho (ou seja, só os seis pneus equivalem a seis automóveis).

Conforto nas alturas

Para acessar a cabine, que fica a cerca de sete metros do chão, o motorista precisa usar uma escada de ferro que equivale à distância de um andar e meio. Dentro do cockpit, no entanto, é tudo bastante confortável, com direito a ar condicionado, amplo espaço interno e câmbio automático.

A experiência de dirigir imita, potencialmente, o sistema de carros luxuosos que têm menos de 1% da massa do Caterpillar C797F. Como isso é possível? Através de uma impressionante tecnologia hidráulica e de freios, que também conta com motores individuais para tração em cada roda. Graças a isso, o colosso da engenharia mecânica fica bem mansinho.

Antes de dirigir um desses, os operadores passam por um treinamento de 20 horas em um simulador, de maneira semelhante ao que acontece com pilotos de avião. Para garantir a segurança no dia a dia, todas as rotas são filmadas e acompanhadas por outros funcionários em uma sala de controle.

Se, por ventura, algum dos caminhões colidir ou tombar, a cabine funciona como um aquário protetor, à prova de fogo e com vidros que resistem a impactos. Devido ao seu peso e altura, um 797F não poderia circular por ruas convencionais — as consequências seriam trágicas.

Assassino motorizado

Olha o que o monstro foi capaz de fazer com uma pick-up convencional no vídeo acima. Não sobrou nada! Se o clássico filme “Um dia de Fúria” tivesse uma continuação, o personagem de Michael Douglas já saberia quem poderia ajudá-lo a descontar a raiva.

Como falamos, somente o preço de um pneu do 797F é assombroso.  Quem quiser investir em um veículo completo tem que desembolsar US$ 5 milhões, ou cerca de R$ 8 milhões — quantia equivalente a uma frota de mais de 300 carros populares.

Contudo, o valor não é tão grande para o segmento de mineração. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as indústrias de mineração e transformação mineral movimentam mais de R$ 150 bilhões anualmente no Brasil.

O titã adormecido

Antes do lançamento da linha Caterpillar 797, o título de maior caminhão do mundo pertenceu ao modelo Terex 33-19, gentilmente chamado de “Titan”. Construído em 1973, esse monstro esteve em operação durante 13 anos e permaneceu — mesmo desativado — no topo como o mais amplo veículo automóvel destinado ao transporte de cargas pesadas até 1998.

Hoje, o Terex 33-19 repousa na cidade de Sparwood BC, no Canadá, apenas como atração turística. Diferente dos modelos concorrentes e mais novos, o Titan possui um total de seis rodas. Quanto à capacidade, ele tem uma caçamba que suporta 320 toneladas — sete a menos do que o primeiro modelo da série 797.

Curiosamente, o Terex 33-19 teve apenas uma unidade produzida pela General Motors. Durante o tempo em que esteve na ativa, o caminhão atuava em minas de carvão. No entanto, com a queda da lucratividade desse tipo de mercado, caminhões menores e mais baratos passaram a ser utilizados para o trabalho, aposentando o protótipo.

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Depois de toda essa jornada, o que não falta é vontade de conduzir um veículo gigantesco para sentir na pele como é a experiência. Se você já teve alguma vivência parecida, não deixe de compartilhá-la para nós e os outros usuários sabermos como foi.

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