Instagram responde sobre a proibição do topless feminino no serviço

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Em uma entrevista recente para a BBC, Kevin Systrom, o cofundador do Instagram, respondeu a polêmica levantada esta semana por Scout Willis, a filha do Bruce Willis e da Demi Moore, que pode passear de topless em Nova York, mas não pode colocar as fotos deste dia no Instagram. Pelo mesmo motivo, a cantora Rihanna fechou a sua conta no serviço no mês anterior depois de ver suas fotos com nudez serem retiradas do ar.

Uma política semelhante funciona no Facebook, que esta semana apagou as fotos da página da BBC que acompanhavam uma matéria a respeito da “Marcha das Vadias”. Ambas as empresas têm recebido críticas muito duras do público feminino e de ativistas dos direitos humanos devido a sua postura machista.

Confrontado pelo repórter da BBC, Systrom respondeu que ele acredita que as normas do aplicativo sobre nudez são "justas". De acordo com ele, estas regras foram criadas para deixar o Instagram "o mais seguro possível para adolescentes e adultos". Supostamente, os termos de uso do serviço proíbem seus usuários de postarem “fotos de nu total, parcial, pornográficas ou sexualmente sugestivas".

"Nosso objetivo é realmente ter certeza de que o Instagram, sendo ele de uma celebridade ou não, seja um lugar seguro e que o conteúdo que é postado seja apropriado para adolescentes e adultos".

Os movimentos pelos direitos das mulheres discordam

De acordo com Lina Esco, diretora do filme “Free the Nipple” (Liberte os mamilosm em tradução livre) e participante do movimento político de mesmo nome, “a questão não é a proteção de crianças e adolescentes e sim de machismo”, diz a moça de 28 anos para o Huffington Post.

“É simplesmente uma questão de tabus sociais, ou eu deveria dizer de condicionamento social? Ou será que existem fatores intrínsecos e biológicos, alguma coisa enterrada no fundo do nosso DNA que diga que tem alguma coisa nos mamilos femininos que nos faça encará-los? Atualmente, nos Estados Unidos, mostrar os seios é um ato criminoso em 37 dos nossos 50 estados, e isso inclui a proibição de amamentar em público em pelo menos cinco deles.

Ainda bem que o nosso país tem uma longa tradição de acabar com leis draconianas que não servem mais aos tempos modernos. E é possível que com um pouco de engenharia social, um pouco de 'iluminação' social, nós poderíamos influenciar não somente o avanço da legislação como também reduzir estas reações de choque e vergonha causadas pelo topless feminino. Por isso nosso grito é: não sujeite o meu corpo à sua vergonha.”

Crianças podem ver assassinatos antes de ver mamilos

A diretora continua, falando agora das contradições inerentes à mídia moderna. “Um dos maiores focos do filme é na hipocrisia que cerca a nossa sociedade dominada por esses grupos de mídia, em que atos de violência dantescos, como assassinatos, espancamentos e brigas são muitos mais toleráveis pelos órgãos reguladores do nosso entretenimento. Uma criança nos Estados Unidos assiste a pelo menos 200 mil atos de violência e 16 mil assassinatos na TV até fazer 18 anos e poder ver um mamilo”.

Além de Scout Willis e Rihanna, dezenas de artistas nos Estados Unidos têm mostrado suporte para a campanha. A mais recente deles é Miley Cyrus, de 21 anos, que postou uma foto segurando um mamilo no twitter usando a hashtag #FREETHENIPPLE.

Atualmente, Nova York, Flórida, Califórnia e mais 10 estados dos EUA, além de uma boa parte dos países europeus, já permitem que mulheres possam sair na rua sem blusa como os homens. A maioria dos militantes desta causa acredita que é questão de tempo até que este quadro seja ampliado, e as políticas de serviços como Facebook e Instagram se tornem mais igualitárias.

Fontes

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