Visitamos o novo Centro de Inovação e Experiência da Huawei em São Paulo

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Deixando claro que o Brasil é um mercado importante para suas operações e que vale a pena ampliar ainda mais sua atuação local, a Huawei inaugurou nesta quinta-feira (8) seu novo Customer Solution Innovation & Integration Experience Center (Centro de Experiência em Solução, Inovação e Integração ao Cliente ou, simplesmente, CSIC). Assim, o TecMundo foi à sede da empresa em São Paulo para conferir de perto o que pode ser encontrado no novo espaço, que mistura treinamento, certificação, showroom e ambiente propício para parcerias.

Voltado principalmente para a área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e encontrado em instalações da companhia por outras partes do mundo, o CSIC ainda era inédito na região. “Este é o primeiro dos nossos centros do tipo na América Latina, trazendo uma experiência única em tecnologias e inovações”, explicou Sérgio Battaglia, consultor sênior da Huawei no Brasil. Segundo o profissional, essa proposta de apresentar evoluções para o mercado faz parte do DNA da empresa.

Essa proposta, inclusive, ficou bastante clara no pronunciamento de abertura feito por Gavin Yang, diretor de relações públicas e comunicação. “Há uma demanda por conectividade, velocidade e experiência. Assim, a nossa ideia é que trazer as soluções que já existem na China para o Brasil possam ajudar no nosso objetivo de termos um mundo mais conectado”, analisou o executivo chinês. Com isso em mente, a Huawei se baseia em três pilares que sustentam o centro: experiência, inovação conjunta e soluções integradas.

Desse modo, o CSIC nacional se divide em cinco diferentes ambientes – repletos de conjuntos de hardware que são constantemente atualizados –, que podem simular situações reais de TIC e contam com toda a infraestrutura de equipamentos e know-how da chinesa e de seus parceiros. O propósito, de acordo com Huang Hailin, vice-presidente de marketing e soluções da Huawei, é atender a demanda do cenário brasileiro, que pede por processos mais ágeis para testar ideias e recursos e obter resultados com rapidez – sem a burocracia tradicional.

Suporte e vitrine de soluções

Aproveitando o evento, a Huawei anunciou também a abertura de um centro de treinamento no mesmo local. Um programa semelhante era mantido em Campinas desde 2015, mas, para centralizar e dar fácil acesso ao material, a companhia decidiu transferir tudo para a capital paulista. Com sete salas – cada uma com capacidade para atender até 14 pessoas –, opção de acesso remoto, 11 instrutores brasileiros e um bom número de supervisores chineses, o espaço oferece contato direto com os itens desenvolvidos e comercializados pela Huawei.

Com essa ação, os profissionais podem ter contato direto com o equipamento e aprender a lidar com ele em um ambiente controlado, antes mesmo de ser colocado em uma situação de uso real – que geralmente não permite erros. Adicionalmente, quem for à sede da Huawei também tem a chance de conferir de perto um showroom capaz de fazer qualquer fã de tecnologia ficar de queixo caído. Espaçoso e bem organizado, o salão expõe um pouco do vasto catálogo da empresa – muitas vezes desconhecido do grande público.

Lá dentro o material é separado em diferentes setores e temas, permitindo que seja mais fácil compreender as soluções oferecidas pela fabricante. Um dos cenários, por exemplo, faz as vezes de casa conectada, dando um gostinho do que a união de conectividade, hardware e serviços pode trazer para a sala de estar. Simulando a transmissão de vídeos em uma TV 4K e demonstrando um sistema de vigilância interativo, o espaço mostra como os parceiros que atendem o consumidor final podem oferecer diferenciais importantes para o usuário.

As demonstrações seguem por todo o lugar, seja para o ramo empresarial, para educação ou até mesmo com tecnologias voltadas para o público comum. Basta andar um pouco por lá para conferir novidades sobre conexões móveis, vLTE, servidores, recursos de segurança, Big Data, Internet das Coisas e muito mais. A experiência é bastante agradável e segue o mesmo nível dos showrooms da empresa nas cidades chinesas de Shenzhen e Xangai – visitados pela equipe do TecMundo recentemente.

Conectividade e IoT

Durante as apresentações, Julio Sgarbi, outro consultor sênior da Huawei, discorreu um pouco sobre o Global Conectivity Index 2015, estudo que apresenta o índice de conectividade e desenvolvimento tecnológico dos países. Este ano, o relatório trouxe alguns dados do Brasil, que ocupa atualmente a 26ª posição no ranking de 50 nações analisadas. A expectativa é alta para o crescimento brasileiro, com apostas nos setores de computação em nuvem, data centers e internet – graças ao Plano Nacional de Banda Larga, do governo federal.

Tito Ocampos, gerente de P&D da Huawei do Brasil, também aproveitou a ocasião para falar um pouco sobre as iniciativas da companhia no país. O executivo contou que, além de projetos, a fabricante também tem investido em parcerias com universidades e institutos por todo o país com o objetivo de criar soluções digitais feitas sob medida para as necessidades dos brasileiros. “A Huawei busca o desenvolvimento de produtos que, ao mesmo tempo que são viáveis comercialmente, tragam mudanças”, afirmou.

Esse apoio ao talento nacional funciona tanto dentro como fora do país. Alguns dos estudantes mandados para a China pelo programa Ciência Sem Fronteiras, por exemplo, têm a oportunidade de participar de um curso intensivo por lá, o chamado Seeds of the Future –bancado pela própria Huawei. Aqui no Brasil, o destaque do momento ficou por conta do anúncio de uma colaboração da companhia com o centro de tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre.

Para falar sobre o assunto, subiu ao palco Fabiano Hessel, professor e pesquisador da faculdade de Informática da instituição. O acadêmico falou como a IoT se mostra cada vez mais relevante com a produção de “novos objetos inteligentes e coisas conectadas” e que ela deve seguir um crescimento considerável até 2020. Apesar disso, ele ressaltou o fato de que a tecnologia também traz uma série de desafios para o mercado, como custos, segurança e o que fazer com o grande volume de dados gerados por esses dispositivos.

Integração é a palavra-chave

Essas dúvidas foram o ponto de partida para o projeto desenvolvido por Hessel e seu time no Smart City Innovation Center, que está sendo montado em parceria com a Huawei dentro do parque tecnológico da PUCRS – com previsão de inauguração oficial para o primeiro semestre de 2016. A ideia do grupo é propor um tipo de sistema operacional para gerenciar as cidades inteligentes, possibilitando que os desenvolvedores possam utilizar uma interface ou API comum para criar novas funcionalidades para a comunidade.

Na visão do professor, uma plataforma prática e unificada poderia resolver os burocráticos problemas com conflitos, programas legados, variedade de hardware disponível e padronizações na hora da introdução de novidades no sistema central. Para testar esses elementos realmente e o conceito de Conector InterCidades – no qual as smart cities conversariam constantemente entre si –, o projeto iniciado em março propõe algumas provas de conceito, entre administração eletrônica e iluminação pública inteligente.

Uma delas, porém, chama atenção por ter como base a integração de todas as 1,2 mil câmeras instaladas em Porto Alegre pela prefeitura local, visando vencer as atuais barreiras de compatibilidade – já que esse número engloba equipamentos de diversas fabricantes. Em um primeiro momento, esse é o objetivo a ser concluído até o início do ano que vem. Entretanto, o projeto vai além, buscando ligar a rede de vigilância da capital gaúcha com o sistema do Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (SAMU).

O resultado dessa ligação entre as duas partes pode fazer com que as imagens captadas nas ruas possam fazer com que a equipe de atendimento seja enviada ao local do acidente ou da emergência com o equipamento exato para a gravidade da ocorrência. Outra possibilidade do projeto, utilizando a infraestrutura da Huawei, é transmitir os dados vitais do socorrido para o hospital de destino em tempo real – facilitando o trabalho dos médicos por lá. Esses recursos, porém, ainda estão apenas no campo das ideias prováveis para o futuro.

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