Nada é perfeito: trabalhar na Google tem seus pontos negativos

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Se você é antenado com tecnologia e pretende seguir carreira na área, é bem possível que tenha o sonho ou que pelo menos já tenha pensado em trabalhar na Google. Afinal de contas, quem não ficaria atraído por salários significativos, uma série de benefícios, oportunidades de participar de projetos inovadores e um ambiente de trabalho descolado e extrovertido?

Contudo, muitos daqueles que já estiveram lá dentro afirmam que nem tudo é perfeito. Isso ficou bem claro nos comentários deixados por ex-funcionários da Gigante da Internet no Quora — uma espécie de rede social de perguntas e respostas.

A postagem argumentava qual a pior parte em trabalhar na Google, e os pontos negativos apontados foram vários. O site Business Insider filtrou as dezenas de respostas e selecionou as características mais relevantes, as quais você confere a seguir.

Muito conhecimento para tarefas simples

Um dos usuários anônimos da rede social, o qual diz ter trabalhado na empresa, afirma que “a pior parte em trabalhar no Google, para muitas pessoas, é que elas são qualificadas demais para seus cargos”. Essa alta demanda por grandes talentos se explica pela “força de sua marca, salário, benefícios e cultura de trabalho positiva”, complementa o internauta.

Ainda nessa linha de qualificação dos funcionários, outro adepto do Quora sugere que os Googlers (como são apelidados os colaboradores da empresa) só consegue se destacar quando atuam em áreas técnicas e que lidam diretamente com novas tecnologias. Aqueles que atuam nos setores comerciais, operacionais e de recursos humanos, por exemplo, possuem um dia a dia tão automatizado que têm a sensação de não fazer nenhuma diferença dentro da companhia.

Vivendo de Google

Quem não tem muito controle sobre seus horários precisa começar a se policiar caso queira integrar o quadro de funcionários da Google. Segundo uma pessoa que trabalhou na área de vendas da empresa, os mais desatentos acabam ocupando todo o seu tempo e gastando toda sua energia com atividades profissionais. “Se você não tem muito controle sobre como usufrui com o seu tempo, o trabalho pode rapidamente se tornar a sua vida”, escreveu o ex-vendedor.

Porém, se você não se dedicar quase que integralmente à sua função, dificilmente irá crescer na empresa. Esse foi o apontamento feito por um antigo engenheiro da Gigante das Buscas. “Há tanta gente talentosa na companhia que apenas seu talento não é garantia de participar de projetos realmente relevantes”, disse ele. “Existem milhares de pessoas igualmente inteligentes que são subutilizadas”, complementou.

Mensurar em primeiro lugar

“Qualquer melhoria que não fosse baseada em métricas bem estabelecidas não deveria ocupar o tempo dos colaboradores”, reclamou um engenheiro de software formando na Google. “Usabilidade? Número de bugs? Ninguém se importava. Se você não conseguia mensurar isso, ninguém estava interessado naquilo”, completou esse mesmo usuário do Quora.

Essa visão meio bitolada também se aplica na hora de determinar se um projeto merece ou não ser continuado. “O maior problema para mim era como os projetos eram arbitrariamente cancelados”, esclareceu um internauta anônimo. “Como se isso não bastasse, as pessoas que trabalharam nesses projetos cancelados têm suas promoções negadas por terem falhado em suas metas”, finalizou ele.

Falta de companheirismo

Quando o assunto são os colegas de trabalho é que a coisa piora. Empregados temporários são claramente menosprezados, alertou um internauta que trabalhou para a empresa sob regime de tempo limitado. “Eles [trabalhadores contratados] parecem pensar que qualquer pessoa que não seja realmente um trabalhador da Google é mentalmente e moralmente inferior”.

Por sua vez, um internauta que não quis revelar sua identidade alegou falta de diversidade entre os colaboradores. “Eles contratam sempre o mesmo perfil de pessoa. O mesmo histórico, as mesmas 10 universidades, as mesmas visões de mundo, os mesmos interesses. Não é exagero dizer que conheci 100 triatletas nos três anos que trabalhei na Google”, explicou esse ex-funcionário.

É por essas e por outras que, ao que parece, os empregados não gostam muito de compartilhar momentos e informações. “Discussões objetivas eram muito raras, já que todos eram territorialistas e ninguém estava interessado na opinião de outras pessoas, a não ser que elas ocupassem cargos importantes”.

Falhas no RH

Lendo os relatos dados pelos ex-colaboradores, temos a impressão de que alguns processos administrativos da Google têm deficiências. Por exemplo, um ex-gerente técnico de programação da empresa assegura que pessoas eram promovidas a cargos gerenciais sem terem as necessárias habilidades de liderança. “Existem vários indivíduos muito inteligentes, mas que são péssimos gestores e líderes”, explicou.

Além disso, é preciso ficar muito atento a tudo que é prometido pela companhia na hora da contratação. “Se você está entrando na Google, negocie bem, seja exigente e garanta que tudo esteja no contrato”, aconselhou um profissional que passou pela Gigante das Buscas mais de uma vez. “A Google faz um monte de promessas vagas que depois não cumpre”, completou o mesmo ex-colaborador.

Assim, trabalhar para a companhia pode não ser uma garantia de estar bem preparado para outros empregos. Inclusive, um ex-engenheiro da empresa sugere que “após anos trabalhando lá, você perde um pouco da noção da realidade e de como dimensionar as coisas através de tecnologias de código aberto”.

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Depois de saber desses “podres” da Google, se a empresa lhe oferecesse um emprego, você aceitaria sem titubear ou pensaria duas vezes? Valeria a pena passar por alguns desse perrengues para estar mais perto de novas tecnologias? Deixe sua opinião nos comentários.

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