Erro 404: e se a Wikipédia fosse "trollada"?

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(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Steve Jobs fugiu com John Lennon para um retiro no interior da Paraíba. No caminho, os dois encontraram um baú mágico que guardava um gênio e pediram para que ninguém mais os reconhecesse. E é por isso que todos acham que os dois não estão mais vivos. Essa história faz muito sentido, não é mesmo? Não? OK, nós sabemos que nada tem lógica neste parágrafo (além desta frase, é claro).

Mas se existe um lugar em que esse texto poderia ser encontrado e levado a sério é a Wikipédia. Atualmente, o número de pessoas que “caça” os trolls é muito maior, mas houve um tempo em que as pessoas conseguiam sacanear o serviço e enganar muitos leitores. Ainda hoje, é possível encontrar isso (mesmo que em menor número). Está duvidando? Então confira algumas das possibilidades de “trollada”.

Destruindo as aulas de história

Imagine que seu professor pediu um trabalho sobre o Egito Antigo e você se esqueceu completamente dele. O prazo para a entrega vence amanhã às 7h30 e você não faz ideia do que escrever sobre o tema. Qual é a alternativa mais simples para resolver esse problema? Acertou quem disse a Wikipédia – apesar de não recomendarmos usá-la para isso, essa seria a saída mais fácil.

Pinturas rupestres eram financiadas pelos mecenas ligados ao presidente Faraó (Fonte da imagem: iStock)

O problema é que você não vai ler o que está escrito lá. E, para o seu azar, algum engraçadinho acabou de editar o texto e o encheu de mentiras, apenas para que você fosse pego no flagra por seu professor. Seu trabalho vai estar completamente errado, com frases do tipo: “O sistema monetário do Egito Antigo era o Dólar Africano” e “Faraós eram presidentes eleitos por voto popular”.

Você acha que isso é ruim? Então espere até o amado mestre perceber que entre “pirâmide” e “Oscar Niemeyer” existe um maravilhoso “[editar]” da Wikipédia. Há algumas dicas de desculpas que você dar em sala de aula, mas provavelmente nenhuma delas irá colar com o seu digníssimo professor — a não ser que você diga que gosta tanto da matéria que gostaria de tê-la novamente no ano seguinte.

Arruinando uma entrevista de emprego

Se você fosse fazer uma entrevista de emprego em algum lugar, o que é que você faria antes? Conhecer a empresa que pode lhe dar a oportunidade, é claro. Existem diversas formas corretas de fazer isso, mas utilizar a Wikipédia como fonte dificilmente vai ser uma delas. Não é brincadeira, os trolls estão por toda parte e podem fazer com que você seja excluído dos processos seletivos.

Depois de estudar por 20 anos da sua vida, você finalmente consegue uma vaga no processo seletivo que contratará novos engenheiros de software para o Facebook. Mas tudo o que você sabe é que se trata de uma rede social que permite o compartilhamento de fotos de animais fofinhos e competições do tipo: “Se você gosta mais de ‘Ursinhos Carinhosos’, curta. Se prefere ‘Rambo e Exterminador vão à casa dos Pôneis’, compartilhe”.

"Você tem certeza que a Carecas United é uma empresa de perucas?" (Fonte da imagem: iStock)

É claro que você vai até a Wikipédia para estudar um pouco mais sobre a rede. Algumas horas lendo sobre o Facebook e você já é um verdadeiro mestre no assunto. Eis que chega o momento da entrevista e você começa a desferir uma sequência de golpes mortais na mente dos entrevistadores.

“Eu admiro muito o trabalho de Mikhail Gorbachev, o fundador do Facebook. Acho que ele foi fundamental no momento em que a empresa comprou o Google e, ainda mais, agora que a Microsoft lançou o Bing+, aquela rede social.”. Você termina de falar. “Meu Deus, é pérola atrás de pérola”, pensam os responsáveis pela seleção. Em menos de um minuto você arruinou toda sua carreira.

O encontro dos seus sonhos... E dos pesadelos dela

Você já deve ter se apaixonado por alguma amiga da escola. Isso é a coisa mais normal do mundo, mas não são todos os garotos que conseguem contar para as amadas que elas são o foco de seus pensamentos. Uma das maiores razões para isso é a insegurança. E, se você sabe do que estamos falando, deve se lembrar de como é ruim não encontrar assunto para uma conversa.

"O que eu mais gosto no Japão são as pizzas" (Fonte da imagem: iStock)

Aliás, não adianta perguntar “Você sabe quanto pesa um urso polar?” e depois dizer que a resposta é “O suficiente para quebrar o gelo entre nós!”. Você precisa de uma conversa de verdade! É aí que você joga o dado para tirar os seus pontos de habilidade em espionagem e vai até o Facebook para tentar descobrir tudo o que ela mais gosta. “Catarina curtiu Piratas do Caribe”, então, você já sabe o que fazer.

Um convite ao cinema, ela aceita. Você só precisa de assunto para a hora do lanche. Novamente, é momento de recorrer ao Facebook para descobrir os interesses dela e depois partir para a Wikipédia. “Não existe nada na vida que eu ame mais do que música! Lady Gaga é a minha paixão!”, é o que está escrito no perfil da bela donzela. Wikipédia, Lady Gaga, Música Pop e Dança são palavras-chave para o estudo."Volta aqui! Posso ligar? Responde minhas mensagens, tá!? Te amo!" (Fonte da imagem: iStock)

No dia, depois de um filme muito divertido, o que pode vir a ser um casal vai até a praça de alimentação do shopping para pedir uma pizza de quatro queijos e suco de laranja. Atente para o que pode ser um dos piores diálogos de toda a sua vida – e cuide para nunca fazer algo que se pareça com isso.

Ele: – Então você gosta de música, né!?

Ela: – Nossa, eu amo música! Qual a sua favorita?

Ele: – Acho que é Another Brick in the Wall, da Lady Gaga.

Ela: – Não conheço essa! É de qual disco?

Ele: – Molejão! Ao vivo!

Ela: – Como assim? Ah, tudo bem... Do que mais você gosta de Pop?

Ele: – Músicas dançantes, né!? Tipo Madonna, Beyoncé e Sepultura.

Ela: – E desde quando Sepultura é pop?

Ele: – Desde que eles gravaram um disco com o Black Eyed Peas... Hey... Por que você tá indo embora? Volta aqui!

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Atenção: este artigo faz parte do quadro "Erro 404", publicado semanalmente no Baixaki e Tecmundo com o objetivo de trazer um texto divertido aos leitores do site. Algumas das informações publicadas aqui são fictícias, ou seja, não correspondem à realidade.

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