Combustível de fusão gera mais energia do que recebe pela primeira vez

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(Fonte da imagem: Reproução/EcuaLink)

A habilidade de manter um processo que gere mais energia do que é usada para iniciá-lo de uma forma que não produza detritos tóxicos ou esgote os recursos naturais do planeta é certamente um dos maiores objetivos dos cientistas do mundo inteiro – e talvez a única coisa que possa efetivamente salvar nosso planeta. E um novo avanço nas pesquisas nucleares fez com que esse feito se torne um pouco mais possível.

Pesquisadores norte-americanos das Instalações de Ignição Nacional do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, conseguiram finalmente com que uma sequência de reações de fusão gerasse mais energia do que é gasta pelos lasers que a inicia. Embora a emissão energética ainda não tenha chegado a níveis que superem o que é consumido pelo processo como um todo, esse ainda é um passo significativo.

Vale ressaltar que até o ano passado, os cientistas anunciaram ter conseguido apenas produzir mais energia por meio da reação de fusão do que a quantidade que era absorvida pelo combustível, e não do que a que era inserido pelos pesquisadores no material. Mas o pequeno sucesso divulgado agora exige um processo complicado e cuidados extremos.

Um grande pequeno passo

(Fonte da imagem: Reprodução/Engadget)

Tentando replicar as condições presentes no núcleo do nosso Sol, os cientistas disparam poderosos lasers em uma pequena quantidade de combustível que envolve o interior de uma cápsula esférica de ouro com dois milímetros de diâmetro. O metal precioso então começa a emitir raios-X que aquecem a bolota drasticamente e a fazem implodir e leva a cobertura (que contem isótopos de hidrogênio chamados trítio e deutério) a se fundir parcialmente.

A chave para o sucesso atual foi uma dose adicional de cautela, atingida por meio de uma modificação no pulso de laser para que ele não rompesse a concha usada no processo necessário de compressão do combustível, aumentando o rendimento de energia. Ainda assim, a quantidade liberada não passou dos 17 kilojoules – o que significa que ainda estamos bem longe de reatores de fusão nuclear a laser.

Dessa forma, o avanço se configura como uma vitória pequena, mas que ainda nos deixa distantes de resolver as questões energéticas mundiais. Embora o resultado ajude consideravelmente os planos formativos para a construção de um reator de fusão, por enquanto o objetivo principal do projeto em questão vai continuar sendo entender como a reserva nuclear dos EUA vem envelhecendo – e quais os riscos que isso representa.

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