Samsung Galaxy Z Fold 4: um acontecimento! [Review]

9 min de leitura
Imagem de: Samsung Galaxy Z Fold 4: um acontecimento! [Review]
Imagem: TecMundo

Em agosto de 2022, a Samsung lançou o Galaxy Z Fold 4 no Brasil. O modelo mais “barato”, com 256 GB de armazenamento, chegou por R$ 12.799, podendo custar até R$ 15.799 na versão com 1 TB.

Os modelos anteriores do dobrável renderam algumas reclamações de usuários e analistas, mas será que dessa vez a fabricante conseguiu entregar o foldable dos sonhos? Passamos uma semana com ele e eu compartilho aqui minhas impressões sobre a evolução do dispositivo. 

Caixa, design e display

Para a alegria dos brasileiros – e por pressão dos órgãos de defesa do consumidor do país – o Galaxy Z Fold 4 comercializado aqui chega com carregador na caixa.

A própria Samsung já falou que as primeiras gerações do Galaxy Z Fold foram para apresentar o formato ao mundo e que a partir do terceiro modelo as coisas começariam a mudar de verdade. Ao primeiro olhar, parece que não mudou muita coisa no Fold 4, mas a fabricante também já tinha dito que não iria reinventar a roda neste ano, mas sim refinar e aprimorar seus smartphones premium.

Foi o que rolou aqui: o dobrável diminuiu, com o corpo e a dobradiça um pouco menores do que a geração anterior. Na prática, a pegada está melhor, mais firme e agradável, mas a mudança nas proporções foi o que chamou atenção no design.

A nova dobradiça, além de ajudar a deixar o aparelho mais estreito, também facilita a abertura e fechamento, tornando o processo mais suave e dando menos medo de causar um estrago. Mas ela ainda deixa um “buraco” quando o aparelho está fechado, o que é uma bela porta de entrada para sujeiras que podem machucar a tela interna. Aqui é importante lembrar que ele segue sem proteção oficial contra poeira, mantendo o IPX8 da versão anterior que oferece resistência apenas à água (o que não deixa de ser ponto positivo).

Galaxy Z Fold 4"Buraco" com o Galaxy Z Fold 4 fechado permanece (Imagem: TecMundo)

As telas interna e externa seguem com o mesmo tamanho (6,2 polegadas fora e 7,6 polegadas com ele aberto), ambas com tecnologia AMOLED que têm brilho o suficiente para serem usadas debaixo do sol e continuar enxergando, além da taxa de atualização de até 120Hz. A diferença é que agora elas estão mais largas e não tão altas.

O display de fora tem proporção de 23,1:9 (contra 24,5:9 do Z Fold 3), o que ainda não é a que estamos acostumados em smartphones “normais”, então ainda parece um pouco apertada, mas sem dúvidas está muito melhor do que a versão anterior e depois de pouco tempo de uso você já se acostuma. 

Basicamente, a Samsung tirou 3.1 milímetros na altura e aumentou mais alguns milímetros na largura, o que parece pouco no papel, mas faz diferença no uso. Dá para responder mensagens no WhatsApp usando uma mão só, mas as teclas ainda ficam pequeninas para quem tem dedos mais largos.

Passando para a telona interna, ela também está mais larga e mais curta (21,6:18) com bordas mais finas, mas aqui a tela é tão grande que nem dá para notar tanto a diferença em relação ao Z Fold 3, já que o que mais incomodava era a tela externa, porque aqui dentro tem espaço de sobra pra fazer o que quiser. 

O destaque fica mesmo por conta da câmera sob a tela, que agora está chamando menos atenção na hora de consumir conteúdo graças ao novo design de subpixel que deixa tudo mais escondido e ainda oferece um pouco mais de nitidez do que a do ano passado, apesar de manter os mesmos míseros 4 megapixels – mas o bom é que você não é obrigado a depender dela para selfies decentes. Claro que a câmera ainda é perceptível, principalmente quando o conteúdo ali no canto superior direito puxa nossa atenção em algum vídeo, por exemplo.

Diferença no design dos subpixels (Fonte:Android Cental)

Quem também segue aqui é o vinco na tela, mas preciso confessar que depois de testar os modelos anteriores ele já não me incomoda tanto, mas quem não está habituado tem uma reação negativa à lombada.

Com 263 gramas, o Z Fold 4 não pode ser chamado de leve e nem de compacto, mas a Samsung já conseguiu tirar 8 gramas em comparação com o antecessor. Ainda é impossível usar ele com uma mão só durante muito tempo sem cansar o pulso ou andar com ele no bolso de calça feminina que não seja um belo moletom com bolso fundo para não ter medo dele cair na hora de sentar ou andar muito rápido.

Por falar em derrubar o celular no chão, o Fold 4 também foi apresentado como um modelo de maior durabilidade. A proteção do Gorilla Glass Victus+ na tela externa e na parte traseira dá mais segurança contra arranhões, já que a capinha é cara.

A dobradiça e molduras feitas em Armour Aluminium e o Ultra Thin Glass, que é o vidro ultra fino dobrável da tela interna, está cerca de 45% mais resistente, com mais camadas por baixo que ajudam a aumentar a resistência a impactos. A Samsung também aprimorou a película que já vem nesse vidro e NÃO deve ser retirada.

O suporte à S Pen Pro ou Fold Edition segue aqui, mas você precisa desembolsar mais uma grana para comprar a caneta separadamente, além de ser altamente interessante comprar também uma capinha que acople o acessório para evitar que ele se perca por aí. 

Câmeras

Aprofundando um pouco mais nas câmeras do aparelho, além da interna que citei anteriormente, ele traz um sensor de 10 MP com abertura f2.2 na tela frontal e um conjunto triplo na traseira que evolui bem: uma ultrawide de 12 MP, uma wide de 50 MP e uma telefoto de 10 MP.

Para além dos megapixels a mais, as câmeras do Fold 4 estão mais dignas de um modelo premium. A telefoto tem um zoom de até 3x, o que é ótimo para os adeptos do Expert RAW, app suportado pelo Z Fold 4 e que permite ter um controle manual incrível das câmeras. 

O zoom digital também pode chegar a até 30x na traseira graças ao Space Zoom da Samsung. A qualidade aqui não é nada UAU, mas dá para se divertir e tirar boas fotos da lua, assim como acontece no Galaxy S, que emprestou sua câmera aqui.

O resultado geral são fotos nítidas, com cores vibrantes e um bom HDR, mas que ainda luta em alguns momentos de muita luminosidade com a super exposição na câmera principal. Durante a noite também temos uma boa atuação com a ajuda do Nightography, que capta melhor a luz do ambiente mesmo em diferentes cenários.

A pré-visualização na tela frontal permite usar o conjunto traseiro para fazer selfies bem satisfatórias, mas ainda te deixa parecendo um ET fazendo foto com tablet.

Fold 4Foto tirada com o Galaxy Z Fold 4 (Foto: TecMundo)

Bateria e processador

Apesar de todos os detalhes que citei até agora, mudanças bem interessantes estão debaixo do capô. A Samsung optou por lançar o Galaxy Z Fold 4 com processador Snapdragon 8+ Gen 1, da Qualcomm, até mesmo no Brasil. Com 12 GB de RAM, o dobrável chega com opções que vão até 1 TB de armazenamento interno não expansível e rola liso, independentemente da quantidade de aplicativos.

A bateria segue com 4.400 mAh e suporta carregamento de 25W com fio e 10W sem fio, mesmo com o design mais fino, mas o chipset oferece melhorias na eficiência energética e não esquenta o aparelho. O conjunto da obra é o suficiente para atravessar o dia sem precisar de uma tomada, mas você precisa de meia horinha para chegar a 50% de carga no carregamento.

O Z Fold 4 já chega preparado para as redes 5G e a biometria ainda é feita no botão lateral ou via reconhecimento facial.

Software

Agora vamos falar de um dos grandes trunfos de um dobrável: produtividade. O Fold é um aparelho realmente diferenciado neste quesito, principalmente com o Android 12L usado aqui, uma versão que visa aparelhos de tela grande que chegou pela primeira vez em um smartphone. 

Logo de cara o que mais gostei foi a nova barra de tarefas, que fica no rodapé e traz uma experiência que lembra PCs e os iPads com aplicativos recomendados e opção de adicionar os últimos que foram utilizados. A barra também traz um ícone do lado esquerdo que permite abrir a gaveta de apps de maneira mais rápida.

Para abrir mais de um aplicativo é só arrastá-lo da barra de tarefas e soltar na tela, o que deixa o recurso multitarefa ainda mais fácil. Minha forma mais recorrente de uso é dividida em duas, mas quem quiser também pode ter telinhas menores exibindo até três apps ao mesmo tempo.

A barra lateral que aparece quando puxamos a tela da direita para a esquerda também segue presente, o que me parece um pouco redundante, mas também pode ser usado para apps diferentes.

Outro recurso bem legal dos dobráveis da Samsung é o modo flex, que segue buscando novas parcerias para experiência nativa. Por enquanto não vi grandes diferenciais na aplicação em novos apps, mas dá para usar a parte inferior da tela como uma espécie de trackpad com o dispositivo dobrado.

Galaxy Z Fold 4 TecMUNOModo Flex no Galaxy Z Fold 4 (Imagem: TecMundo)

No final das contas, a experiência do Android aqui é muito boa, mas o que deixa a desejar mesmo são os aplicativos que ainda precisam se adaptar, como o Instagram, por exemplo, que ainda deixa bordas inutilizadas nas laterais do feed quando usado na tela grande. Você pode alterar a exibição nas configurações para visualizar o conteúdo em 4:3, mas aí parte do conteúdo será cortado na maioria das vezes.

Para a alegria de quem quer passar um pouco mais de tempo sem trocar de celular, o Galaxy Z Fold 4 deve receber quatro atualizações completas do Android e cinco anos de atualizações de segurança. Isso significa que ele vai chegar até o Android 16 com suporte de segurança até 2027.

Conclusão

Usar um dispositivo dobrável do porte do Samsung Galaxy Z Fold é um acontecimento e um prazer para quem ama tecnologia, mas não deixa de ser um item de super luxo.

Na rotina, ele é ótimo na hora de fazer algumas tarefas mais complexas sem precisar abrir o notebook da empresa, usar mais de um aplicativo ao mesmo tempo durante uma reunião e assim por diante. Mas se você curte bolsas pequenas e calças mais justas, vai ser difícil carregar ele por aí com praticidade, porque é um aparelho volumoso e pesado.

E se você esperava que o Z Fold 4 fosse reinventar a roda no mundo dos dobráveis, ainda não. Ele teve uma série de melhorias significativas e que realmente fazem a diferença durante o uso, principalmente pelo amadurecimento dos recursos de software e de câmera.

Com os preços proibitivos da família Galaxy Z Fold no Brasil, fazer um upgrade do Z Fold 3 pode não ser uma grande jogada ainda, principalmente se os rumores de que o modelo anterior vai receber a atualização com a nova barra de tarefas se confirmarem.

Mas se você está decidido a trocar ou entrar agora no mundo dos dobráveis, vai ficar satisfeito com a entrega das câmeras - que agora se aproxima da família S -  com o desempenho de ponta e com as possibilidades mágicas do multitarefa para a produtividade. 

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.