Problema do Galaxy Fold pode ser mais complicado do que parece

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Imagem: Samsung

O caso de algumas telas danificadas com poucos dias de uso de Galaxy Folds que foram enviados para análise para jornalistas e youtubers ainda parece longe de uma solução. Isso porque a Samsung adiou o lançamento do aparelho no mundo todo e supostamente estaria recolhendo essas unidades para investigar os problemas a fundo.

Agora, mais elementos podem ser adicionados à trama após a publicação do relatório de desmontagem analítica do Fold pela equipe do site iFixit. O “teardown” mostrou um dispositivo fácil de desmontar (usou-se apenas uma chave Phillips), cheio de minúcias e com uma dobradiça forte, mas permitiu algumas suposições a respeito dos problemas vividos por alguns analistas.

Problemas de construção

Uma das teorias apontadas pelo iFixit é de que as telas OLED são naturalmente frágeis, podem ser prejudicadas por “pressão, umidade, oxigênio ou basicamente qualquer coisa”. Vale ressaltar que apenas esse tipo de tecnologia permite a criação de painéis dobráveis na atualidade, portanto, o problema pode ser ainda mais grave.

Além disso, o iFixit cita que a construção do Galaxy Fold se dá de uma maneira que facilita a entrada de sujeira por baixo da tela, tanto pela base quanto pelo topo do aparelho.

“As fotos [de alguns aparelhos danificados] deixam claro que, embora ela seja apoiada nos painéis esquerdo e direito, há um espaço flexível entre os painéis, e ele deve existir para que o dispositivo dobre com em um raio tão estreito”, registra o iFixit. “Isso significa que as finas telas OLED se dobra para dentro e possivelmente se pressiona contra objetos que entraram ali”, completa.

Galaxy FoldGalaxy Fold tem aberturas minúsculas na base e no topo da parte dobrável da tela, o que pode favorecer a entrada de sujeiras e facilitar a ocorrência de danos na tela. (Fonte: The Verge/James Bareham)

A Samsung reconheceu nesta semana que as suas investigações iniciais sobre o caso sugeriam “impacto no topo e na base de áreas expostas da dobradiça”, algo que reforça a teoria de problemas na construção do Galaxy Fold.

Falta de testes humanos

Outro ponto levantado pelo iFixit cita a ausência de testes humanos suficientes com o aparelho. Você já deve ter visto o vídeo com os robôs da Samsung dobrando e abrindo o dispositivo incessantemente, mas é fato que o uso diário na vida real pode ser diferente.

“Os robôs da Samsung, que a companhia afirma terem testado a dobra dos dispositivos 200 mil vezes, apertam com exatamente a mesma pressão toda a extensão de placas externas do telefone, e sempre as abrem com força similar”, destaca a página.

Quando um ser humano está usando o aparelho, ele provavelmente pressionará com diferentes níveis de força diferentes pontos do aparelho, o que pode ser mortal caso alguma sujeira tenha ido parar embaixo da tela — como mostra o vídeo do canal Unbox Therapy, que abriu e fechou o Fold mil vezes.

A parte mais simples de resolver dos problemas listado pelos analistas que tiveram a tela do seu Fold danificada parece ser a questão da película. O aparelho vem com uma proteção que, apesar de parecer ser removível, não deve ser retirada, mas isso não estava claro na embalagem do aparelho, como relatou o youtuber Marques Brownlee.

O risco do pioneirismo

Apesar de a Royole ter se adiantado e anunciado o primeiro smartphone dobrável do mundo no ano passado, a Samsung é a primeira companhia que parecer brigar de verdade neste mercado. Assim, muitos desses problemas podem ser vistos como riscos do pioneirismo, afinal ninguém ainda havia criado um celular dobrável para vender ao consumidor final.

Empresas como Xiaomi, Motorola, TLC e LG planejam lançar modelos flexíveis e a Huawei já até apresentou o Mate X, seu rival para o Fold — mas ele possivelmente será lançado apenas em junho.

Não é difícil de imaginar que essas companhias estão atentas à situação da Samsung para evitar problemas semelhantes com os seus próprios smartphones dobráveis.

Fontes

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