Multilaser MS80: review/análise [vídeo]

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A Multilaser resolveu mostrar que consegue fazer smartphones com boa qualidade de construção e lançou no início deste ano o MS80. O novo modelo é sem dúvida um ótimo upgrade em relação aos demais  da marca: ele traz um design melhorado e, acima de tudo, um hardware que consegue garantir uma experiência de uso aceitável.

É importante entender, no entanto, que o MS80 é um dispositivo intermediário básico que compete com aparelhos como Moto G5LG Q6 e ZenFone 4 Selfie, mas está em uma faixa de preço um pouco mais alta. O celular da Multilaser tenta compensar isso com alguns recursos que esses concorrentes não possuem, mas será que isso é o suficiente para justificar o preço mais alto?

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Tela

O que mais destaca o MS80 dos seus adversários é o design da tela. Esse display mede 5,7’’ na diagonal e foi construído nesse formato mais comprido e mais moderno, o 18:9. Só isso já ajuda o celular da Multilaser a ganhar um aspecto mais interessante, fazendo uma referência aos smartphones top de linha que já estão nesse estilo desde o ano passado.

Mas a qualidade dessa tela não é lá grandes coisas. Para uso diário, com apps de mensagens e redes sociais, você quase não percebe que esse display tem um ponto fraco. A situação muda, porém, quando você vai assistir a um vídeo no YouTube ou na Netflix, pois começa a notar que a resolução é baixa para esse tamanho de tela.

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O padrão HD simplesmente não é o suficiente para um display de 5,7’’. Com isso, a densidade de pixels dessa tela fica abaixo dos 300 ppi, que é quando o olho humano deixa de enxergar os pixels individualmente no visor de um celular.

Por outro lado, a representação das cores é boa para um aparelho dessa categoria. Já o nível máximo de brilho não ajuda muito em situações nas quais você tenta usar o celular ao ar livre. Se tiver muita claridade, você talvez enfrente dificuldades para ver o conteúdo que aparece no display.

Desempenho

Esse dispositivo da Multilaser tem o desempenho que eu esperava para um smartphone que traz o Snapdragon 430 como chipset. Ele consegue lidar bem com a maioria das tarefas do dia a dia e até alguns jogos intermediários. Contudo, a navegação na web é um pouco lenta com o Google Chrome, e a interface de vez em quando dá umas engasgadas. Isso é natural para um dispositivo com esse hardware, e você não deveria esperar mais que o básico, mesmo ele tendo essa aparência de intermediário premium.

Nos testes de benchmark, o aparelho teve resultados mistos ao ser comparado a outros com hardware similar. O problema é que ele custa mais que todos os seus principais concorrentes sem oferecer especificações melhores que justifiquem essa diferença de preço.

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Outra coisa que pode incomodar algumas pessoas é o fato de o leitor de digitais ser bem lento e pouco preciso. O lado bom é que a biometria fica na face traseira,  em uma posição confortável.

Benchmarks

Para ver como o MS80 se sai em comparação com seus principais concorrentes, o aparelho foi submetido a dois aplicativos de benchmark. Os testes utilizados foram, o PCMark (Work 2.0) e o Vellamo Mobile Benchmark (HTML5 e Metal). Normalmente, incluiríamos aqui o AnTuTu Benchmark, mas como a metodologia do teste mudou na versão 7.0, ainda não temos dados suficientes de dispositivos para fazer comparações justas.

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O PCMark mensura o desempenho do celular durante tarefas comuns de produtividade, como navegação na web, edição de vídeos e fotos e trabalho com documentos e dados em geral. Assim como nos outros casos, totais de pontuação maiores significam resultados melhores.

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O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes aos smartphones, medindo o desempenho durante o acesso de conteúdo na internet por meio de navegadores, no primeiro, e da performance do processador, no segundo. Novamente, números maiores indicam resultados melhores.

Bateria

Sempre sobra uns 20% de carga no fim do dia, logo antes de conectar o dispositivo à tomada

No que toca à autonomia de bateria, os 3.000 mAh do MS80 conseguem dar conta de manter o celular funcionando um dia inteiro longe das tomadas, caso você tenha um padrão de uso moderado ou mais leve. Na minha experiência com esse aparelho, sempre sobrava uns 20% de carga no fim do dia, logo antes de conectá-lo à tomada.

Ele também se sai bem para consumo de mídia. No nosso teste de bateria, estimamos que o MS80 consiga durar cerca de 7 horas executando vídeo no YouTube com brilho da tela no máximo. Esse número não é excelente, mas fica um pouco acima das 6 horas que muitos aparelhos dessa categoria conseguem alcançar.

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Software

Na parte do software, não há o que reclamar sobre o MS80. Esse smartphone tem uma versão muito limpa do Android, sendo que a interface do sistema segue bem de perto os padrões da Google. O launcher, por exemplo, é idêntico ao dos celulares da linha Pixel, e há bem poucas modificações feitas pela Multilaser no resto do sistema. Só dá para perceber mesmo algumas na área de notificações.

Por conta disso, o desempenho dele é bom na maior parte do tempo. Eu só encontrei alguns engasgos na hora de navegar na web, alternar entre apps mais exigentes e acessar o Google Now pela lateral do launcher. O Android é o Nougat 7.1.2, e não temos expectativas de uma atualização para o Oreo 8.0 no momento.

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Câmera

As câmeras do MS80, infelizmente, não são lá grande coisa. Há um sensor de 16 MP na parte traseira, capaz de fazer fotos de qualidade OK para essa categoria, mas isso apenas em ambientes muito bem iluminados; ou seja, em dias com muito sol.

Em outras circunstâncias, é fácil perceber as deficiências. O foco é lento, e as imagens só saem bem definidas caso você fique paradinho e tenha um pouco de paciência para lidar com o smartphone.

A representação das cores é consideravelmente distorcida, sendo possível notar isso nas fotos onde aparecem alguns tons mais vivos. Tudo fica com uma cor bem diferente da original.

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Na parte da frente, existem dois sensores: um de 16 MP e outro de 20 MP; ambos trabalham juntos para possibilitar o modo retrato. Você consegue então tirar selfies com o fundo desfocado e ver como será o resultado antes mesmo de fotografar.

Contudo, mesmo com duas câmeras na parte da frente, as fotos em modo retrato do MS80 são ruins. O desfoque no fundo até que sai bonito, mas os contornos das pessoas ficam bem pouco definidos. É possível perceber essa falha especialmente no rosto e nos cabelos.

A captura de vídeo também não é boa e apresenta até um pouco de distorção caso você mova o celular com certa velocidade. Por conta disso tudo, eu só posso dizer que as câmeras desse celular servem para quebrar um galho em um momento de dificuldade mesmo. Nada mais.

Vale a pena?

O MS80 da Multilaser é um intermediário básico que consegue entregar uma experiência de uso razoável no dia a dia. Ele tem sim um conjunto de câmeras fraco, tanto na parte da frente quanto na de trás, mas o nível de qualidade de imagem em aparelhos dessa categoria no geral não é muito bom mesmo.

O problema aqui, entretanto, é que a versão de 32 GB do MS80 custa uns 300 reais a mais do que um Moto G5 com a mesma capacidade de armazenamento. LG Q6J5 Prime e vários outros com o mesmo nível de hardware se encontram na faixa dos R$ 700 ou R$ 800. Já o MS80 oscila entre R$ 1 mil e R$ 1,1 mil.

Por conta disso, é difícil recomendar esse aparelho nesse momento. Eu entendo que ele tem uma tela mais comprida, um design mais premium e um conjunto de duas câmeras na face frontal, mas eu acredito que quem procura um celular intermediário básico ou um modelo de entrada não se importa muito com esses extras que o MS80 traz.

Essas questões jogariam a favor do celular caso o preço dele não fosse tão mais alto que o dos concorrentes. Por isso, por enquanto, o melhor é esperar o valor dele baixar mesmo e ver como ficam as comparações nos próximos meses.

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