Xiaomi Mi 6: review/análise [vídeo]

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Além de trazer especificações dignas de um verdadeiro celular de ponta, o Xiaomi Mi 6 tem um visual realmente bonito e vem com a promessa de corrigir uma das principais falhas dos aparelhos da marca, que é a qualidade das câmeras. Será que a empresa chinesa consegue cumprir o prometido e entregar câmeras realmente boas?

Prós
  • Poder de fogo de sobra
  • Design caprichado
  • Capinha inclusa na caixa
  • Alto-falantes estéreo
  • Preço ótimo
Contras
  • Câmeras não tão boas
  • Sem entrada para fones de ouvido
  • Não é à prova-d’água
  • Sem assistência técnica autorizada
  • Risco da Shop ROM

A resposta é sim para alguns quesitos e não, para outros. O Mi 6 apresenta resultados muito bons nas fotos de dia, mas em ambientes mais escuros a coisa já não fica tão interessante assim. Por outro lado, o dispositivo é de fato muito poderoso e, dependendo da sua sorte com promoções e impostos, pode até sair relativamente barato. Confira agora a nossa análise para saber todos os detalhes sobre o celular.

Xiaomi Mi 6 especificações

Câmeras não tão boas

O Mi 6 é um dos smartphones da Xiaomi em que ela mais se preocupou com a qualidade das câmeras, tanto é que um dos lemas do aparelho é “picture perfect” – o que dá para traduzir livremente como “perfeito para fotos”. Por esse motivo, o Mi 6 chega com um sistema duplo de câmeras na traseira que conta com dois sensores de 12 MP, um deles com uma lente wide e outro voltado para fotos com zoom ótico de até duas vezes.

O resultado de tudo isso é que as fotos tiradas ao ar livre durante o dia ou mesmo em ambientes internos bem iluminados saem realmente muito boas. Elas são cheias de detalhes nítidos, acertam no foco e no contraste e exibem cores equilibradas e vivas. As imagens feitas com o zoom ótico exigem a quantidade máxima de luz para ficarem boas por causa da abertura menor da lente, caso contrário os ruídos são bem visíveis.

Mesmo sem o zoom, as fotos tiradas em lugares escuros sofrem bastante. Elas não ficam completamente inutilizáveis, mas estão longe de poderem ser consideradas bonitas. Em ambientes à meia-luz, os ruídos também são fáceis de perceber, especialmente se você clicar no botão na forma de uma silhueta para tentar fazer uma foto com desfoque do fundo. As imagens do M6 com esse tipo de efeito realmente só ficam boas sob luz forte.

O software da Xiaomi tem também o modo HHT, que teoricamente tira várias fotos a cada clique e as combina para melhorar os resultados em lugares com pouca luz, mas na prática isso acaba não funcionando direito e elas continuam ruins. O modo Manual da câmera abre mais algumas opções e permite fazer fotografias bonitas com baixa luminosidade, mas para isso você vai ter que aprender a mexer em cada uma das configurações da câmera.

Na hora dos vídeos, a resolução 4K permite fazer boas gravações tanto no modo normal quanto no timelapse, que inclusive tem vários intervalos diferentes para você escolher e cria clipes bem legais se você arranjar um apoio ou tripé. Já o slow motion é limitado na resolução HD e fica sem graça. A câmera frontal de 8 MP também faz um ótimo trabalho em lugares claros, com selfies boas em áreas externas desde que a lente não esteja virada na direção do sol. Já no escuro, as fotos saem mesmo muito ruins. E, como não há flash frontal, não tem muito o que fazer nesses casos.

Desempenho mais do que digno

Mas se a câmera do Mi 6 não é tudo o que a gente esperava, pelo menos ele compensa isso com um desempenho excelente. O processador é o top de linha atual da Qualcomm, o Snapdragon 835, e a memória RAM chega com ótimos 6 GB.

Com essa combinação, o Mi 6 consegue rodar absolutamente tudo o que você quiser – e com muita rapidez. Dá para abrir e trocar apps instantaneamente sem qualquer enrosco. Ele lida bem com várias aplicativos abertos e manda bem também com multitarefas. Na hora dos jogos, o smartphone tira de letra mesmo os títulos mais pesados e com gráficos avançados.

Xiaomi Mi 6 jogos games

Sobre o armazenamento, o Mi 6 vem com duas possibilidades: uma com 64 GB e outra com 128 GB. A que eu testei aqui foi a mais básica, que já garantiu uma quantidade boa de espaço para instalar e guardar tudo o que eu precisava.  No entanto, se você acha que precisa de mais armazenamento do que isso, então é uma boa ideia investir no modelo com mais memória, porque o celular não tem entrada para cartão micro SD.

Benchmarks

Para ver como o Xiaomi Mi 6 se sai em comparação com seus principais concorrentes, o aparelho foi submetido a três aplicativos de benchmark. Os testes utilizados foram o 3DMark (Slingshot Extreme), o AnTuTu Benchmark 6 e o Vellamo Mobile Benchmark (HTML5 e Metal).

Xiaomi Mi 6 3DMark benchmark

O 3D Mark oferece uma série de testes para benchmark de smartphones. Entre eles, o Slingshot Extreme permite comparar diretamente entre processadores e GPUs em conteúdos acima do Full HD. A resolução do display é um fator que pode afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho.

Xiaomi Mi 6 AnTuTu benchmark

O app AnTuTu 6 permite testar interface, CPU, GPU e memória RAM dos dispositivos. Os resultados são fornecidos individualmente e somados para gerar uma pontuação total. E aqui também vale a máxima para os pontos: quanto mais, melhor.

Xiaomi Mi 6 Vellamo benchmark

O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes aos smartphones, medindo o desempenho durante o acesso de conteúdo na internet por meio de navegadores no primeiro e a performance do processador no segundo. Novamente, números maiores indicam resultados melhores.

Variações da mesma beleza

As duas especificações de hardware do Mi 6 podem ser encontradas no seu design com laterais em aço e traseira em vidro, isso nas opções de cores preto, branco e azul. A última parece ser a mais bonita das três, mas infelizmente nós só recebemos o modelo preto mais básico aqui.

Além desses três, o Mi 6 tem um modelo mais luxuoso, com um estilo mais parecido com o do Xiaomi Mi Mix – que testamos não faz muito tempo. Nessa versão, só o hardware com 128 GB de armazenamento está disponível. O corpo é feito de cerâmica preta, e alguns detalhes nas câmeras são feitos em ouro 18 quilates. Ostentação pura.

Xiaomi Mi 6 design visual

Seja como for, o Mi 6 tem um design muito bonito em qualquer uma dessas versões. O estilo das câmeras duplas sem calombo na traseira e o acabamento brilhante chamam atenção e agradam. No entanto, há um detalhe que deve ser considerado. As versões de vidro do celular são bastante escorregadias, tanto na mão quanto em cima de uma superfície lisa – e, com base na minha experiência com o Mi Mix, a versão de cerâmica deve ter o mesmo problema.

Pelo menos a Xiaomi inclui uma capinha na caixa. Ela tira bastante o charme do aparelho, mas protege contra danos de quedas. E eu sei disso porque sim, deixei o Mi 6 cair mais de uma vez enquanto estava com a capinha, e ele sobreviveu sem qualquer dano.

Tela na medida certa

O Mi 6 vem com um painel IPS LCD de 5,15 polegadas e resolução Full HD, então tem um bom nível de detalhes para praticamente tudo que você pode fazer com ele. Uma resolução Quad HD faria mais diferença em um display de 5,5 polegadas ou mais.

O brilho da tela do Mi 6 é forte, o que facilita as coisas na hora de usar o celular sob a luz do sol, e as cores são saturadas e variadas, só não tão vivas quanto em um AMOLED ou Super AMOLED – o que normalmente me agrada mais. De qualquer jeito, a experiência aqui é muito boa.

Xiaomi Mi 6 tela display

MiUI sem novidades... por enquanto

Sobre a interface, o Mi 6 não tem grandes novidades com relação aos outros smartphones da Xiaomi. O software é a MiUI 8.5, uma modificação baseada no Android 7.1 Nougat, mas é difícil notar diferenças em comparação com o que vimos no Mi Mix, que era baseado no Marshmallow. A experiência é basicamente a mesma entre os dois celulares e só deve mudar quando a versão estável global da MiUI 9.0 chegar, o que ainda não tem uma data oficial para acontecer.

Do jeito que está agora, a interface do Mi 6 é ágil e não sofreu com travamentos ou engasgos durante os nossos testes. O visual continua bem parecido com o do iOS, tanto no formato dos ícones quanto na ausência de uma gaveta de aplicativos, e os menus seguem parecendo com os da TouchWiz antiga da Samsung.

Xiaomi Mi 6 interface  MiUI

Os botões de navegação são físicos, com o sensor de digitais servindo de atalho para a home e as outras teclas logo ao lado. Esses comandos capacitivos têm LEDs próprios, mas que só se acendem depois que você toca neles, o que não faz muito sentido para mim. Pelo menos você pode trocar a posição do botão de voltar e do gerenciador de apps, então é só escolher sua ordem favorita antes de usar.

A sombra da Shop ROM

Se estamos falando de um celular da Xiaomi importado da China, temos que mencionar também do risco de ele vir com a versão não oficial do sistema operacional, que é chamada de Shop ROM. Essa variante “pirateada” do sistema é feita com base o software original chinês para as varejistas poderem vender logo os aparelhos da marca em outros países.

O  software chinês modificado pode causar problemas diversos

O problema é que a Shop Rom pode causar vários bugs nos celulares. No meu caso, não tive esse azar com o Mi6, mas já aconteceu com outros aparelhos da Xiaomi que testei para o TecMundo. Se você der azar, a solução é seguir o tutorial que preparamos para ajudar quem precisa identificar e remover o software modificado – confira clicando aqui.

Bateria apenas OK

Seguindo para a bateria, o Mi 6 teve resultados aceitáveis. No nosso teste de stress, com um vídeo rodando no YouTube por 1 hora com o brilho da tela no máximo, o consumo de energia foi suficiente para o aparelho aguentar 7 horas e 41 minutos antes de ficar sem carga. Não é um número exatamente ruim, mas está longe de ser um dos melhores que já vi por aqui.

Mesmo assim, deu para perceber que é só diminuir um pouco o brilho da tela para a bateria durar consideravelmente mais. Na prática, o aparelho consegue suportar um dia inteiro de uso intenso, mas não dá muita folga para isso. Aos menos há alívio em saber que o carregamento da bateria do Mi 6 é rápido, indo de zero a 100% em 1 hora e meia.

Xiaomi Mi 6 bateria

Extras

No quesito áudio, o Mi 6 está longe de ter resultados realmente excelentes, mas já está bem melhor do que muitos outros smartphones chineses que testei até agora. Digo isso porque, por mais que ele tenha uma saída de som malposicionada na parte de baixo, isso não chega a ser um problema, pois o Mi 6 também conta com um alto-falante frontal.

Dessa forma, mesmo quando você cobre a saída de baixo com a mão, dá para continuar ouvindo tudo sem problemas. O som sai um pouco distorcido nos volumes mais fortes, mas em geral a qualidade e a intensidade do áudio são aceitáveis.

Xiaomi Mi 6 usb type-c

Agora, se já era ruim os celulares chineses não terem fone de ouvido na caixa, o Mi 6 deu um passo além e veio também sem uma entrada para fone de ouvido. O celular da Xiaomi até inclui um daqueles acessórios para converter o USB Type-C em um plug P2, mas é bem chato ter que ficar andando com isso por aí.

Antes de encerrar, vale também falar do leitor de digitais, que fica na frente do celular. A posição é fácil de alcançar, e o desbloqueio é rápido. Nada a reclamar aqui.

Vale a pena?

Como a Xiaomi não está mais aqui no Brasil, quem quiser comprar um Mi 6 vai ter que importar por meio de lojas como a GearBest. Por lá, o modelo mais básico, sem descontos, custa US$ 540, o que sai no máximo por R$ 2.708 se você der o azar de ser taxado em 60% pela alfândega. Já caso você seja taxado da forma mais habitual, que costuma ser em cerca de R$ 200, a versão de 64 GB de armazenamento vai ficar perto de uns R$ 1.893 – e isso sem considerar as promoções que rolam direto na GearBest.

O Mi 6 tem uma das melhores relações custo-benefício em um smartphone atual, tirando talvez a câmera

Da mesma forma, o modelo de vidro com 128 GB pode custar entre R$ 2.458 e R$ 3.613, e a versão de cerâmica pode ficar entre R$ 2.749 e R$ 4.078. Lembrando que os valores mais altos são só estimativas de quanto você pode ter que pagar se não pegar nenhum desconto e der o azar em ser taxado em 60%. Considerando os descontos que podem ser encontrados em lojas como a GearBest na maior parte do tempo, é bem possível que você acabe gastando menos que o valor mínimo que eu mencionei.

Com isso em mente, o Xiaomi Mi 6 realmente tem uma das melhores relações de custo-benefício que dá para encontrar em um smartphone atual, tirando talvez o quesito câmera. Nesse ponto, o Mi 6 manda bem de dia, mas peca bastante no escuro. Fora isso, há também o fato de que ele não tem assistência técnica aqui no Brasil, então você precisa ficar esperto com o prazo de devolução caso o aparelho chegue com algum defeito. Se nenhum desses pontos for um grande incômodo para você, então o Mi 6 com certeza vale muito a pena.

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E aí, o que você achou do Xiaomi Mi 6? Deixe a sua opinião e as dúvidas que tiverem sobrado aí nos comentários, que eu respondo assim que puder. Se você estiver a fim de comprar um, é só dar uma olhada nos links a seguir para encontrar descontos interessantes.

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