8 mistérios resolvidos pelos "detetives da internet"

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Quem nunca sonhou em tornar-se um detetive? Com tantas histórias clássicas, como as de Sherlock Holmes e as séries modernas de ficção, é fácil sonhar com uma vida cheia de mistérios para solucionar.

Para quem tem acesso à internet, no entanto, esse sonho não está tão distante, já que existem centenas de casos que a polícia nunca conseguiu desvendar, mistérios possivelmente sobrenaturais e outras histórias para solucionar.

Esses detetives virtuais usam ferramentas de busca e conhecimentos avançados para tentar descobrir a verdade por trás de vários casos, e muitas vezes eles acertam — apesar de existirem histórias, como a caçada aos culpados pelas bombas na Maratona de Boston, em que a inteligência coletiva erra totalmente o alvo.

Muitos casos, principalmente os mais bizarros e antigos, ainda permanecem sem explicação, mas outros conseguiram um final mesmo depois de muitos anos, graças aos detetives virtuais. Leia a seguir algumas histórias de códigos que foram quebrados, pessoas que foram salvas, famílias que foram reunidas e outros mistérios que a internet ajudou a solucionar de alguma forma.

1) O acorde mais famoso do mundo

Se você já ouviu alguma coisa dos Beatles, é muito possível que conheça o famoso acorde que inicia “A Hard Day`s Night”. O que você talvez não saiba é que essa combinação de notas permaneceu por muitos anos um mistério, já que a banda nunca oficialmente divulgou o que estavam tocando e ninguém, até então, havia conseguido descobrir.

Pouco antes de morrer, George confessou as notas que havia tocado ali, mas ainda faltavam os outros dois integrantes. Para resolver este mistério, um matemático em 2004 se reuniu com fãs de todo o mundo em uma ousada experiência: ele criou uma operação que separou o acorde em 29,375 frequências e passou, com os outros entusiastas, os próximos seis meses tentando bater isso com os instrumentos.

O professor Jason Brown e a sua descoberta (Fonte da imagem: Reprodução/Ryerson Universidade)

O que eles descobriram mudou completamente a forma como os fãs enxergam essa sequência inicial. Uma pessoa a mais — além de Paul, George e John — fez parte deste memorável acorde: o produtor George Martin ajudou os Beatles com uma combinação de notas tocadas em um piano, dando o toque final para o começo de uma das mais famosas músicas da história.

2) Um código quebrado depois de 20 anos

Imagine que alguém bem próximo a você está com uma doença terminal e, durante os últimos dias de vida, escreve uma porção de códigos em cartões, sem uma lógica aparente ou mesmo uma chave para lê-los. Foi o que aconteceu com a família de Janna Holm, cuja avó faleceu em 1994 e deixou essas misteriosas cartas.

Seriam apenas letras desconexas ou aqueles cartões trariam uma mensagem a mais? Por 20 anos, a família Holm ficou sem resposta para essa pergunta, até que Janna resolveu perguntar no site Ask MetaFilter se alguém poderia ajudar. Em menos de meia hora os usuários daquele fórum chegaram a uma resposta.

Cartão deixado pela avó de Janna Holm com códigos que passaram 20 anos indecifráveis (Fonte da imagem: Reprodução/Janna Holm)

O esforço conjunto levou aquelas pessoas a decifrarem o código como uma espécie de oração, na qual a avó Holm pede por várias pessoas e situações. O conteúdo completo não pôde ser decifrado, já que era muito pessoal e desconhecido das pessoas que estavam ajudando Janna, mas agora a família pode ter a certeza de que as mensagens deixadas pela matriarca tinham um sentido claro.

3) O alfabeto impossível de Zelda

Se você já jogou qualquer game da franquia Zelda, sabe que existe um alfabeto — chamado Hylian — completamente diferente que aparece nos games de forma escrita, em várias partes das fases. Para que os fãs pudessem conhecer mais a fundo os jogos, a Nintendo sempre disponibilizava uma tradução disso em cada versão lançada.

Porém, para o game The Legend of Zelda: Skyward Sword, a desenvolvedora disse que essa tarefa era impossível. Porém, se existe algo que os fãs de games não acreditam, é que algo assim não tenha explicação, então vários deles se juntaram em um fórum para tentar solucionar o mistério. O problema é que eles ficavam sempre empacados nas mesmas letras.

A jogadora Sarinilli Morian desvendou o alfabeto do game (Fonte da imagem: Reprodução)

Foi então que uma jogadora conseguiu desvendar o código inteiro sozinha, usando dicas deixadas por sequências repetidas ao longo do game, que ela provou ser o alfabeto de Hylian em sequência. Depois disso, foi mais fácil descobrir o que as placas e os avisos diziam ao longo do game, mas a verdade é que eles só dizem frases como “Você pode ler isso” ou “Venda esgotada”.

4) As irmãs reunidas graças às redes sociais

Você consegue imaginar a sua reação ao abrir o Facebook e ver uma montagem de duas fotos suas, com a exceção de que uma delas não é exatamente sua? Foi exatamente o que aconteceu com a jovem Anaïs Bordier, que recebeu de um amigo uma colagem de uma menina que era muito, muito parecida com ela.

A montagem e o primeiro contato das duas (Fonte da imagem: Reprodução/Twinsters)

Depois de meses de pesquisa, uma pessoa na internet acabou reconhecendo a garota da imagem como a atriz Samantha Futerman. Foi aí que tudo ficou mais interessante, já que a página do IMDB da moça dizia que ela havia nascido no mesmo dia e no mesmo país que Anaïs, uma jovem nascida na Coreia do Sul, porém que havia sido adotada e atualmente mora em Londres.

Ela pesquisou mais sobre a atriz e, com a ajuda de amigos, conseguiu descobrir que a garota também era adotada. Não podia ser apenas uma coincidência! Anaïs então mandou uma mensagem na página de Samantha no Facebook, contando o ocorrido e pedindo no final “não surte, mas acho que somos irmãs!”. E ela estava certa!

As duas irmãs, que foram reunidas graças à internet (Fonte da imagem: Reprodução/Twinsters)

Samantha e Anaïs começaram a conversar e resolveram se conhecer em Londres e então filmar um documentário sobre a curiosa história, chamado Twinsters. E, claro, os exames de DNA provaram que as duas são realmente irmãs.

5) Os salvadores anônimos no Tumblr

O Tumblr é uma ótima plataforma para fãs de arte, séries e cultura pop que desejam se encontrar para compartilhar fotos, GIFs e vídeos sobre os seus interesses em comum. Porém, a rede social também possui um lado mais obscuro: por ser muito fácil criar uma página e permanecer anônimo, a rede é usada por muitas pessoas que procuram dar um fim à vida e querem deixar uma mensagem final.

Em maio de 2013, Jackie Rosas viu um post em um dos blogs que ela seguia no Tumblr contendo uma mensagem que parecia ser um último adeus de uma jovem que iria se matar. O problema é que ela sabia apenas o primeiro nome da garota e nada mais, já que não havia nem indicação de onde ela morava.

A policial responsável por ajudar Rosas a encontrar a garota (Fonte da imagem: Reprodução)

Mesmo assim, ela ligou para uma linha especializada em casos de suicídio e explicou o que estava acontecendo. Rosas, a polícia e outros usuários da rede então começaram uma busca pelo feed da garota que estava prestes a tirar a vida, buscando dicas. Oito horas depois, eles chegaram a uma conta no Twitter e conseguiram a localização da pessoa.

A polícia foi então acionada naquela região e conseguiu prevenir o pior, graças ao esforço conjunto de desconhecidos que se uniram pela internet. Atualmente, o próprio Tumblr lançou um serviço no qual você pode “denunciar” perfis que estejam dando indícios de suicídio, para que eles possam ajudar na busca pela pessoa em qualquer lugar do mundo.

6) A viajante no tempo de um filme de Chaplin

Essa história é bem conhecida, mas talvez você não saiba que ela tem um final e foi completamente explicada depois de uma pesquisa na internet. Tudo começou quando alguém notou uma mulher, no filme “O Circo”, de Charles Chaplin, que parecia estar usando um telefone celular. Hoje em dia, isso não seria digno de nota, mas esse filme foi gravado em 1928.

Diversas teorias sobre viagem no tempo e previsões do futuro começaram a ser levantadas, já que claramente a mulher segura um objeto perto do ouvido e conversa, como se realmente estivesse usando um telefone celular. O mistério foi desvendado, no entanto, e é bem menos sobrenatural e interessante do que as especulações.

O usuário Crennycrenshaw, no YouTube, comentou que o que aparentava ser um telefone era, na verdade, um aparelho auditivo da Siemens, que naquela época era enorme e precisava ser segurado dessa forma. Apesar dessa solução ser a mais plausível, ainda é difícil não enxergar uma pessoa falando ao telefone ao ver este trecho do filme.

7) Uma música que ninguém conhece

Uma das grandes facilidades dos celulares modernos é que você pode abrir um aplicativo, apontar para a fonte de som e descobrir que música está tocando em poucos segundos. Mas e se os apps especiais para isso não souberem a canção em questão? Obviamente, o próximo passo é memorizar parte da letra e procurar no Google. Mas e se nem o Google souber?

A música, que foi apelidada pelos usuários de fóruns especializados como “Stay (The Second Time Around)”, parecia ser tão obscura que ninguém fazia ideia de quem era o cantor ou de quando exatamente era a canção. Isso se seguiu até 2013, quando um utilizador do Reddit conseguiu identificar o seu autor como Johan Lindell, um músico que não usava a internet e nunca havia entrado em contato com essa longa busca pela sua canção.

8) O corpo identificado 35 anos depois

Você sabia que o governo americano possui uma plataforma chamada NamUS, que possui um banco de dados completo sobre pessoas desaparecidas e corpos não identificados? Pois foi exatamente essa ferramenta que ajudou a antropologista forense Sharon Derrick a identificar uma mulher que havia morrido há 35 anos.

A antropóloga que conseguiu desvendar um caso graças a uma dica dada na internet (Fonte da imagem: Johnny Hanson/Houston Chronicle)

Pesquisando por notícias da época, fotos e dicas nas imagens do banco de dados, a pessoa deixou uma dica a respeito de sardas visíveis em uma fotografia, que poderiam ajudar a identificar aquele corpo.

Com a ajuda deste usuário anônimo, a antropóloga conseguiu juntar aquele caso com o de Paulette Jaster, que havia sumido 35 anos antes e nunca havia sido encontrada. Assim que o mistério foi solucionado, a família da vítima foi então avisada e finalmente, depois de tanto tempo, pôde prestar as suas últimas homenagens à mulher que havia sido morta.

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