Jovem é condenado a prisão após jogar Pokémon Go em igreja

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Histórias bizarras envolvendo Pokémon Go foram relatadas desde que o game foi lançado em 2016, incluindo acidentes e até homicídios. Agora, mais um caso ligado ao jogo mobile causou uma decisão inesperada: a condenação de um jovem russo por ter jogado o título dentro de uma igreja.

De acordo com agência russa TASS, o vlogger Ruslan Sokolovsky, de 22 anos, foi considerado culpado pela Justiça de seu país após publicar um vídeo dele mesmo jogando Pokémon numa igreja russa. Yekaterina Shoponyak, a juíza que cuida do caso, considerou que o jovem "violou sentimentos religiosos e incitou o ódio", além de portar ilegalmente equipamentos técnicos especiais - uma caneta com uma câmera de vídeo embutida, a mesma usada para gravar o clipe num templo ortodoxo construído em memória do Imperador Nicolau II.

O vídeo foi gravado em julho do ano passado na Igreja de Todos os Santos da cidade de Ecaterimburgo, a pouco mais de 1,7 mil quilômetros da capital Moscou. A ideia do rapaz era fazer um protesto contra as leis russas que proíbem o uso de smartphones dentro de templos religiosos. Como aponta a agência Associated Press, seriam essas mesmas leis que fizeram com que os integrantes da banda Pussy Riot ficassem quase dois anos presos por terem tocado uma música dentro de uma igreja.

No início de setembro, autoridades prenderam Sokolovsky, que ficou mantido em prisão domiciliar por dois meses. Em outubro, ele acabou sendo transferido para um centro de detenção pré-julgamento por ter violado os termos da prisão domiciliar, e ficou lá até então. Após a sentença de Shoponyak, o garoto foi condenado a 3 anos e meio de prisão em regime fechado, podendo ser ampliado para até cinco anos dependendo do comportamento do vlogger.

"Eu posso ser um idiota, mas de forma alguma sou um extremista. Há muito tempo, pessoas eram presas em campos de concentração por vários anos - não por 3 anos e meio, mas por décadas -, porque elas faziam piadas, por exemplo, sobre comunismo e Stalin", disse Sokolovsky em um comunicado enviado em abril ao site Meduza. "Agora eles querem me manter preso porque eu brinquei de forma obscena sobre ortodoxia e sobre o patriarca Cirilo I de Moscou. Para mim, isso é selvageria e barbarismo. Não entendo como isso é possível", completou.

Durante seu julgamento, Sokolovsky teria pedido desculpas a qualquer um que tenha se sentido ofendido em seu vídeo (que ainda está disponível na internet). Mesmo em regime fechado, ainda não se sabe se o jovem terá de cumprir sua pena em uma penitenciária ou no centro de detenção em que vive atualmente.

A organização internacional de direitos humanos Amnesty pressionou as autoridades pela libertação de Sokolovsky, argumentando que a punição e a lei russas são uma restrição à liberdade de expressão.

 

Fontes

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