Battletoads: nossos sapos favoritos estão de volta [análise]

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Passamos alguns anos esperando, E3 após E3, o anúncio de um novo game estrelado por Zitz, Rash e Pimple, e enfim chegou o momento de conferir o aguardado retorno de Battletoads ao mundo dos games de forma oficial.

Para aqueles que, assim como eu, cresceram se divertindo no saudoso Nintendinho 8 bits (e até mesmo tiveram a chance de conferir o título da série no Super Nintendo), provavelmente passa pela cabeça a curiosidade de saber se o novo jogo ficou bom antes de adquiri-lo. Sendo assim, confira nas linhas mais abaixo a nossa opinião.

-Fonte:  Steam 

Os sapos estão de volta!

Foram alguns bons anos longe do mundo dos games, e o próprio enredo faz questão de lembrar disso. Logo de cara somos apresentados a uma fase na qual o trio de sapos está em uma espécie de cerimônia celebrando seus grandes feitos, mas no fim das contas descobrimos que tudo não passa de uma montagem. O motivo? Eles acabaram esquecidos depois de um tempo e até fizeram alguns bicos diferentes para se manterem ativos.

Após essa breve introdução, que também serve como uma espécie de tutorial para a apresentação de novos movimentos e algumas mecânicas inéditas, a aventura começa a engrenar até chegar o momento em que o time recebe uma mensagem de uma antiga conhecida: Dark Queen.

Após explicar seus pontos e propor uma aliança um tanto quanto inusitada, a aventura começa oficialmente, trazendo diversos momentos envolvendo alienígenas, piadas (algumas boas, outras nem tanto), minigames e outros tipos de elementos ao longo de suas fases.

Fonte:  Steam 

Um clássico atualizado

A primeira coisa que devo mencionar é que a transposição do estilo antigo que conhecíamos para os dias atuais foi feita com maestria pela equipe da DLaLa, a produtora do game. Algumas pessoas até torceram o nariz para o estilo gráfico do jogo quando ele foi exibido inicialmente, mas o fato é que isso não incomoda nem um pouco.

Para ser franco, esse modelo até casa com os moldes do que vimos em Streets of Rage 4, por exemplo, e faz o game transpirar a modernidade que ele precisa para os seus combates. Esses, aliás, apresentam recursos um pouco diferentes dos vistos nos títulos passados.

Fonte:  Steam 

Combates de primeira

Para dar cabo dos inimigos que surgem no caminho, os sapos ainda possuem socos, chutes, voadoras e finalizações diferenciadas (golpes comuns são ativados com um botão e a finalizações mais estilosas são separadas para um botão diferente). É possível criar combos variado utilizando essas combinações, e cada personagem age de um jeito em combate.

Enquanto Pimple faz poucos movimentos por conta de seu tamanho e força (e, consequentemente, oferece menos recursos para os combos), Zitz e Rash permitem brincar um pouco mais em combate. Entretanto, as diferenças ficam apenas nos golpes, já que os demais recursos são comuns a todos os sapos, como utilizar a língua para trazer um inimigo para perto, comer moscas para recarregar energia, esquivar e até mesmo cuspir um chiclete para prender o inimigo em um ponto do cenário.

Caso opte por jogar sozinho, terá a chance de trocar livremente entre os personagens, ajudando a traçar melhor suas estratégias. E acredite: isso será bastante necessário, já que em boa parte do tempo você estará encarando pelo menos uma dezena de oponentes ao mesmo tempo (e até planos variados), e em alguns casos será necessária a força de Pimple para não perder muito tempo com os inimigos mais fracos, enquanto alguns que atacam mais a distância podem ser alcançados mais facilmente com a velocidade de Zitz ou Rash.

Os confrontos contra os chefes também merecem destaque. É verdade que eles não são muitos, mas definitivamente você não vai realizar essas batalhas de forma idêntica, seja pelo tipo de arena na qual esse combate acontece ou mesmo pela dinâmica proposta pelo chefe, o que ajuda a tornar tudo ainda mais divertido.

Novos elementos?

Quem teve a oportunidade de dar uma olhada na descrição do game na Microsoft Store ou no Steam deve ter visto um tópico falando que esse Battletoads possui “sequências de jogo variadas para atender ao gosto de todos”. E, de fato, isso realmente acontece aqui.

Fonte:  Steam 

O time de desenvolvimento decidiu brincar bastante com a versatilidade permitida pelos personagens. Pegando por base o que já tínhamos no título original, por exemplo, temos o retorno da clássica fase das motos voadoras (a primeira aparição dela, inclusive, é na fase 3, mantendo uma homenagem ao título original) – e que está muito divertida e desafiadora por sinal.

Além dela, também temos a oportunidade de ver alguns quebra-cabeças simples para avançar nos trechos de ação e diversos minigames um pouco mais aleatórios, como uma espécie de Olimpíada, apenas para citar um exemplo. Complementam esse novo grupo alguns estágios de jogo de navinha e até mesmo áreas que prestam homenagens aos games de plataforma.

De fato, não há dúvidas de que todas essas fases foram bem feitas e prestam uma boa homenagem aos seus gêneros de referência, inclusive com um grau de desafio muito similar (as fases de shmup por exemplo trazem muito brilho de explosões e tiros e adversários bem variados). Porém, devo confessar que isso fez o game perder um pouco da sua essência.

Caso seja saudosista e opte por comprar o game, é bom já saber que a porção na qual você efetivamente bate em todo mundo que se move não chega a representar nem metade das fases da aventura. Outro detalhe é que às vezes você vai passar por muitas seções sem luta até voltar ao estilo de origem dos sapos – ou seja, a grande impressão é de que estamos mais diante de um título à la Evoland, ainda que todos os componentes adicionais funcionem bem.

Fonte:  Steam 

Ainda há mais nessa mistura

Somado a todos os elementos mencionados anteriormente, Battletoads ainda traz atrativos tanto para speedrunners quanto para os mais detalhistas: enquanto os primeiro recebem uma recompensa em forma de colecionável caso completem determinadas fases obedecendo algumas condições de velocidade, os que se enquadram no outro grupo certamente vão vasculhar cada canto do estágio em busca desses itens.

O game também oferece suporte à jogabilidade cooperativa, permitindo que outros dois jogadores possam entrar e sair da partida quando quiserem. Porém, curiosamente não há uma modalidade multiplayer online, o que certamente vai fazer muitos curtirem o game sozinho levando em conta o cenário atual que estamos vivendo.

Completando, as sequências entre algumas fases apresentam alguns filminhos, mas por algum motivo na versão do jogo para PC eles não rodaram (apenas o áudio estava funcionando). Mesmo desinstalando o game e me certificando de que tudo no computador estava atualizado, ainda assim não pude verificar como essas cenas são (incluindo nessa lista o final do game), o que estragou um pouco a experiência. Claro que talvez isso seja corrigido com algum tipo de atualização após o lançamento, e dessa forma todos vão poder curtir Battletoads por completo.

Vale a pena?

Desde que você não venha esperando um game totalmente beat’em up, Battletoads tem pontos que podem atrair sua atenção. A ausência de um multiplayer online faz falta especialmente em tempos de pandemia, mas no fim das contas a equipe da DLaLa fez um bom trabalho com este game.

Battletoads foi gentilmente cedido pela Microsoft para a realização desta análise.

Battletoads: nossos sapos favoritos estão de volta! via Voxel

Fontes

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