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Netflix explica caso Cambridge Analytica em Privacidade Hackeada

Novo documentário da plataforma de streaming mostra os detalhes de um dos episódios mais importantes sobre privacidade e segurança de dados

29/07/2019, às 11:17

Netflix explica caso Cambridge Analytica em Privacidade Hackeada

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Imagem de Netflix explica caso Cambridge Analytica com Privacidade Hackeada no tecmundo

caso Cambridge Analytica abalou as estruturas de várias gigantes da tecnologia. Quando foram descobertos os vazamentos de dados do Facebook a uma companhia que trabalhou na campanha da eleição de Trump, muitos outros segredos vieram à tona e nada mais foi o mesmo quando falamos sobre privacidade e segurança de dados. Agora, o documentário Privacidade Hackeada, da Netflix, mostra os detalhes desse episódio.

Antes, de mais nada, para quem não sabe exatamente do que se trata, um rápido resumo: a firma de análise de informações Cambridge Analytica vasculhou, manipulou e usou em seus trabalhos os conteúdos e contatos de vários usuários do Facebook, sem o consenso de ninguém. Esse material foi utilizado em conjunto com algoritmos, para criar um conjunto de ações para influenciar eleitores nos Estados Unidos e em vários outros países — em especial no pleito estadunidense de 2016 e no plebiscito sobre o Brexit.

As consequências ficaram tão sérias que depois disso foi criada a Lei Geral sobre a Proteção de Dados e empresas como Google, Facebook e Amazon vêm sendo muito questionadas nos últimos três anos sobre isso. A própria rede social foi multada recentemente em US$ 5 bilhões e realizou uma série de mudanças em acordo com o governo norte-americano. A Cambridge Analytica declarou falência.

Documentário tem foco em três personagens

Dirigido pelo oscarizado Karim Amer, do documentário musical A Um Passo do Estrelato, o filme acerta em selecionar três personagens — o assunto é recente e delicado, portanto, não há assim tantas fontes importantes que aceitam falar, a exemplo do próprio ex-CEO da Cambridge Analytica, Alexander Nix.

O professor David Carroll apenas quer saber o que aconteceu com seus dados e luta para conseguir transformar as informações digitais de todo mundo em direitos humanos — o que provavelmente traria consequências mais severas a quem usa nossos dados de forma irresponsável.

Fonte: Netflix/ReproduçãoFonte: Netflix/Reprodução

Já Brittany Kaiser é uma ex-funcionária da Cambridge Analytica que depôs contra a empresa e foi peça fundamental para que fossem descobertos os abusos com mais de 87 milhões de contas do Facebook. 

netflixFonte: Netflix/Reprodução

E Carole Cadwalladr é uma jornalista britânica que acompanhou de perto o caso e foi finalista do Prêmio Pulitzer de 2019, justamente por conta de sua atuação nessa investigação.

netflixFonte: Netflix/Reprodução

A partir de várias entrevistas e de recortes do que aconteceu, temos um panorama bem explicado sobre o que atualmente ocorre com nossas informações e como o chamado Business Intelligence tem se tornado uma arma — que muitas vezes é usada por corporações e pelo próprio governo para que a “apontemos” uns para os outros, causando confusão e discórdia para nos distrair das verdadeiras causas e dos bilhões de dólares gerados com essa “guerra digital”.

Vale e pena?

O caso Cambridge Analytica ainda está reverberando e muitas decisões a respeito estão sendo tomadas agora. Esse “frescor” no assunto traz uma qualidade e um defeito: o fato de ser lançado é ótimo, por trazer com urgência um tópico essencial sobre o que faremos daqui para frente; por outro lado, leis e mudanças que ocorreram após esse episódio não aparecem no documentário, talvez justamente por conta do pouco tempo para produção e lançamento.

Se você ainda não se deu conta de como nossos dados são importantes e de que maneira estamos sendo vendidos diariamente em troca de conforto, veja esse documentário e pense novamente. Escrevemos diariamente por aqui no TecMundo sobre isso e não é novidade para nossos leitores, mas saber como as companhias estão manipulando e moldando nossas realidades individuais, para o bem e para o mal, pode ser esclarecedor para muita gente.

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