Da ficção para a realidade: Tron – O Legado

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Quando o filme “Tron – Uma Odisseia Eletrônica” chegou às telas dos cinemas no início da década de 80, a indústria dos games ainda estava engatinhando e não era nem sombra do império que construiu hoje. Ainda assim, a produção da Disney baseada em um jogo de video game atraiu centenas de fãs, tornando-se um ícone cult da ficção científica.

Quase 30 anos depois, Tron está de volta em um cenário completamente distinto. Os jogos de vídeo game deixaram de ser mera casualidade e se tornaram uma das indústrias de maior faturamento no entretenimento. Os efeitos especiais também evoluíram e hoje é possível recriar no cinema qualquer coisa que a mente humana for capaz de imaginar.

Em “Tron – O Legado”, Sam Flynn redescobre uma antiga casa de jogos do pai, que trabalhava no projeto de um jogo onde o usuário seria capaz de entrar no mundo criado pelo video game e com ele interagir. Ao constatar a descoberta Sam acidentalmente é transportado para o mundo de Tron e lá é obrigado a lutar para sobreviver aos desafios dos jogos programados.

Visual de Tron - O Legado

Fonte da imagem: Disney / Divulgação

Além disso, as inteligências artificiais criadas para os jogos seguem as ordens de um líder traidor que planeja deixar o mundo virtual e expandir os seus domínios também para o mundo real, ameaçando o equilíbrio e a sobrevivência no planeta.

Com belíssimos efeitos visuais e uma trilha sonora especial criada pela dupla Daft Punk, “Tron – O Legado” é uma das maiores apostas da Disney nos últimos anos e, além do filme, um parque temático especial foi criado em Disney World para que a franquia permaneça na mente dos espectadores por muito mais tempo.

Algoritmos isomórficos

Visual do filme Tron - O Legado

Fonte da imagem: Disney / Divulgação

Para que a vida no mundo de Tron seja possível, a produção parte da descoberta de algo chamado de algoritmos isomórficos. O processo parte do princípio que, para existir vida, é preciso existir energia e os algoritmos seriam uma forma dela.

O isomorfismo de cada um dos algoritmos permitiria que eles “aprendessem” os conceitos ensinados por um usuário, tornando-se independentes e autossuficientes. No filme, os seres criados a partir desse processo são chamados de ISOs, numa referencia tanto à teoria quanto ao termo utilizado para designar as imagens de mídias criadas em um computador.

Na ficção, essa teoria é possível e perfeitamente plausível. Mas apenas na ficção. Não há, no mundo real, nenhum estudo em andamento que pressuponha que pode haver vida na energia gerada por algoritmos. Entretanto, se levarmos em consideração o conceito de “seres criados à nossa imagem e semelhança” o panorama muda de figura.

Dentro dessa proposta, os avanços da robótica são os que mais se aproximam da ideia ventilada em Tron. Já existem robôs capazes de não apenas executar as tarefas a que foram programados, mas também de identificar o comportamento de um usuário e “aprender” com ele, moldando as suas ações de acordo com a expectativa de quem o comanda.

Inteligências artificiais

Visual do filme Tron - O Legado

Fonte da imagem: Disney / Divulgação

O jogo Tron, no qual o filme se baseia, é extremamente lógico e encontra muito espaço para uma inteligência artificial mais aprimorada. Para quem não se lembra dele, a ideia era similar ao clássico Snake, popularmente conhecido como “jogo da cobrinha”. O objetivo do jogador, no entanto, era cercar a “cobrinha” do adversário, fazendo com que ela ficasse presa.

No entanto, a inteligência artificial se tornou um dos elementos mais importantes dos jogos de video game dos consoles de última geração. Não basta enfrentar a máquina, é preciso que ela imponha um desafio diferente a cada vez que você jogar contra ela.

Nesse quesito, não há como negar que houve uma grande evolução. Embora ainda não existam games com inteligências tão evoluídas como o Deep Blue (programa que venceu o mestre do xadrez Gary Kasparov utilizando uma combinação complexa de possibilidades), encarar um desafio contra o computador pode ser tão divertido quanto enfrentar outro usuário, ainda que por menos tempo.

O estudo das inteligências artificiais e o seu consequente desenvolvimento é um dos campos que mais atrai a atenção de pesquisadores das áreas de robótica e engenharia de software e as possibilidades nesse segmento ainda têm muito espaço para evoluir.

Você no mundo dos games

Visual do filme Tron - O Legado

Fonte da imagem: Disney / Divulgação

A experiência mais divertida e criativa apresentada no mundo de Tron é a possibilidade do usuário entrar literalmente no mundo virtual e interagir por completo com os elementos criados por computação. Da maneira como é mostrado no filme, isso não é possível de acontecer na vida real.

No entanto, isso não significa que você não possa se sentir como se isso realmente estivesse acontecendo. O conceito de realidade virtual atualmente vem ganhando força junto à indústria, graças ao desenvolvimento do 3D como ferramenta de suporte ao entretenimento.

Pesquisadores espanhóis foram além e criaram um experimento chamado de máquina de indução sensorial. A proposta consiste em um ambiente em que o usuário interage com elementos virtuais e tem a nítida sensação de estar em contato com eles.

A ideia é não apenas estimular o campo de visão e a audição, mas todos os outros sentidos, permitindo que o usuário sinta a textura de um elemento virtual, bem como possa inspirar um determinado aroma num momento adequado. Isso faz com que o cérebro potencialize a experiência, guardando ela na memória como algo vivenciado e não apenas visto.

Carros, motos e aviões virtuais

Visual do filme Tron - O Legado

Fonte da imagem: Disney / Divulgação

Pensar em carros, motos e aviões virtuais capazes de transportar os passageiros de um ponto para outro, com certeza, é algo que será possível apenas no imaginário dos cineastas e escritores. Porém o elemento mais inspirador para o mundo real é o design.

O visual em cores de neon criado especialmente para Tron é inegavelmente belo e deixa no ar um clima futurista. As curvas das motos e dos carros seguem uma proposta que vai além da beleza. Repare, por exemplo, que todos os veículos se adaptam de maneira anatômica ao usuário e não o oposto.

Como formador de opinião e indutor de elementos da indústria cultural, o cinema sempre foi reconhecido por inspirar visualmente muitos outros trabalhos. No caso específico de Tron, podemos esperar, sem dúvidas para muito em breve, produtos que se utilizam desse conceito para agradar o usuário.

As motos do filme, por exemplo, já estão disponíveis numa série limitada de dez unidade, cada uma pelo preço de 55 mil dólares. Gadgets como pendrives e mouses também ganharam versões especiais. Até mesmo a versão norte-americana da Playboy preparou um ensaio fotográfico com modelos, todas elas com visual inspirado na produção.

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