Criador dos efeitos holográficos de TRON fala sobre trabalho no filme

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Hologramas de "TRON: o Legado" foram criados por uma equipe separada. (Fonte da imagem: Divulgação/Disney)

O filme “TRON: o Legado”, que estreou em 2010, foi uma verdadeira revolução visual para o cinema. O estilo das roupas e do mundo que ambienta a produção em geral (a Grade) é referência até hoje e dá o tema para diversos objetos de colecionadores e muitos outros.

Para esclarecer melhor como foi a trajetória dos criadores dos efeitos holográficos do filme, o Inventing Interactive conversou com o líder da equipe que fez a sua cabeça explodir no cinema há dois anos, Bradley Munkowitz. O artista fala sobre o filme e como encarou as tarefas quase impossíveis.

Munkowitz, mais conhecido como GMUNK, entrou na empreitada da criação das animações holográficas de TRON através de seu amigo e diretor da obra, Joe Kosinski. Os dois já tinham trabalhado em um comercial criando uma interface de um programa fictício.

Depois de algum tempo, veio a surpresa: “Um ano depois do comercial, ele me leva até o estúdio e mostra um clipe que eu nunca vou esquecer. Chamava-se ‘hologram_REF.mov’ e era uma prévia de todas as sequências de hologramas que teríamos que criar”, relata.

(Fonte da imagem: Divulgação/Disney)

Os oito minutos de vídeo deixaram o artista bastante impressionado e meio sem saber o que fazer ou como começar. “Nós vamos precisar montar uma equipe Black Ops - SWAT da GFX para isso”, disse Munkowitz quando o vídeo terminou.

No fim das contas, sua equipe da GFX — comunidade de desenvolvedores gráficos — teve que lidar com 4 minutos adicionais de animações holográficas, totalizando 12 minutos do filme.

Nascimento dos hologramas

Antes de tudo, um bom ambiente de trabalho precisou ser construído para que os 12 minutos de filme que a equipe de Munkowitz criou resultassem na qualidade que vimos na época e que nos impressiona até hoje. Segundo ele, o pessoal dos hologramas nunca foi maior que cinco integrantes, mas sete pessoas ao todo fizeram parte do grupo.

“Nós sentamos com Joe (diretor) e acertamos alguns detalhes. Ele foi muito acessível nesse período e realmente ajudou a levar os gráficos ao seu máximo potencial”, comenta Munkowitz. Ainda assim, ele conta também que, quando o filme estava quase pronto, as coisas começaram a ficar mais complicadas, talvez por conta do estresse coletivo.

(Fonte da imagem: Divulgação/Disney)

O grande orgulho de Munkowitz

A cena em que Flynn conserta o braço “estragado” de Quorra é a sequência preferida do líder da equipe dos hologramas de TRON. No filme, o personagem de Bruce Boxleitner identifica a falha no “código genético” da moça ISO e o elimina de lá. Entretanto, esse código genético rendeu bastante trabalho e os resultados são o grande orgulho de Munkowitz.

“O diretor queria que a representação do DNA de Quaorra fosse ‘bonito com uma flor’, algo como nunca se tinha sido visto antes”, explica ele. Depois disso, as dúvidas começaram a surgir: Como seria um DNA de um ser de outro mundo? Como diabos iria Flynn atravessar o código da moça e consertar o defeito?

Para ter uma inspiração e criar o holograma do DNA da moça, a equipe precisou dar uma olha no trabalho do biólogo alemão Ernst Haeckel e conferir as reproduções do código genético em forma de prisma que ele fazia. Misturando isso com a estética do filme, surgiu enfim o que todos queriam e surpreendeu a muitos.

(Fonte da imagem: Divulgação/Disney)

O disco de Flynn

Outra grande tarefa que a equipe de Munkowitz recebeu foi a representação dos dados do disco de Flynn quando Clu conseguiu capturar o tal objeto. O vilão coloca o disco em um “renderizador” e extrai as informações que precisa. Essas informações foram o trabalho da equipe nessa cena. Eles estudaram diagramas de organização de discos rígidos e, por fim, decidiram criar pequenas imagens para deixar a cena mais natural.

Abertura do filme

Quando começa “TRON: o Legado”, você pode ver uma cena de abertura que mostra as primeiras linhas da Grade criada por Flynn. Todo aquele efeito foi, na verdade, obra de Munkowitz e sua turma. “A mais desafiadora das cenas, em termos de pressão, foi de longe a abertura do filme. Ainda assim, a cena que apresenta a grade no TRON original é uma das minhas obras favoritas”, conta.

Depois de toda a estrutura criada, foi a vez de a animação entrar em cena. Aí, o animador da equipe colocou o conteúdo no “Cinema 4D” e o resultado foi um nível de detalhamento impressionante.

(Fonte da imagem: Divulgação/Disney)

Por fim, Munkowitz fala também sobre sua inspiração na estética do filme precursor e de como o plugin MoGraph ajudou na hora de deixar todos os 12 minutos de animações holográficas com a cara do longa-metragem.

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