Depósito de cobre, ouro e prata bilionário é descoberto na América do Sul
A descoberta da jazida de bilhões de dólares levanta o dilema entre desenvolvimento econômico regional e conservação ambiental.
Por Jorge Marin
16/05/2025, às 17:00
Fonte: Lundin Mining
Uma empresa canadense de mineração de metais básicos, a Lundin Mining Corporation anunciou recentemente a descoberta de "Um dos maiores recursos de cobre, ouro e prata do mundo", conforme um comunicado de imprensa. Localizado na região fronteiriça entre o Chile e a Argentina, o Recurso Mineral Vicuña representa um dos depósitos mais promissores do planeta.
Segundo o anúncio, os dois principais projetos do recurso, Filo del Sol e Josemaría, apresentam um núcleo de alta lei (muito mais metal valioso por tonelada do que outras partes do depósito) estimado em até 13 milhões de toneladas de cobre, 907 mil quilos de ouro e 18,6 milhões de quilos de prata.
Operado pela Lundin Mining e pela mineradora australiana BHP, o Recurso Mineral Vicuña desponta como um dos maiores depósitos de cobre do mundo. Mas, além do metal vermelho, a região é mundialmente reconhecida pela sua vasta reserva de ouro e prata. As novas descobertas indicam que o potencial mineral da área pode ser ainda maior do que o previsto, consolidando o protagonismo da América do Sul no cenário mundial da mineração.
Impacto do depósito de minerais na economia da América do Sul
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Para o CEO da Lundin Mining, Jack Lundin, o depósito Filo del Sol e o distrito de Vicuña estão prestes a se tornar um empreendimento mineral de classe mundial, capaz de sustentar um complexo minerador com relevância global. Além da escala impressionante do recurso, o executivo destaca o excepcional núcleo de alto teor, com potencial para expansão adicional do depósito.
Além do valor histórico e decorativo, o ouro descoberto na região pode ter um papel essencial na indústria moderna, de computadores e satélites a motores de aviões. Embora a mineradora não tenha revelado os valores envolvidos, especialistas avaliam que o montante em jogo pode atingir bilhões de dólares, destacando o impacto estratégico da descoberta para a economia da América do Sul e do Mercosul.
“O Recurso Mineral é um marco importante e formará a base para o relatório técnico integrado que delineará um projeto combinado. Este relatório está previsto para ser concluído no primeiro trimestre de 2026. Estamos ansiosos para avançar em Vicuña com nosso parceiro e, juntos, almejamos gerar valor de longo prazo para nossos stakeholders”, diz o comunicado da Lundin.
O dilema entre prosperidade econômica e conservação ambiental
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Projetos de mineração de grande escala, como o Recurso Mineral Vicuña, acena com benefícios econômicos para toda a região, mas aponta também para o clássico dilema do desenvolvimento de recursos naturais e seus impactos ambientais, como risco da contaminação da água, alteração das paisagens naturais, perda da diversidade e emissão de gases de efeito estufa.
Metais preciosos como ouro, prata e cobre não surgem do nada, mas resultam de processos geológicos milenares. Em regiões onde gigantescas placas tectônicas colidem, um fenômeno comum na cordilheira dos Andes, o magma incandescente sob pressão extrema gera fluidos mineralizados a temperaturas que podem ultrapassar 600 °C.Estes líquidos se infiltram pelas fraturas geológicas e transportam a chamada “assinatura mineral” para a superfície.
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À medida que esses fluidos mineralizados resfriam, depositam metais preciosos em fraturas geológicas, que depois se concentram em leitos marinhos e planícies e são conhecidos como “placeres” (aluviões em português). Com sua pegada massiva, a mineração contemporânea entra em cena, transformando territórios isolados em polos industriais, impondo o desafio de conciliar prosperidade econômica com a conservação destes ecossistemas ancestrais.
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Por Jorge Marin
Especialista em Redator
Redator do Mega Curioso e do TecMundo, Jorge Marin escreve sobre Ciências e Tecnologia desde 2019, conectando conhecimento acadêmico com experiências humanas do dia a dia. É psicólogo, cinéfilo e botafoguense inveterado.
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