Cérebros de pessoas que jogam online sincronizam a distância, diz estudo

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Imagem: Getty Images

Em um experimento parecido com uma cena de filme de ficção científica, os cérebros de duas pessoas que jogavam separadas uma partida de videogame online foram sincronizados em tempo real. Os participantes da experiência estavam fisicamente isolados e tiveram sua atividade cerebral medida por um hyperscan de eletroencefalograma (EEG).

Conduzido por pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia, o estudo provou que cérebros de pessoas em interação social podem se ativar de maneira semelhante e simultânea durante a atividade. Embora essa sincronização neural intercerebral seja comumente associada à empatia e cooperação presenciais, é a primeira vez que é registrada a distância.

Publicada em setembro na revista Neuropsychologia, a pesquisa investigou a sincronização de pares de jogadores envolvidos em um game online de corrida de carros. Os sujeitos foram isolados em duas salas à prova de som para que o estudo avaliasse a conexão da sincronização na interação e no desempenho do jogo.

Como foi medida a sincronização cerebral?

Regiões de interesse (ROIs) usadas na análise. (Fonte: Wikström et al./Divulgação.)Regiões de interesse (ROIs) usadas na análise. (Fonte: Wikström et al./Divulgação.)Fonte:  Wikström et al. 

Como se tratava de um jogo do tipo multiplayer cooperativo, os cientistas mediram a cooperação de 21 duplas separadas, utilizando EEG durante a realização da tarefa. A única interação entre os participantes durante a avaliação foi o movimento de um carro de corrida na tela, controlado pelo pressionamento de botões pelos dois participantes trabalhando em papéis distintos, ora controlando a velocidade ora a direção do veículo.

A avaliação mostrou que pares trabalhando em conjunto na tarefa tiveram acoplamento neural elevado nas bandas de frequência cerebral alfa, beta e gama, quando comparados com pares falsos correspondentes ao desempenho.

Em um release divulgado pela Universidade de Helsinque, uma autora do estudo, a gerente de projetos Katri Saarikivi teoriza que, “Se pudermos construir experiências digitais interativas que ativem mecanismos fundamentais de empatia, isso pode levar a melhores relacionamentos sociais, bem-estar e produtividade online.

ARTIGO - Neuropsychologia - DOI: 10.1016/j.neuropsychologia.2022.108316.

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