Descoberta com o bóson W pode revolucionar física de partículas

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As ciências exatas estão tão calcadas em medições precisas das propriedades físicas que um erro mínimo de cálculo pode abalar toda a sua estrutura. É o que pode estar acontecendo agora, com uma correção do modelo do bóson W publicada na revista Science.

No novo estudo, encabeçado pelo pesquisador Ashutosh Kotwal, da Duke University na Carolina do Norte, Estados Unidos, é proposto o novo valor de 80,4335 gigaelétronvolts para a massa do corpo.

A descoberta foi feita no Tevatron, acelerado americano desativado em 2011 (Fonte: Wikimedia/Fermilab, Reidar Hahn)A descoberta foi feita no Tevatron, acelerado americano desativado em 2011 (Fonte: Wikimedia/Fermilab, Reidar Hahn)Fonte:  Wikimedia Commons 

A nova medida da massa foi feita por meio de colisões de feixes de prótons e antiprótons. O choque produz novas partículas que podem ser analisadas, mas não com facilidade. Os testes foram feitos no Tevatron, um acelerador de partículas americano fechado em 2011. Os pesquisadores, entretanto, levaram mais de 10 anos para concluir os cálculos com segurança.

A correção pode parecer ínfima aos olhos leigos. Para dar uma noção do quão pequena é, ela equivale, em escala, à diferença de apenas 10 gramas no peso de um humano adulto. Mas a dimensão do impacto dessa mudança nas teorias físicas pode ser gigante.

Revisão de teorias

A nova massa do bóson W pode abrir uma brecha para que os pesquisadores revejam os conceitos já estabelecidos pela física de partículas — campo que estuda os constituintes mais elementares da matéria, as partículas subatômicas.

Segundo a proposta teórica corrente, existem quatro forças básicas que governam o universo: o eletromagnetismo e as forças forte e fraca. A última está diretamente relacionada com o bóson W.

Mas ainda que essa seja a melhor teoria científica elaborada até hoje, os físicos sabem que é imprecisa. Ela falha em explicar, por exemplo, fenômenos como a gravidade, a matéria escura ou a falta de antimatéria no universo.

“Se a massa do bóson W está se desviando tanto da expectativa do modelo padrão, então é um grande negócio”, diz Ulrik Egede, da Monash University, na Austrália, ao site da revista NewScientist.

Mas o "se" ainda é um ponto muito importante. Apesar dos resultados empolgantes, a comunidade científica ainda precisa se debruçar sobre a questão e queimar alguns neurônios. A missão agora é descobrir o impacto do novo valor sobre o que já se sabe.

ARTIGO Science: doi.org/10.1126/science.abk1781

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