Inteligência artificial 'ressuscita' artistas falecidos

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A inteligência artificial está cada vez mais presente na vida de todos nós. No início desta terceira década do século XXI, é possível constatar como ela vai se instalando nas pequenas coisas e logo fará parte concreta do nosso dia a dia. A IA também se faz presente no mundo da música, trazendo uma novidade que até alguns anos atrás era algo inimaginável para a vida real e estava presente apenas em filmes de ficção científica.

Sim, imagine que a tecnologia e os mecanismos de inteligência artificial estão permitindo “ressuscitar” cantores famosos que já morreram há tantos anos, permitindo a criação de canções inéditas deles. Agora isso é possível.

Como funciona a inteligência artificial

Um novo projeto de uma organização de saúde mental norte-americana chamada Over the Bridge denominado “Lost Tapes of the 27 Club” (As fitas perdidas do Clube dos 27, em tradução livre) está criando composições de artistas do clube que faleceram em decorrência de distúrbios psicológicos.

Para isso, é usada uma ferramenta chamada Magenta AI, da Google, que reúne todas as letras de um mesmo compositor, criando músicas com um número médio de versos, acordes e palavras comuns, além de atribuir sentido a elas.

Dessa forma, a criação fica restrita à letra das canções, sendo que quatro delas foram publicadas em janeiro de 2021, no YouTube, reproduzindo Amy Winehouse, Jimi Hendrix e Jim Morrison. O outro caso envolve o vocalista do Nirvana, Kurt Cobain. Morto há 27 anos, as canções criadas pela inteligência artificial usando o legado do astro do rock foram interpretadas pelo músico Eric Hogan, que tem uma banda de tributo ao grupo.

Qual é o intuito dessas músicas?

A instituição, cujo nome é uma referência a "Under The Bridge", do Red Hot Chilli Peppers, que relata a depressão e solidão na juventude, detalhou a importância dessa ideia em sua página. “Para mostrar ao mundo o que foi perdido para essa crise de saúde mental, usamos a inteligência artificial para criar o álbum que o clube dos 27 nunca teve a chance de gravar. Por meio desse disco, estamos encorajando mais músicos a obter o apoio à saúde mental de que eles precisam, para que possam continuar fazendo a música que todos amamos”.

Seguramente esse projeto não deve parar por aí, o que para os amantes da música será algo louvável, já que em um futuro bem próximo certamente será possível conferir canções “inéditas” de seus ídolos que já nos deixaram há tanto tempo.

Faz bem poder relembrar figuras que jamais serão esquecidas, mas que acabam adormecidas nos sentidos. Melhor ainda se puder servir de incentivo para que possamos cuidar melhor de nossa saúde mental.

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Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do TecMundo, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociências e Psicologia, com especialização em Propriedades Elétricas dos Neurônios (Harvard). É membro da Mensa International, a associação de pessoas mais inteligentes do mundo, da Sociedade Portuguesa de Neurociência e da Federação Europeia de Neurociência. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), considerado o principal cientista nacional para estudos de inteligência e alto QI.

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