Algoritmo consegue detectar pacientes em coma que podem acordar

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Em um hospital na China, médicos diagnosticaram vários pacientes em um estado vegetativo o qual jamais poderiam acordar. Mas, após uma segunda opinião, vinda de um algoritmo, em alguns casos a previsão foi de que alguns deles poderiam despertar em menos de um ano. E não é que a máquina estava correta? A inteligência artificial (IA) acertou em sete ocasiões.

O projeto, desenvolvido pela Academia Chinesa de Ciências e Hospital Geral PLA em Pequim, analisou os relatórios imagens de ressonância magnética funcional de cérebros de pacientes para avaliar como o sangue flui para diferentes áreas do cérebro. A IA também recebe dados dos profissionais, a exemplo da idade do paciente, o tempo que eles perderam a consciência e a causa do coma. em seguida, ela apresenta o resultado de seu exame.

O algoritmo e a pesquisa subjacente foram anunciados na revista eLife em agosto de 2018. No início deste mês, os cientistas disseram ao South China Morning Post que o sistema já foi usado para avaliar mais de 300 pessoas — e, de várias maneiras, comprovou seu valor como uma ferramenta adicional para tomar decisões médicas difíceis.

Algoritmo segue em desenvolvimento

Embora as famílias dos pacientes possam ver as esperanças de ver seus entes queridos despertos aumentarem após os resultados do algoritmo, os médicos disseram ainda não basear todas suas decisões com base nesse exame. Isso porque os resultados não estão certos todas as vezes e o assunto é delicado. A IA só pode prever o que está acontecendo dentro do cérebro do paciente. Isso quer dizer que ele não leva em consideração fatores externos como, digamos, uma doença contraída por outro paciente no hospital — algo que dificilmente um médico seria capaz de prever também.

Sistema apresentou até agora 88% de precisão em suas análises

O algoritmo foi desenvolvido ao longo de oito anos e treinado em exames de 160 pacientes em estado vegetativo ou minimamente consciente. Embora esse conjunto de dados seja pequeno quando comparado às centenas de milhares de imagens normalmente usadas para treinar outros sistemas semelhantes, os pesquisadores afirmam que o sistema tem 88% de precisão ao prever se um paciente se recuperaria em um ano.

Há também variantes que precisam ser consideradas na planilha. As informações vieram de dois centros médicos, que provaram ter diferentes tipos de paciente. Por exemplo, em um local haviam mais pacientes com derrame, enquanto no outro tinha mais pessoas em coma por falta de oxigênio.

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Além disso, as diferenças no tipo de scanner usado e nos protocolos de geração de imagens criaram distorções nos dois conjuntos de dados. Apesar dessas disparidades, os resultados podem ser considerados animadores. O próximo passo é coletar mais informações e aumentar a base de referências.

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