Rússia lança ao mar a primeira usina nuclear flutuante do mundo

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A Rússia anunciou o lançamento da primeira usina nuclear flutuante do planeta, a Academik Lomonosov. Esse monstro marítimo já ganhou as águas do Mar Báltico e tem como destino final o Ártico, onde servirá como planta energética para um porto, uma usina dessanilizadora e plataformas russas de extração de petróleo instaladas na região.

Atualmente, o equipamento se desloca pelo mar sem qualquer tipo de combustível nuclear, o que deve acontecer somente na última parada, no porto de Murmansk, onde a Academik Lomonosov será abastecida. A programação divulgada pela Rússia prevê que a usina flutuante seja rebocada ao longo de mais de 5 mil quilômetros até a costa da cidade de Chukotka, quase no Alasca. A estimativa é de que todo o trajeto seja finalizado em 2019, quando a usina entra em funcionamento.

A opção por transportar a estrutura sem combustível veio após críticas dos países pelos quais ela passará. Diante do temor de possíveis acidentes nucleares, autoridades da Rosatom, companhia estatal russa responsável pela fabricação da primeira usina nuclear flutuante do planeta, pensaram em uma alternativa e incluíram a parada no porto da cidade russa localizada a 200 km ao norte do Círculo Polar Ártico.

Até o seu destino final, a Academik Lomonosov contornará a costa de cinco países: Estônia, Finlândia, Suécia, Dinamarca e Noruega.

Críticas

O Greenpeace, um dos principais grupos ativistas do meio ambiente do mundo, considerou “irresponsável” a existência de uma estrutura nuclear flutuando no Ártico. Para os ativistas, o equipamento, ironicamente chamado de "Titanic nuclear" e "Chernobyl flutuante", representa uma ameaça ao ecossistema da região.

“Testar um reator nuclear em uma área densamente povoada como o centro de São Petersburgo é irresponsável, para dizer o mínimo”, declarou Jan Haverkamp, especialista em energia nuclear do Greenpeace para a Europa Central e Oriental. “Entretanto, levar o teste desse ‘Titanic nuclear’ para longe da visão do público não o faz menos irresponsável: reatores nucleares pelo oceano Ártico representarão uma ameaça incrivelmente óbvia ao frágil meio ambiente que já está sob a enorme pressão da mudança climática.”

Como outros países já demonstraram interesse em contratar usinas flutuantes, o Greenpeace vê a situação como uma ameaça ampla. “Esse empreendimento perigoso é uma ameaça não apenas ao Ártico, mas, potencialmente, também a outras regiões naturais vulneráveis e densamente povoadas”, completou Haverkamp.

Fontes

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