Técnica do Kirigami pode revolucionar mercado de smartphones dobráveis

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Já brincou de origami? A técnica centenária japonesa conhecida mundialmente tem uma variação chamada kirigami, que consiste em recortes no papel tornando a figura final em 3D. Também parece divertido, não é? Porém, de acordo com a Universidade de Michigan, a técnica pode ir além do entretenimento e até ajudar no desenvolvimento de smartphones e tablets dobráveis, um flerte antigo do mercado.

Atualmente, temos os celulares LG G Flex (que curvam sob pressão) e os Samsung Galaxy S6 Edge (com bordas curvas) como os primeiros passos dentro desse possível futuro. Em outras feiras de tecnologia, telas com formas flexíveis também já foram apresentadas.

Nicholas Kotov, um dos líderes do projeto, comentou que "o método do kirigami permitiu à equipe desenvolver a deformação em folhas condutoras". Veja: os condutores são materiais vitais em eletrônicos, servem tanto para interligar partes quanto eletrodos, mas nunca foi possível desenhá-los de modo "esticável" e funcional — todas as tentativas já feitas sempre derrubavam ferozmente o desempenho, além de serem totalmente imprevisíveis quanto a performance.

No final, a conta é simples: sem folhas condutoras que se esticam, sem gadgets dobráveis.

Mudança no roteiro

Os pesquisadores de Michigan então deixaram de lado a ideia de tentar criar folhas parecidas com elásticos (um fio redondo) e se inspiraram nos cortes de papel kirigami. Então, foi possível transformar uma folha de condução rígida em algo totalmente flexível — bastou uma série de cortes pequenos e estrategicamente realizados.

O resultado da transformação foi muito positivo: mesmo que o desempenho tenha caído um pouco, ele se manteve sem alterações ao longo do tempo, o que é muito importante. Não faz mal se a folha tem um baixo desempenho: a sua capacidade de continuar funcionando sem oscilações é o que importa. Entenda que é impossível planejar algo para tecnologias imprevisíveis, mas o jogo muda quando a fonte de condução é confiável.

A equipe utilizou os seguintes materiais para a produção da folha: papel vegetal fino e nanotubos de carbono. O papel foi cortado como um "ralador de queijo" e usado para iluminar um tubo de vidro cheio de argônio, transformando o gás em plasma — ou seja, TVs dobráveis!

Já para smartphones, foi necessário criar uma folha kirigami bem menor. Os pesquisadores fizeram várias simulações em computadores para entender o melhor tamanho e forma, então adicionaram camadas de óxido de grafeno em um material baseado em carbono e oxigênio. O resultado também foi positivo: uma folha esticável sem perda de condutividade foi desenvolvida.

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