Megabit x Megabyte [vídeo]

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Imagem de: Megabit x Megabyte [vídeo]

Nós, brasileiros, temos o costume de reclamar da internet do Brasil e, de vez em quando, o argumento que usamos é sobre as propagandas enganosas das operadoras brasileiras.

Bom, de fato, nossa “banda larga” não é das melhores e muitas vezes a culpa é realmente das prestadoras de serviços. Contudo, a desinformação é um problema que acaba levando o consumidor a contratar um produto que não é exatamente aquilo que ele pensa.

As companhias vendem conexões sugerindo que o cliente vai obter incríveis 10 MEGA de “velocidade” e, de fato, elas estão vendendo o que anunciam. Ocorre, no entanto, que o consumidor acaba pensando que está adquirindo uma coisa, mas, na prática, ele percebe que sua conexão é quase 10 vezes inferior ao que contratou.

(Fonte da imagem: Tecmundo/Baixaki)

A verdadeira confusão consiste em um problema de medidas, algo que as operadoras usam para enganar o consumidor. Hoje, vamos falar sobre essa questão para que você não caia mais nas pegadinhas.

Bit x Byte: qual a diferença?

Bom, para falar de internet, precisamos falar sobre dados. Os computadores trabalham com duas unidades básicas: o bit e o byte. O bit é a menor unidade de informação, portanto, não há nada menor que ele. O byte, por outro lado, é a junção de oito bits.

(Fonte da imagem: Tecmundo/Baixaki)

Considerando que o byte engloba o bit, a maioria dos aplicativos (incluindo os navegadores), sites e serviços usa o byte (e seus derivados) por padrão. A ideia de optar pelo byte é poder representar grandezas maiores usando menor quantidade de números.

Os derivados

Esclarecido isso, podemos falar sobre os problemas com unidades de medida. Na informática, usamos prefixos como “kilo”, “mega”, “tera” e assim por diante. A ideia desses prefixos é facilitar a representação de um mesmo número.

Existem diferentes formas de representar o tamanho de um arquivo. Supondo que uma música  tenha 5 megabytes (MB), poderíamos dizer que esse mesmo arquivo tem 5.120 kilobytes (KB) ou 5.242.880 bytes (B).

Esses números representam a mesma coisa, sendo que o único ponto que realmente se altera é a forma de expressar a grandeza. O “kilo” representa 1.024 bytes e o “mega” representa 1.024 kilobytes. O giga e o tera seguem o mesmo conceito.

(Fonte da imagem: Tecmundo/Baixaki)

Bom, podemos ainda transformar o tamanho representativo desse arquivo para bits. Basta multiplicar qualquer um dos tamanhos por 8 para obter o resultado. Assim, teríamos um total de 40 megabits, que é igual a 40.960 kilobits ou ainda em 41.943.040 bits.

É a mesma coisa que você aprendeu sobre quilogramas e megagramas (que é o termo correto para tonelada). Um quilograma contém mil gramas e um megagrama contém mil quilogramas. Esses prefixos ajudam a representar a massa de grandes objetos, afinal, é mais fácil dizer que um carro tem 2 megagramas do que especificar esse valor em gramas.

A enganação dos planos de banda larga

No caso das conexões de internet, esses “megas” dificultam a compreensão das grandezas. Isso porque estamos habituados aos bytes, mas, por uma questão de marketing, as operadoras usam os bits na propaganda.

Assim como os prefixos “giga”, “mega” e “kilo” são aplicáveis aos bytes, eles também podem ser usados com os bits. Portanto, um kilobit contém 1.024 bits e um megabit é igual a 1.024 kilobits.

Como estamos tratando de matemática pura, a diferença entre um megabyte e um megabit é a mesma de um byte para um bit, ou seja, o megabyte é oito vezes maior do que o megabit, bem como o kilobyte é oito vezes maior do que o kilobit.

(Fonte da imagem: Tecmundo/Baixaki)

Dessa forma, fica fácil entender o motivo de você contratar 10 mega e obter apenas 1 mega. De fato, as operadoras estão vendendo 10 mega, porém nunca é especificado que esse valor é em bits. A enganação acontece justamente nessa confusão de unidades.

Nós, consumidores, acreditamos que as conexões são em megabytes, mas, na verdade, as velocidades contratadas são oito vezes menores, justamente porque o megabit é oito vezes menor do que o megabyte.

Calculando a velocidade da sua conexão

Agora que você já pegou o macete, fica fácil entender a velocidade da sua conexão e fazer os devidos cálculos, mas, para não restar dúvidas, vamos dar um exemplo:

  1. Jogue na sua calculadora o valor da sua conexão. Caso você tenha contratado um plano de 10 mega, digite 10;
  2. Depois, use a operação de divisão e divida o 10 por 8;
  3. Pronto, agora você sabe que a velocidade máxima da sua conexão é de 1,25 megabyte.

(Fonte da imagem: Tecmundo/Baixaki)

Se você contratou um plano de 600 kilobits, basta efetuar o mesmo processo, mas tenha em mente que o resultado obtido será em kilobyte.

Medindo a velocidade máxima da sua conexão

Verificar as taxas de transferência durante os downloads não é um método eficiente de testes. Normalmente, a velocidade de download oscila conforme o arquivo baixado, o servidor, o programa utilizado e outras variáveis.

Para realizar um teste mais preciso, recomendamos a execução do Teste de Velocidade do Baixaki. É importante se lembrar de fechar todos os programas, interromper qualquer download e atualização, evitar o uso de redes wireless e repetir o procedimento diversas vezes para obter resultados mais confiáveis.

(Fonte da imagem: Tecmundo/Baixaki)

Uma vez na página de verificação, basta clicar em “Iniciar Teste” para que nosso aplicativo verifique as taxas de download e upload da sua conexão. Os resultados obtidos são informados em megabits, por isso você precisa dividir o total por 8 para saber quais são as taxas máximas de transferência da sua conexão.

Os problemas não param por aí

Enfim, existe sim uma grande confusão sobre os megabits e megabytes, mas sabemos que grande parte da lentidão em nossas conexões se deve a falhas na cobrança de resultados. Infelizmente, a Anatel, que é o órgão brasileiro responsável pelo assunto, impõe a entrega de apenas 20% da velocidade total contratada.

Some nessa conta os problemas com traffic shaping, instabilidade dos servidores, aparelhos razoáveis fornecidos pelas operadoras e outros tantos detalhes para entender por que sua internet, às vezes, não alcança nem metade do que você realmente contratou. Infelizmente, nossa banda larga só vai ser melhor num futuro distante.

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