Smartguns, as armas inteligentes que podem reduzir a violência nos EUA

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recentemente anunciou um programa de governo que tem como objetivo diminuir o número de mortes por armas de fogo no país. Mas é curioso notar que, entre todas as medidas, uma delas envolve a pesquisa e o desenvolvimento de um novo tipo de armamento.

Obama direcionou o Departamento de Justiça, o Departamento de Defesa e o Departamento de Segurança Nacional a voltarem os olhos às smart guns (ou "armas inteligentes"). Alguns protótipos já foram desenvolvidos por fabricantes da área, mas com o apoio do governo dos EUA é possível que essa tecnologia, que até agora era item de luxo do agente James Bond, seja utilizada por policiais e civis no país.

Obedecendo ao dono

A ideia por trás da arma inteligente é que ela seja protegida por biometria é que só dispare na hora certa e pela pessoa indicada — como se você "domesticasse" uma pistola para ela obedecer eletronicamente aos seus comandos.

"Nós podemos configurar para que não possamos desbloquear o celular sem ter a impressão digital certa. Por que não podemos fazer a mesma coisa com as nossa armas?", questionou o presidente. Fazer com que a leitura biométrica seja necessária para efetuar disparos poderia diminuir a taxa de suicídios, mortes acidentais (como crianças pegando a arma dos pais), uso de pistolas roubadas para crimes e muitos outros casos.

O debate sobre o uso de armas inteligentes já é acalorado no país. Quem é contrário às smart guns afirma que usar outro tipo de arma não é a solução para o fim da violência — ou que esse pode ser mais um alvo para hackers e um mecanismo de espionagem do governo. A questão da liberdade de uso dos armamentos (que seria diminuída com o sistema de trava) e até as eventuais parcerias entre governo, fabricantes e vendedoras de armas também devem ser debatidas.

De acordo com uma pesquisa da PSB, o dono de armas convencional tem três unidades em casa, sendo que uma em cada três residências possui ao menos uma pistola guardada. São cerca de 300 milhões de armas só nos EUA — e pelo menos 40% dos donos admite que considerariam uma troca por um dispositivo inteligente.

O rastro da bala

A ideia de uma arma ingeligente já data de meados da década de 1990 e, agora, muitas outras companhias devem investir nesse estilo de arma. Fabricantes famosas, como a Colt e a Smith & Wesson, já revelaram protótipos, mas nenhum deles chegou a sair dos laboratórios.

A startup irlandesa TriggerSmart e a iGun Technology Corp já desenvolveram uma tecnologia ainda não regulamentada nacionalmente de identificação do dono usando sensores RFID. Com ela, a arma só é ativada se reconhecer a radiofrequência emitida por um anel que fica na mão do atirador cadastrado. Já a alemã Armatix criou um sistema de trava habilitada a partir de um relógio de pulso. Por enquanto, não está claro se essas tecnologias serão aprovadas em algum momento ou se os EUA selecionarão uma parceira para pesquisa. Porém, a era das armas inteligentes pode ter dado seu primeiro passo.

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