6 novidades que podem baratear os eletrônicos no Brasil

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Quando o assunto é o Brasil e os lançamentos no mercado de eletrônicos, é senso comum começar uma conversa com “os impostos são altos e não vale a pena comprar nada por aqui”. A solução mais procurada é comprar esses produtos no mercado de importados, ignorando o fraco desenvolvimento do mercado nacional.

Mas não pense que você é o único insatisfeito com os preços dos aparelhos mais elogiados lá fora: o próprio governo já começou a se mexer para garantir uma vida mais fácil para os amantes da tecnologia. Afinal, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 estão quase aí – e quando todos os olhares da imprensa mundial se voltarem ao Brasil, a imagem que o país precisa passar deve ser a melhor possível.

Para esses eventos, a ideia é proporcionar um acesso à internet na melhor qualidade possível (a partir dos melhores eletrônicos do mercado, claro), ter fábricas próprias e abusar de investimentos ou pesquisas, tudo para apagar definitivamente a imagem de “país do Terceiro Mundo”. O Tecmundo enumerou abaixo alguns desses projetos e realizações, cujos resultados podem trazer muita felicidade ao consumidor brasileiro nos próximos anos.

1. Heranças do PNBL

Uma das novidades é bastante discutida pelo Tecmundo e até já entrou no ar: o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que pretende levar uma conexão boa e barata para várias cidades do país, especialmente as mais afastadas das capitais. Apesar das “pegadinhas” contidas, o projeto é uma boa ideia – e pode render bons frutos nos próximos anos.

(Fonte da imagem: Ministério das Comunicações)

Com o barateamento do serviço de banda larga, os serviços que utilizam a conexão via fibra ótica também podem ficar mais em conta. Video games e computadores de todos os tipos seriam mais acessíveis, portanto. O problema? Isso não depende apenas da conexão popular. Mas já é um grande passo.

2. Eles querem o 4G

A outra ideia para o setor é trazer a conexão mais alta possível para dispositivos móveis, a chamada tecnologia 4G. O projeto, divulgado com entusiasmo pela presidente Dilma Rousseff, implantaria até 2014 uma velocidade de internet bastante considerável para celulares.

O ano não é coincidência: a ideia é disponibilizá-la para que qualquer turista desfrute de seu smartphone enquanto acompanha os jogos de futebol. Por enquanto, apenas as cidades que sediarão jogos da Copa estão nos planos de cobertura, mas outras capitais podem ser incluídas.

A chegada do 4G não só baratearia os produtos mais antigos, com conexões ultrapassadas, como também traria uma nova leva de eletrônicos modernos – e por um bom preço, claro.

3. Os “Made in Brazil”

Ao importar um produto fabricado lá fora, é impossível fugir dos impostos e taxas, que deixam o eletrônico com quase o dobro do preço original. Pensando de maneira simples, a solução seria começar a produzi-los por aqui mesmo. E não é que atualmente o país caminha para esse rumo?

O Brasil começou a atrair a atenção de fábricas estrangeiras há algum tempo, mas o crescimento acelerado da economia nos últimos anos chamou mais atenção que o normal. A vinda da Foxconn para o Brasil para produzir iPads é o exemplo de sucesso mais recente.

(Fonte da imagem: Divulgação/Apple)

Depois da parceira da Apple, ofertas e boatos não pararam de surgir: a Huawei, a Microsoft e a ASUS estariam entre as companhias interessadas a abrirem fábricas por aqui, especialmente na área de tablets. E isso só traz benefícios: a empresa recebe incentivos fiscais do governo em impostos e produz eletrônicos baratos e livres de boa parte das taxas.

4. Apostar no futuro do país

Se não há profissionais qualificados, de nada adianta instalar fábricas imensas de empresas de grande porte. Pensando nisso, a presidente Dilma já aposta em bolsas de estudo no exterior, para que alunos com bons desempenhos tenham a chance de estudar em países mais experientes no ensino de engenharias e tecnologia em geral.

Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, mais de R$ 3 bilhões estão sendo investidos em um programa que deve levar 75 mil estudantes de graduação a países como França, Alemanha e Estados Unidos.

Para Mercadante, é hora de investir nos estudantes da área de tecnologia. (Fonte da imagem: Veja Online)

Com tanta gente retornando capacitada ao Brasil, as pesquisas e o desenvolvimento na área de tecnologia aumentariam consideravelmente, trazendo inovações e novidades que, em longo prazo, resultariam em alguns barateamentos.

5. Semicondutores: agora vai?

O Brasil não é um grande nome em semicondutores (uma das tecnologias mais promissoras dos próximos anos), mas desde 2006 a implantação de uma fábrica na área já é discutida no país.

Agora, parece que o Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada), localizado em Porto Alegre, é a chance do país de começar a produzir essa tecnologia. A fábrica está construída, porém inoperante. A questão é mais complicada do que parece: além de ter concorrentes pesados na Ásia, o Brasil carece de mão de obra especializada (olha o investimento nos estudantes!) e possui  entraves burocráticos de sobra.

O Ceitec já está pronto, porém vazio. (Fonte da imagem: Governo Federal)

Mas o que isso nos traria de bom? Para começar, pesquisar e produzir semicondutores por aqui significa o desenvolvimento de chips com uma tecnologia nova, barata e flexível. Desse modo, além de um barateamento nos produtos fabricados no Brasil, se pensarmos bem alto, dá até para cogitar a exportação.

6. Reformulação nas leis

Essa é a parte mais complicada, mas que pode render os melhores frutos. Desde 1984, o Brasil funciona sob uma “Lei de Informática”, a 8.248/91, também chamada de Política Nacional de Informática (PNI).

Esse conjunto de normas regula vários aspectos que envolvem os produtos da área, como a importação e as tão odiadas taxas, como o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado).

Vários itens já foram revogados (confira a bagunça no arquivo do Planalto), mas alguns ainda permanecem inalterados desde 1991, sem levar em conta o dinâmico mercado da tecnologia. Em maio, Mercadante deu esperanças aos produtores e consumidores, afirmando que o Congresso estaria pensando em rever a Lei de Informática, para reduzir a dependência de países estrangeiros e melhorar as condições de fabricação de produtos 100% nacionais. Estamos no aguardo.

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Você acha que esses projetos vão elevar o Brasil na categoria de eletrônicos ou não bota fé nas promessas? Como a esperança é a última que morre, não custa acreditar, não é mesmo? Até a próxima!

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