Análise: Android 5.0 Lollipop [vídeo]

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Quando o assunto é sistema operacional móvel, a Google não brinca em serviço. Seu produto já esteve atrás em um ou outro quesito, mas a atualização do Android para o Lollipop mostra que a empresa está ouvindo os consumidores e que ela está pronta para deixar a concorrência comendo poeira.

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Depois de tantos meses com o pirulito em testes, a Google finalmente libera o novo doce para que todos se deliciem com recursos melhorados, uma interface ainda mais elegante e um desempenho que deixa qualquer um impressionado.

Para você que não acompanhou as notícias, vale adiantar que as mudanças começam desde a remodelagem na central de notificações e vão até grandes alterações nas animações e nos efeitos de transição. É o tal do Material Design que foi todo trabalhado para propiciar simplicidade e elegância ao mesmo tempo.

Isso sem contar, é claro, com todas as novidades em termos de recursos que fazem muita diferença para quem busca mais facilidades sem precisar adicionar softwares de terceiros. Ideias diferentes pintam logo na tela de bloqueio e se estendem até as configurações do sistema. Enfim, vamos falar um pouco sobre cada melhoria logo a seguir.

Nós testamos o sistema em sua versão-padrão com o aparelho Nexus 5, por isso, alguns recursos presentes apenas no Nexus 6 e 9 não puderam ser analisados.

Tela de bloqueio charmosa

Pode parecer redundante falar dessa forma, mas a mudança mais visível do Android Lollipop está justamente no visual. Essas modificações já começam na inicialização do sistema, que teve algumas alterações nas animações. Nada de extraordinário, mas é algo a ser comentado, já que você verá essa telinha vez ou outra.

Depois, nos deparamos com a tela de bloqueio, que está mais moderna e simples. No topo do display, alguns ícones foram remodelados e a imagem do seu perfil Google aparece bem no canto. Essa mudança, inclusive, seria ainda mais promissora se fosse realizada dentro do próprio sistema, já que ela fica bem posicionada e conta com bom espaço de respiro.

No centro da tela de bloqueio, as notificações aparecem de forma organizada, sendo muito simples visualizar uma atualização (com o duplo clique) ou removê-la. O melhor de tudo é que você pode desativar essas notificações ou definir para ocultar o conteúdo confidencial. O relógio ainda fica sempre visível e você pode adicionar uma frase personalizada.

Embaixo, o ícone de destrava fica centralizado, e com um simples deslizar para cima você pode acessar a interface principal do sistema. Quando o aparelho está carregando, a informação sobre o tempo restante para conclusão da carga é exibida na tela de bloqueio. Nas laterais, além do ícone de câmera já conhecido, você agora pode ter acesso rápido ao discador.

Retoques na interface

Bom, no que diz respeito ao visual geral do sistema, as mudanças não são gritantes, então não espere ver um launcher completamente diferente. A primeira alteração que você vai notar está nos ícones na barra inferior do Android. Eles já foram mostrados faz tempo e não trazem diferenças na funcionalidade. A única mudança aqui é a simplicidade, já que, em vez de ícones, temos formas básicas representando os botões “Voltar”, “Home” e “Visão Geral”.

Depois de abrir alguns aplicativos, você vai reparar que eles são exibidos de forma diferente no campo que dá acesso aos apps usados recentemente. Essa área está mais elegante, com os programas empilhados como se fossem cartões. A navegação aqui é simples e encerrar os aplicativos é moleza, mas isso não mudou nada se comparado ao KitKat.

A simplicidade de cores e dos elementos deixou o sistema mais simpático e diversificado. Agora, os apps podem alterar as cores da barra de notificação. Isso já acontece na maioria dos aplicativos da Google — apesar de que o YouTube e alguns outros não trazem esse tipo de personalização —, mas não vimos nenhum programa de terceiros com essa característica.

O menu de aplicativos não está muito diferente, mas ele combina muito com o Lollipop. Ele fica perfeitamente encaixado entre as barras do sistema e os ícones bem grandes deixam a experiência confortável.

Os efeitos de transição do Android ficaram perfeitos. São animações muito simples, mas que proporcionam uma experiência agradável e fluida. Ao clicar no ícone do menu, por exemplo, a bolinha se expande e vira um retângulo com cantos arredondados. As telas de carregamento também são bonitas, com animações discretas e funcionais.

A barra de notificação está mais simples e dá acesso ao que você precisa rapidamente. Puxando com um dedo, você visualiza as notificações, e, puxando mais uma vez, é possível ativar ou desativar os principais recursos do telefone. Detalhe: ainda dá pra usar dois dedos para acessar diretamente as funções do Android.

Há um controlador fácil do nível de brilho da tela, botões para ligar WiFi, Bluetooth e GPS com apenas um toque, um ícone que dá acesso ao consumo de internet e permite ligar a conexão móvel e até um atalho para ativar a “lanterna”, que na verdade é o flash da câmera.

Arranjo diferente com direito a sistema de prioridades

O controle de volume mudou um pouco... E para pior. A ideia da Google era introduzir um esquema de prioridades, garantindo que você escolha o que deve emitir sons e por quanto o tempo o celular deve ficar em determinado perfil de áudio.

Acontece que, com isso, você não pode simplesmente colocar no mudo sem usar um botão dedicado na tela. Não é o fim do mundo e você vai se acostumar rapidamente, mas gostaríamos de um pouco mais de praticidade nesse quesito.

Os atalhos que antes apareciam no menu “Desligar” foram removidos. Pois é, o Lollipop só tem um ícone rápido para desligar, então não dá mais para colocar no mudo ou ativar o modo avião em poucos passos. Isso, entretanto, não quer dizer que outras fabricantes vão remover tais opções, portanto nem todos precisam perder as esperanças.

Novos recursos

O gerenciamento de energia está rigoroso. Agora, o Android controla melhor os recursos de rede, o brilho da tela e outros componentes que consomem muita bateria. Nós notamos uma boa melhoria no Nexus 5, mas é claro que isso depende dos apps e recursos que você utiliza.

Aliás, falando em bateria, uma ótima novidade é o modo de economia. Ao ativar essa função, o Android desabilita as animações de transição, remove os efeitos translúcidos e reduz o desempenho do processador, bem como do chip gráfico.

Além disso, no modo, as barras do sistema ficam laranja e deixam o robozinho com uma cara de Firefox OS. A performance muda muito e você vai perceber alguns engasgos na hora de trocar de tela e abrir os apps. Os joguinhos também não rodam muito bem no modo econômico, mas dá pra brincar com o game dos Minions ou outros títulos menos exigentes.

O que importa mesmo é que no momento de emergência o robozinho espreme bem a bateria e aproveita toda a energia restante. É não é de se duvidar que algumas pessoas optem por essas barras coloridas, pois elas ficam muito bonitas.

Você compartilha seu smartphone com mais pessoas? Então, agora todo mundo pode ter suas próprias configurações e dados salvos separadamente. O Android já vem com uma conta de convidado, assim você pode deixar seus amigos bisbilhoteiros navegarem no seu celular sem se preocupar com seus dados pessoais.

Uma novidade excelente é a barra de pesquisa das Configurações. É só digitar a opção que você busca para que o Android exiba quais itens podem ser utilizados. Por exemplo: ao escrever “app”, o sistema mostra quais recursos estão disponíveis.

Outra coisa bacana do Lollipop é o modo de fixação de tela. Você pode manter um app fixado no visor, de modo que seus amigos só poderão usar o aplicativo que você liberar. Por exemplo: ao fixar o Google Plus, somente este app poderá ser usado até que você digite sua senha novamente.

A expansão do comando “Ok, Google” para todas as telas vem a calhar. Agora, você pode usar esta facilidade mesmo com a tela desligada (é importante ressaltar que ela só funciona neste modo quando o cabo de energia está conectado). As principais funções do Google Now ainda continuam disponíveis apenas em inglês, mas isso é algo que deve mudar com uma atualização do aplicativo, e não do sistema.

O novo discador está mais elegante com os tons de azul no plano de fundo e elementos bem encaixados no grid. Os botões mudaram de posição, mas você não vai se perder, já que o programa continua semelhante ao antigo e muito intuitivo. Os contatos recentes aparecem em tamanho grande, mas o botão para acessar o discador fica sempre disponível na tela.

O Smart Lock facilita o desbloqueio de tela usando apenas a câmera. Isso já tinha no KitKat, mas agora funciona de verdade. Assim que você liga seu smartphone, o Android já começa a identificar seu rosto. Antes mesmo de você usar sua senha, o sistema já permite desbloquear a tela ou interagir com as notificações sem que você digite seu código de acesso.

O Google Fit é um novo app que faz parte do sistema, ou seja, não tem como remover. Ele monitora seus exercícios, mas não vem para concorrer com Runtastic ou apps mais robustos. A função dele é apenas dar orientações básicas. Dá pra conectar com o smartwatch, o PC e outros aparelhos.

O Fit funciona em segundo plano e monitora todos os seus passos. É claro que consome um bocado de bateria, já que ele usa o GPS e funciona o tempo todo, mas a simplicidade do app convence e pode ser que ele acabe sendo um dos seus novos programas de uso diário.

Como em todo Android, a Google não se esqueceu de incluir um easter egg para entreter os usuários. E desta vez a empresa teve a ideia genial de colocar um joguinho escondido nas configurações do sistema. Trata-se de um game parecido com Flappy Bird, no qual você deve fazer o Android saltar sobre os pirulitos. Quanto mais pontos, melhor!

Um sistema robusto!

O Android Lollipop chegou para ficar. Elegante, simples, rápido e recheado de novidades, a atualização mostra que a Google tem boas ideias e que seu sistema tem tudo para continuar vendendo muito bem. O desempenho está primoroso e a satisfação com aparelhos robustos como o Nexus 5 é algo que conta muito.

Nem todas as novidades serão aproveitadas por todos os consumidores, mas há como desativar alguns apps (como o Google Fit) que você não acha necessário manter. Certas alterações foram desnecessárias, como é o caso do controle de volume e a eliminação dos botões de atalho que apareciam ao pressionar o botão “Desligar”.

Apesar de um ou outro ponto que pode desagradar, o novo doce da Google tem muito a oferecer e certamente é um sistema capaz de durar uns bons meses. E, claro, como estamos falando de um sistema recheado de opções, você sempre pode instalar seus apps de personalização e continuar moldando a experiência de acordo com suas preferências. De qualquer forma, a Google arrasou com o Lollipop.

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