Análise: volante Thrustmaster Ferrari F430

8 min de leitura
Imagem de: Análise: volante Thrustmaster Ferrari F430

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

Velocistas de plantão, avante! Especialistas ou amadores vão sentir outra experiência ao jogar um game de corrida com o volante Ferrari F430, modelo da Thrustmaster no qual a equipe do BJ botou as mãos para fazer um teste completo. Não somos um ás no volante, mas quem é que não curte Gran Turismo? O game foi eleito o melhor de nossa análise. Os detalhes estão discorridos ao longo do texto.

O volante é compatível com o PS3 e o PC e uma gama limitada de jogos. O site de suporte da Thrusmaster lista os games que conversam com o volante. Títulos consagrados como Gran Turismo 5, GRID 2, F1 2012, F1 2013, entre outros, estão inclusos para agradar a todos os gostos e preferências.

Especificações e compatibilidade

O modelo é bem completo e atende a todas as expectativas. Conforme mencionado, o volante é compatível com o PS3 e o PC e uma gama limitada de jogos. Jogadores novatos, intermediários e avançados terão o mesmo grau de conforto e exigência – dadas as devidas limitações, é claro.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

Pedais de aceleração e freio

O Ferrari F430 da Thrustmaster conta com pedais de aceleração e freio em acabamento de aço escovado e pés emborrachados para assegurar a firmeza no chão.

Não dá para se empolgar tanto, contudo. Numa superfície em carpete, como é o caso aqui da redação, a tendência é que a base escorregue se o jogador quiser imitar um piloto de Fórmula 1. Quaisquer movimentos bruscos podem desviar os pedais de seus pés e comprometer a jogatina.

A pressão sobre os pedais deve ser natural. O jogador pode aplicar uma força média que terá a responsividade necessária de aceleração ou freio. Claro que o game na bandeja (ou no HD) influencia no desempenho e no tempo de resposta dos pedais, mas de um modo geral a performance é satisfatória.

Volante – um verdadeiro painel cheio de botões e comandos

O astuto volante tem todo um “painel” que os velocistas curtem ver – muitos botões e comandos que à primeira vista são confusos, mas depois se tornam comuns e oferecem atalhos que descartam completamente o uso do DualShock.

Por ter uma interface física, digamos, “multifacetada”, o volante não é lá dos mais intuitivos. O painel central contém botões que correspondem aos comandos executados pelo joystick tradicional: círculo, X, quadrado, triângulo, start etc. Há dois gatilhos atrás do volante que representam o câmbio para se mudar de marcha – botões também conhecidos como “borboletas traseiras”.

Há um alternador em formato de chaveta localizado à direita do volante que permite determinar o caráter da corrida sendo disputada: pistas comuns, drifting, modalidade esportiva, profissional e arcade. Na verdade, não sentimos diferença nesse alternador ao testar em diferentes jogos do gênero. No PC, utilizamos GRID 2 e F1 2012. No PlayStation 3, os escolhidos foram Gran Turismo 5 e Split/Second. Os detalhes aprovados e desaprovados no desempenho do volante em cada um dos games você confere a seguir.

Aprovado

Tempo de resposta

Ao manipular a direção com um jogo que tenha sido designado com o volante em mente, como é o caso de Gran Turismo 5, a responsividade é praticamente impecável.

A sensação de velocidade muda quando alternamos a dirigibilidade a partir de um mero DualShock para um volante com pedais de aceleração e freio. Mesmo os não aficionados pelo universo automobilístico ficarão seduzidos pela experiência com o volante. É no mínimo algo fora do habitual – e isso talvez já seja suficiente para convencer.

Não dá para comparar o Thrustmaster Ferrari F430 com um fliperama que tenha cockpit e tudo mais. Nenhum acessório doméstico desse tipo, na verdade, pode ser comparado aos tradicionais arcades. Mas o volante quebra um galho, ou melhor, uma árvore. Prova disso é que todo mundo aqui da redação ficou com vontade de tirar uma casquinha do acessório, que caiu nas graças da equipe.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogo)

Gran Turismo

Uma das melhores experiências em simulação automobilística é o unânime e consagrado Gran Turismo. Para o teste, utilizamos o último game da franquia, Gran Turismo 5, enquanto o 6 não chega. E o simulador da Polyphony foi o favorito da equipe por méritos próprios, e não pelo peso que a marca carrega na família PlayStation.

O fato é que o game de corrida parece ter sido feito para o volante e vice-versa. O Force Feedback, função vibratória que simula as trepidações do carro quando ele está sendo guiado sobre terrenos esburacados, nos momentos de batida ou nos encontrões com outros veículos, coloca o jogador num carro de verdade – inclusive com os mesmos “medos”.

As vibrações são sutis, mas o que impressiona é o comportamento da direção. Ao bater em muretas ou relar em outros veículos, o jogador tem uma resposta rápida em que o volante trepida, balança para os lados e retoma sua posição original como forma de segurança, mostrando que o carro está desgovernado (ou melhor, o jogador), tal como poderia ocorrer na vida real.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

Revestimento do material

O acabamento do Thrustmaster Ferrari F430 é uma das características mais refinadas do volante. Elegante e bonito, o acessório tem as laterais emborrachadas e firmes. Nada é “plastificado” ou tem origem em materiais duvidosos; o volante é resistente e tem um semblante amadurecido. Em outras palavras, nada tem cara de “brinquedo” aqui.

Os pedais são um deleite. Revestidos em aço escovado e com a arquitetura certa para o pressionar de nossos pés, são facilmente confundíveis com pedais de verdade num primeiro olhar. A base é firme e tem “pezinhos” emborrachados para se firmar no chão. Pisos de madeira serão muito bem-vindos aqui; em carpetes, a tendência é que a base “sambe” um pouco com o manuseio e que os jogadores não possam corresponder de forma recíproca a empolgação da velocidade na telona.

Serve para PS3 e PC

A compatibilidade não é múltipla, mas atende aos padrões de um PC e um PS3. O investimento pode acabar não sendo tão polpudo em função da dupla compatibilidade – nada impede que dois amigos rachem o valor para jogar nas diferentes plataformas. O preço gira em torno de R$ 800,00 a R$ 1.000,00 nas principais redes oficiais do varejo brasileiro.

Por outro lado, a lista de games compatíveis com o volante é limitada. Os principais títulos que provavelmente passam por sua cabeça agora – GRID 2, Gran Turismo, Fórmula 1, entre outros – podem ser aproveitados com o acessório, mas alguns importantes, como Need for Speed: Hot Pursuit e outros da franquia da EA, ficam de fora. Clique aqui para conferir a relação de games compatíveis com o Ferrari F430.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

Reprovado

Montagem do volante

Desencaixotar o volante foi fácil. A montagem, no entanto, foi difícil na mesma proporção. O manual não traz um guia específico e tudo é feito na base do “adivinhômetro”. Nada como o século XXI para vários dos redatores aqui da equipe buscarem um tutorial no YouTube. Sem muito sucesso, tivemos que suar a camisa e fritar os neurônios para descobrir como acoplar o volante à mesa e usar o pitoresco parafuso que acompanha o acessório.

O site da Thrustmaster – todo em inglês – tem uma seção explicativa com alguns tópicos que são uma mão na roda para dúvidas rápidas, mas nada aborda de forma clara e específica a montagem do volante para que este seja afixado à mesa.

Os pedais já vêm “prontos” e não pedem qualquer raciocínio de Einstein. Tudo que o jogador precisa fazer é conectar a base ao volante através de um cabo de ligação que acompanha o produto. Os conectores são similares aos de um cabo de rede.

Foi um verdadeiro parto até este redator conseguir jogar com esse conforto. (Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

Compatibilidade limitada e calibragem no PC

O Thrustmaster Ferrari F430 é bonito, elegante, tem uma proposta ousada e um tempo de resposta à altura desses elogios. No entanto, há uma seleta lista de games que são compatíveis com ele.

Nós aqui da redação fomos com sede ao pote em Need for Speed: Hot Pursuit, um dos games mais legais da franquia, e demos de cara com o tarraxo. Só depois nos tocamos e fomos checar no site da fabricante a relação de jogos compatíveis com o volante para constatar que o game da EA não está incluso na seleção. Isso não chega a ser um problema agravante porque há grandes títulos que podem ser aproveitados com o volante, mas restringe o leque de opções.

A calibragem com o PC foi uma verdadeira pedra no sapato. Quando falamos em PC, temos que pensar em tudo que envolve compatibilidade de hardware vs. versão do Windows, pois cada sistema pode se comportar de uma maneira diferente, e a configuração tende a diferir. Usamos o Windows 8 aqui na redação.

O volante é “plug and play”: ao espetá-lo na USB do computador, o sistema operacional reconhece o periférico e instala os drivers necessários automaticamente. No entanto, a própria Thrustmaster indica o download manual do arquivo e a calibragem também manual através do painel de controle do sistema operacional da Microsoft.

(Fonte da imagem: Reprodução/Baixaki Jogos)

No PC, testamos GRID 2 e F1 2012. O volante se comportou de forma “teimosa” e pendia para o lado esquerdo, mesmo com toda a calibragem que fizemos. Eventualmente, ele pode funcionar melhor em outros sistemas operacionais. O Ferrari F430 é compatível com os sistemas operacionais Windows XP, Vista, 7 e 8. Clique aqui para ver as especificações ao PC no site oficial da fabricante.

Vale a pena?

Não é preciso ser muito exigente para considerar a experiência com o Thrustmaster Ferrari F430 no mínimo diferente. Aos que buscam emoção sobre quatro rodas, sem sombra de dúvidas vale a pena.

O DualShock tem uma anatomia interessante aos velocistas de plantão, mas os mais aficionados certamente encontrarão imersão com um volante e dois pedais do que com um mero joystick. A partir dessa perspectiva, sim, o Ferrari F430 da Thrustmaster vale cada centavo investido como um acessório intermediário que varia entre R$ 700,00 e R$ 1.000,00. Modelos como o T500 da mesma marca ou o G27 da Logitech, que são top de linha, oferecem câmbio e três pedais, mas o preço é mais salgado, naturalmente. O T500 pode beirar os R$ 3.000,00.

(Fonte da imagem: Reprodução/Pcdistrict)

Os perfeccionistas certamente encontrarão ressalvas porque sim, elas existem. Nada é perfeito. A calibragem complicada no PC e a pressão relativamente pesada que deve ser aplicada aos pedais podem incomodar alguns.

No entanto, garantimos: ao sentar com o volante em frente a uma TV de 46 polegadas (sim, essa é outra recomendação) e Gran Turismo na bandeja do seu PS3, você vai entrar correndo na internet para pechinchar valores do produto.

Via BJ

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.