Análise: Ubuntu 13.04 Raring Ringtail [vídeo]

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A Canonical caminha a passos firmes para consolidar de vez o uso da interface Unity, destacando-a como o grande diferencial em relação a outras distribuições de Linux e também a outros sistemas operacionais.

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Recentemente, a companhia fundada por Mark Shuttleworth lançou o Ubuntu 13.04, codinome Raring Ringtail, com algumas novidades discretas, mas consistentes em relação à versão anterior do sistema.

Vários bugs corrigidos, maior integração com a web e com um maior número de dispositivos hardwares — em especial, placas de vídeo da NVIDIA e da AMD —, e ainda kernel Linux atualizado são alguns dos principais destaques do novo Ubuntu. O Tecmundo analisou o mais novo lançamento da Canonical e traz agora os resultados para você. Confira.

Desempenho

Logo de cara, a primeira mudança a ser notada no Ubuntu 13.04 é a melhoria da instalação. Este processo não deve levar mais do que alguns minutos, e você conta com um modo básico e um modo avançado à sua disposição. Além disso, o Ubuntu traz um desempenho geral mais eficiente, consumindo menos recursos do sistema e servindo de opção até mesmo para máquinas mais simples.

Unity

Amada por uns e odiada por outros, a interface adotada pelo Ubuntu já há algumas atualizações começa a ganhar a robustez e a eficiência que se espera de um sistema operacional competente. Se a decisão da Canonical de “abandonar” a interface clássica do Gnome (que ganhou atualizações e se modernizou bastante nos últimos anos) gerou polêmica, aos poucos a intenção da companhia começa a ficar ainda mais clara.

Nesta versão, o Unity está mais leve, mais fluido e ganhou alguns novos recursos, principalmente no Dash, que o tornam uma saída ainda mais prática para gerenciar todo o sistema.

Unity ganhou melhorias no gerenciamento de janelas. (Fonte da imagem: Reprodução)

O gerenciamento de janelas abertas no Unity é outro recurso que está ainda melhor no Raring Ringtail. Ao acessar o menu de cada item (botão direito do mouse), você pode navegar pelas janelas com apenas um  clique, o que facilita bastante a navegação entre vários conteúdos abertos por ali.

Dash aprimorado

O Dash do Unity ganhou algumas novidades significativas e agora permite o acesso às fotos e presentes nos perfis de redes sociais logadas no sistema. Tal função, oferecida pela “lente social”, pode ser de grande ajuda para quem armazena muitas fotografias em serviços como Facebook, Flickr ou Picasa, por exemplo, pois é possível acessá-las sem precisar do navegador.

Além disso, o menu do Unity é totalmente capaz de vasculhar todo o seu computador atrás de arquivos e pastas, bem como pode fazer buscas na Central de Programas do Ubuntu. Mais do que isso, você pode acessar os detalhes e instalar o programa diretamente do Dash, sem precisar acessar a Central propriamente dita.

Dash do Unity também ganhou melhorias. (Fonte da imagem: Reprodução)

Outra nova lente é a do Gwibber, cliente de redes sociais que não está mais na lista de apps nativos do sistema, mas que pode ser instalado e permite acessar postagem de Twitter e Facebook direto do Dash.

Novos efeitos e melhorias visuais

Outro destaque fica por conta dos efeitos visuais apresentados pelo sistema. As novas animações, que aparecem quando você minimiza ou maximiza uma janela, bem como quando usa o recurso das “laterais magnéticas”, dão um charme especial ao novo Ubuntu.

Além disso, a nova versão do gerenciador de arquivos Nautilus também deu um belo amparo visual ao sistema, ganhando ícones monocromáticos e um visual mais limpo. Outros detalhes, como um esquema novo de alteração de janelas e o menu de desligamento mais moderno do que nunca, também incrementam a interface gráfica do novo Ubuntu.

A central de atualizações do sistema também ganhou um novo visual, muito mais discreto e organizado do que até então. Mais um ponto a favor do Raring Ringtail.

Gerenciador de arquivos

O Ubuntu traz a versão mais atualizada do Nautilus como gerenciador de arquivos padrão do sistema. Apesar dos retoques que melhoraram bastante o visual do programa, ele perdeu algumas funções clássicas, como a possibilidade de dividi-lo ao meio com a tecla F3 ou ainda a possibilidade de voltar à pasta anterior pressionando a tecla Backspace (novo atalho: Alt + Seta para esquerda).

Por outro lado, o sistema de busca de arquivos foi melhorado e está mais fácil encontrar qualquer coisa dentro do Ubuntu. Basta começar a digitar algo para que os resultados apareçam na tela em tempo real, semelhante ao que acontece no buscador do Google.

Webapps e integração com a internet

As webapps do Ubuntu são um dos recursos mais interessantes surgidos nos últimos tempos. Elas permitem que você acesse rapidamente diversos serviços da web, como blogs, emails e redes sociais, clicando em um ícone, que pode ser adicionado à barra do Unity.

Entretanto, elas ainda não contam com uma central de gerenciamento, por meio da qual seria possível desinstalar aquelas que você não deseja mais. A remoção é possível, claro, mas só por meio de uma “gambiarra” — o que mostra que o Ubuntu ainda não se tornou totalmente amigável ao usuário.

Mais controle no gerenciamento de contas. (Fonte da imagem: Reprodução)

Por outro lado, a integração com a internet está mais simplificada. O painel de contas do Ubuntu agora permite que você defina de forma específica quais programas podem acessar as informações das suas contas, garantindo maior controle sobre o uso de suas informações online no sistema.

Privacidade

O controle de privacidade também deixa a desejar. Depois de ser acusado de ser um grande spyware por Richard Stalmann, o Ubuntu ainda não trouxe uma forma interessante de equilibrar o uso das informações que você busca na web pelo Dash e o repasse de informações para publicidade personalizada na Amazon.

Ausências sentidas

Os aplicativos pré-instalados no Ubuntu não costumam agradar a todos, mas algumas ausências podem ser sentidas pelos mais exigentes. Uma delas é a do GIMP, que já há algumas versões não é instalado junto ao sistema. Outra é o Gwibber, o tradicional cliente de Twitter, Identica e Facebook. Por fim, a ausência do gerenciador de pacotes Synaptic, outra que já é comum no Ubuntu, também deixa um pouco a desejar.

Vale lembrar, é claro, que todos esses programas podem ser instalados facilmente a partir da Central de Programas do Ubuntu.

Gwibber se integra ao Dash, mas não vem instalado por padrão no novo Ubuntu. (Fonte da imagem: Reprodução)

Uma promessa para o Ubuntu 13.04, o sistema “Smart Scope” (ou “Busca Inteligente”, como tem sido chamado por sites em português especializados no Ubuntu) ficou de fora desta versão. Os testes feitos com o estágio atual de desenvolvimento do sistema que ofereceria buscas em toda a web diretamente do Dash do Ubuntu não foram satisfatórios, e ele vai aparecer somente na próxima versão, a ser lançada em outubro deste ano.

Conclusão

Como é de se esperar, as mudanças entre uma versão e outra do Ubuntu não são tão significativas, afinal, o sistema traz uma atualização dessas a cada seis meses. De qualquer forma, não dá para dizer que o trabalho da comunidade de desenvolvedores em torno desse Linux não foi bem feito.

Os recursos adicionados recentemente trazem mais opções para o sistema. Enfim, é possível afirmar que, entre erros e acertos, as correções e os retoques do novo Ubuntu mostram que ele está cada vez mais no caminho de se tornar uma alternativa bonita e funcional aos seus concorrentes. O Ubuntu mostra mais uma vez que o Linux pode ser amigável.

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