Quanto tempo levará para o 5G estar disponível em todas as capitais?

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Em fevereiro de 2021, foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) o edital referente ao leilão das redes de 5G no Brasil. Esse foi um dos primeiros passos para tornar verossímil a discussão acerca do tempo necessário para tornar a rede de 5ª geração disponível em todo o país.

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Com o edital aprovado, discussões sobre os benefícios do 5G foram abertas, colocando em pauta assuntos como inteligência artificial, realidade aumentada e realidade mista, que permitirão a conexão entre equipamentos e máquinas a níveis residencial, comercial e industrial por conta da Internet das Coisas (IoT).

Segundo Eduardo Carvalho, managing director da Equinix Brasil, é importante destacar que o 5G é destinado mais para empresas do que para o consumidor final, já que possibilita avanços em áreas como a automação, com destaque para indústria, veículos autônomos e agricultura, além de tecnologias com aplicações variadas, como realidade aumentada e virtual. "Todas essas inovações e outras que ainda nem foram criadas impactam positivamente o PIB do país", ele afirmou.

Segundo uma pesquisa realizada pela Equinix em 2020, 47% dos tomadores de decisão em TI pontuaram que o 5G possibilitaria a utilização de novas tecnologias nos negócios.

O 5G, todavia, também irá gerar muitos impactos positivos para o consumidor final, ou seja, os usuários de smartphones. Por isso, empresas como a Motorola vêm fazendo um grande esforço para lançar aparelhos compatíveis com a tecnologia de quinta geração desde 2019, expandindo o mercado para diversos níveis de poder aquisitivo para garantir que a população tenha acesso ao recurso quando ele estiver disponível em todo o Brasil.

Contudo, antes de pensar nos benefícios da implementação dessa rede, é necessário levantar uma discussão mais abrangente e imediata: quanto tempo vai demorar até que pelo menos todas as capitais tenham acesso ao 5G no Brasil?

Quando o 5G vai chegar em todas as capitais do Brasil?

Segundo o ministro das comunicações, Fábio Faria, o 5G deverá estar disponível em todas as capitais brasileiras até julho de 2022. Ainda em 2020, contudo, há a previsão de disponibilização de 20 pontos da rede no Brasil.

As operadoras de telecomunicações que vencerem o leilão da Anatel terão algumas exigências a cumprir:

  • em municípios com mais de 500 mil habitantes, o 5G deverá ser implementado até julho de 2025;
  • aqueles com mais de 200 mil habitantes, o prazo é julho de 2026;
  • por fim, os que tiverem população acima de 100 mil deverão ter o território atendido pela rede até julho de 2027.

Com isso, é previsto que 100% dos municípios com menos de 30 mil habitantes sejam atendidos até dezembro de 2029.

De acordo com Eduardo Carvalho, as operadoras podem enfrentar dificuldades com o prazo de implementação do 5G no Brasil. Contudo, a oportunidade para geração de receita é grande, principalmente no mercado B2B.

"Para os outros setores, [o 5G] oferece novas oportunidades de receitas e melhor qualidade de experiência do seu cliente final", explicou Carvalho.

Expansão de redes de internet no Brasil

Distribuição 5G no BrasilDistribuição 5G no Brasil

Com a aprovação de licitações de radiofrequências nas faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz, será possível que as prestadoras do serviço – as operadoras de telefonia brasileiras – tenham mais recursos para expandir a rede de internet para o maior número de cidades no menor tempo possível.

Para tornar isso possível, o governo federal determinou que cada banda leiloada, com exceção da faixa de 26 GHz, terá uma obrigação a ser cumprida em detrimento do avanço da internet 5G no Brasil.

700 MHZ

A empresa vencedora do leilão por essa faixa deverá instalar antenas 4G ou 5G em todas as cidades e estradas previstas na portaria do Ministério das Comunicações. O prazo para o cumprimento é até 2025.

2,3 GHz

Prevê a obrigatoriedade de oferecer no mínimo a tecnologia 4G para 95% da área urbana de municípios sem acesso ao 4G e que tenham menos de 30 mil habitantes.

3,5 GHz

A faixa de 3,5 GHz é considerada a melhor banda para a propagação do 5G no Brasil, principalmente porque é identificada – a partir de testes em todo o mundo – como uma das que mais estão aptas ao desenvolvimento da 5ª geração. Atualmente, o 3,5 GHz está sendo ocupado pelas parabólicas.

Por isso, o vencedor do leilão para essa faixa deverá:

  • instalar antenas 5G em cidades com 30 mil habitantes ou mais (para os lotes nacionais, com uma antena a cada 15 mil habitantes) até julho de 2029;
  • instalar antenas 5G em cidades com menos de 30 mil habitantes até o final de 2029;
  • limpar o sinal das parabólicas, transferindo as operadoras para uma banda chamada Ku;
  • construir backhaul* em cidades listadas até 2025, com o objetivo de expandir a fibra ótica no país.

*Backbone é o que interliga as operadoras com os servidores, são vias por onde os dados transitam. O backhaul faz as conexões entre o backbone e as sub-redes periféricas, ou seja, as que dão acesso aos usuários finais.

Por que o 5G no Brasil vai demorar até 2022?

Como dito, a previsão é que o 5G esteja disponível em todas as capitais brasileiras até 2022. A causa dessa espera, apesar do leilão da Anatel estar estimado para o 1º semestre de 2021, é simples: a migração das parabólicas.

A TV aberta via satélite deverá migrar para outro espectro, a banda Ku, processo demorado e caro. Cerca de 6,5 milhões de casas utilizam uma antena parabólica para assistir à TV aberta, de acordo com o IBGE em levantamento feito em 2017.

A operadora que comprar o espectro 3,5 GHz deverá distribuir kits (contendo um receptor novo e uma antena parabólica) gratuitamente para todas as famílias de baixa renda integrantes do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. O custo estimado é de R$ 2,5 bilhões.

E a cobertura 4G no Brasil?

Apesar do 5G trazer imensos avanços no campo tecnológico, como a velocidade de rede 100 vezes maior, o edital da Anatel também pontua a necessidade de expansão do 4G.

Apesar da 4ª geração não bater de frente com a 5ª em termos de velocidade, estabilidade e número de dispositivos conectados por metro quadrado, o 4G ainda é um espectro de rede que atende muito bem às necessidades básicas de conexão à internet da população.

Segundo dados da Anatel de dezembro de 2020, o 3G ainda tem mais de 33 milhões de acessos. Isso mostra que cerca de 10% da população conectada à internet não tem recursos para utilizar redes de 4ª geração e muito menos 5ª.

Por isso, haverá a necessidade de expansão no mínimo do 4G para todas as localidades com mais de 600 habitantes, demonstrando a importância da sua utilização em mais cidades, principalmente as interioranas.

O que é o 5G DSS?

Em julho de 2020, a Claro ativou a 1ª rede de 5ª geração no Brasil, conhecida como 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing, ou compartilhamento de espectro dinâmico). Apesar de não ser considerada uma rede pura, por utilizar os espectros do 3G e 4G, a conexão tem suas vantagens.

A primeira delas é que o 5G DSS é mais fácil de instalar, portanto é mais econômico. Por meio de uma atualização de software, é possível alterar o suporte das antenas de rádio para suportar a tecnologia.

O 5G DSS também é mais rápido do que o 4G, implicando uma viabilidade muito maior em regiões onde a instalação dos receptores da 5ª geração pura não é viável.

Contudo, o DSS não é capaz de entregar todas as premissas do 5G, que envolvem muito mais do que velocidade superior de navegação. É por isso que, apesar de ser uma alternativa viável, o 5G DSS deve ser prioridade apenas em situações pontuais em que o 5G de verdade não possa ser instalado – pelo menos por enquanto.

Em 2020 a Motorola lançou o Motorola Edge, o primeiro smartphone compatível com a tecnologia 5G e 5G DSS no Brasil. Ainda em 2020 foram lançados os smartphones Moto G 5G e Moto G 5G Plus, e no primeiro trimestre de 2021 o Moto G100 5G. Ou seja, o consumidor já pode experimentar a velocidade 5G através do 5G DSS com esses smartphones!

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