Windows 9: o que esperar da nova geração do sistema operacional?

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Em 2009, fizemos um artigo comentando sobre alguns recursos que veríamos no Windows 8. O texto criado tinha caráter humorístico, mas nem todos os nossos palpites eram infundados.

Agora que a Microsoft está caminhando em ritmo acelerado (com a versão 8.1 já disponível e uma possível 8.2 no forno), podemos trazer algumas previsões realistas para o Windows 9.

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Queremos notar que até o presente momento não há detalhes concretos sobre o cronograma para o desenvolvimento da próxima atualização, tampouco informações sobre o lançamento do próximo Windows. Não temos como saber se a desenvolvedora vai apostar em updates anuais para o Windows 8 ou se o plano é reformular tudo e lançar uma nova versão.

Assim, é importante ter em mente que talvez alguns palpites deste artigo acabem não se concretizando. De qualquer forma, estamos bem inteirados com os mais recentes rumores, por isso um artigo sensato que aborde alguns recursos que realmente possam aparecer no Windows 9 faz todo sentido neste momento.

Repensando o sistema

Conforme citamos na análise do Windows 8.1, o atual sistema da Microsoft é muito indeciso. O produto não consegue agradar totalmente em nenhum dos dois ambientes aos quais se propõe atender. Seja em um tablet ou em um computador desktop, o software deixa a desejar com funcionalidades confusas que surgem em decorrência da dualidade de visuais.

Devido à grande queda nas vendas dos desktops e à convergência para os aparelhos com tela sensível ao toque, não poderíamos estranhar se a Microsoft resolvesse abandonar a interface desktop do sistema. Esta seria uma boa aposta, mas um rumor diz o contrário.

AmpliarNão faz sentido usar o desktop em um tablet (Fonte da imagem: Reprodução/Anandtech)

Conforme uma postagem em um fórum russo, a Microsoft trará a interface Aero (a mesma do Windows 7) de volta no Windows 9. A pessoa que compartilhou a informação comentou que o visual antigo será recolocado para agradar aos usuários que reclamaram da nova interface, todavia é possível que o Aero seja modificado um pouco.

De qualquer forma, trazer a interface Aero de volta ao jogo não quer dizer muita coisa. Ela é essencial no novo Windows, pois muitos softwares ainda não terão migrado para o novo estilo visual do sistema — e manter a compatibilidade com grandes aplicativos é de suma importância para a Microsoft.

Uma boa ideia seria fornecer o poder de escolha para o usuário. Quem usa um PC de mesa ou um notebook sem tela sensível ao toque poderia aproveitar todo o sistema apenas no modo desktop, enquanto os utilizadores de tablets desfrutariam da interface moderna.

AmpliarInterface moderna não foi feita para mouse e teclado (Fonte da imagem: Reprodução/PC Advisor)

Isso não é uma ideia ruim e vemos isso acontecer com os produtos da Apple (que não força os usuários de computadores a usarem os programas e a interface do iPad). São sistemas diferentes, portanto é necessário funcionalidades diferentes. Repensar o sistema certamente seria a melhor ideia para garantir a melhor experiência para o usuário.

Novo painel de controle

Essa reforma geral no sistema não seria apenas na interface, mas em todos os recursos. Um dos problemas que apontamos em nossa análise é justamente a má organização das opções e das configurações. Com um painel de controle clássico e algumas poucas funções acessíveis através da nova interface, as pessoas se veem perdidas em diversas situações.

Jogar as opções para um único local seria um grande avanço, pois o usuário não precisaria vasculhar menus ocultos para encontrar configurações que são essenciais. No caso de uma separação de interface (para desktops e computadores com touch), os painéis poderiam ser organizados da mesma forma, mas com ícones projetados para cada tipo de tela.

AmpliarNinguém precisa de dois painéis de controle (Fonte da imagem: Tecmundo/Baixaki)

Algo que atrapalha bastante no Windows 8 é a falta de um gerenciador do sistema que seja realmente atuante. No Windows 9, podemos esperar essa integração entre os itens do Painel de Controle (que podem incluir até mesmo configurações de softwares) e a interface. Notificações inteligentes poderiam deixar o sistema mais útil e simples.

Unificando tudo

Uma ideia que muitos cogitam é a unificação do Windows Phone com o Windows. A separação do produto para atender a dois mercados distintos não é ilógica, mas a unificação dos sistemas seria benéfica tanto para a Microsoft quanto para o consumidor.

A ideia é bem simples: um sistema capaz de se adaptar (identificando a resolução e otimizando recursos para aproveitar o hardware disponível) ao dispositivo e de oferecer uma experiência mais consistente com apps preparados para a plataforma em questão. O Windows Phone 8 até tenta imitar o visual do Windows 8, porém os núcleos dos sistemas são bem diferentes.

(Fonte da imagem: Tecmundo/Baixaki)

Essa unificação também seria de grande valia para os desenvolvedores que poderiam desenvolver um único app capaz de rodar em quaisquer gadgets. Essa agilidade no processo de criação de jogos e softwares seria ainda mais importante para a Microsoft, que teria uma loja recheada de novidades de alta qualidade.

Já pensou como seria interessante sair do PC e continuar no celular usando o mesmo sistema? Claro, para conseguir tal façanha, a Microsoft precisaria enxugar o sistema — removendo algumas funções e impondo limitações —, deixá-lo mais inteligente e adicionar algumas ferramentas para melhorar o uso dos recursos.

AmpliarConceito do Windows 9 (Fonte da imagem: Reprodução/Softpedia)

Essa possibilidade inclusive não é descartada. Conforme Terry Myerson, vice-presidente de sistemas operacionais da Microsoft, confirmou ao site PC Pro, a empresa está comprometida com o Windows RT e vê que o software pode ficar bom em smartphones com telas grandes. Ela comentou que os celulares têm boa autonomia de bateria e conectividade e adicionou que podemos esperar o Windows chegar a muitos gadgets com processadores ARM.

Aplicativos realmente completos

Um sistema operacional não tem uma utilidade bem definida sem a presença de aplicativos. O Windows sempre veio com alguns programas básicos desenvolvidos pela própria Microsoft (é o caso do Paint, do calendário, da calculadora e do próprio Internet Explorer), garantindo algumas tarefas básicas sem a necessidade de instalação de softwares de terceiros.

Acontece que muitos desses softwares próprios são bem básicos, o que acaba tornando o sistema (em seu estado inicial) muito limitado. No Windows 8, já vimos a Microsoft dando alguns passos rumo à inclusão de apps remodelados e mais robustos, mas ainda não podemos dizer que os aplicativos da Microsoft satisfazem as necessidades básicas do usuário.

Atualmente, alguns apps são para desktop outros para tablet (Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia)

Pegue um dos apps básicos da interface moderna. Eles geralmente são vazios, com apenas um ou outro recurso inserido em algum canto da tela. Essa renovação de apps é importante para que os utilizadores mantenham interesse no sistema.

Melhorias de energia e de recursos

O Windows vem melhorando muito ao longo dos anos, mas o sistema ainda não é um exemplo no consumo e gerenciamento de energia. Com a chegada do Windows 9, podemos esperar que o software consiga aproveitar melhor a energia disponível, garantindo tempo prolongado de uso do computador.

Apesar de parecer simples, essa melhoria no sistema não acontece da noite para o dia, ainda mais porque o Windows é um sistema que roda em uma variedade enorme de máquinas. Assim, podemos esperar que o Windows 9 traga alguma melhoria nesse sentido, mas não que isso vá resolver o problema em todas as máquinas.

(Fonte da imagem: Reprodução/Variable GHz)

Um sistema capaz de gerenciar energia de forma inteligente necessita controlar os recursos de hardware de forma mais precisa. O Windows 8 já mostrou que é capaz de se comunicar bem com os componentes, sendo capaz de instalar drivers e oferecer boa funcionalidade dos principais dispositivos, mas o sistema ainda não tem controle absoluto sobre as peças.

Quem sabe, com o Windows 9, poderemos ver um sistema inteligente capaz de se adaptar ao processador, usando todos os recursos de um chip AMD ou de um Intel. A mesma coisa vale para a utilização da placa de vídeo, algo que pode impulsionar o desempenho, mas que por enquanto acontece apenas em um ou outro programa.

Uma experiência mais gestual

Um dos grandes focos do Windows 9 deve ser o comando por voz e gestos. A integração com o Kinect e câmeras mais capacitadas em notebooks pode garantir uma experiência similar à que será oferecida no Xbox One. A Microsoft sabe como fazer isso e é apenas uma questão de tempo até convencer os usuários de que tais recursos podem facilitar suas vidas.

Algumas empresas também vêm investindo nesses recursos, o que inclui a própria AMD e Intel. Há alguns notebooks (como o Lenovo Yoga que testamos) que já trazem capacidades de interpretação de movimento, o que facilita, por exemplo, a navegação em uma galeria de imagens. No futuro, a quantidade de funções com gestos pode ser bem maior.

Já imaginou que interessante seria apenas dizer “Oi, Windows” e começar a utilizar o PC sem as mãos? Todos os movimentos da Microsoft sugerem um futuro pautado nesse tipo de tecnologia, portanto não devemos duvidar que o Windows 9 será bem mais inteligente.

O futuro é na nuvem

Entre tantos rumores, há um que parece improvável, mas que não pode ser descartado. Conforme a postagem no fórum Ru Board, o Windows 10 pode ter muitas funcionalidades baseadas na nuvem. Sinceramente, devemos discordar um pouco da informação, pois acreditamos que esta mudança já possa acontecer no Windows 9.

Basta pensarmos que a Microsoft tem tomado uma série de ações para deixar seus produtos conectados à nuvem para percebermos que a ideia não é tão absurda. O Xbox One, por exemplo, vai usar e abusar desse tipo de recurso, até mesmo para executar jogos antigos do Xbox 360 — o que comprova o poder da nuvem da Microsoft.

Considerando as capacidades avançadas para tal tarefa, não duvidamos que o Windows 9 possa contar com várias ferramentas que funcionem na nuvem. E se pensarmos um pouco mais, a Google já oferece um sistema desse tipo que funciona perfeitamente (para quem tem uma conexão de internet decente).

Slogan perfeito para o Windows 9 (Fonte da imagem: Tecmundo/Baixaki)

Claro, o sistema terá diversos recursos que funcionarão offline, garantindo o uso do software em locais onde não há conexão com a internet. Entretanto, acreditamos que muitos recursos funcionem diretamente da nuvem, incluindo o streaming (pago) de jogos, o que garantiria a execução de games até mesmo em máquinas mais simples.

Já imaginou como seria legal poder viajar para qualquer lugar do mundo, usar qualquer computador e sempre ter seu sistema (documentos, apps, músicas e jogos) sempre disponível? Para nós, este seria o foco principal do Windows 9, por isso apostamos no slogan “Your system. Your Docs. Anytime. Anywhere.”

Quando será lançado?

Conforme já comentamos, não há uma data confirmada para o lançamento do Windows 9, mas de acordo com a notícia do PC Pro, a Microsoft deve lançar a próxima atualização do sistemas apenas em 2015. A notícia causa estranheza, pois vai contra o que a própria Microsoft havia proposto anteriormente: updates frequentes.

Isso gera uma grande dúvida sobre a versão que será liberada, pois, considerando o longo tempo de desenvolvimento, devemos ver o Windows 9 chegando em vez de uma simples atualização como seria o caso do Windows 8.2. Tendo em mente o lançamento de versões anteriores, poderíamos apostar na chegada do Windows 9 para outubro de 2015.

Vale notar que mesmo que tenhamos razão sobre a versão que será lançada, não há como saber se os recursos que citamos aqui serão adicionados ao sistema. De qualquer forma, nossos palpites são coerentes diante das atitudes da Microsoft e dos mais recentes boatos. Agora, resta aguardar para ver o que a empresa nos revela em um futuro próximo.

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