Virgin e startup se unem para trazer voos supersônicos 'acessíveis'

2 min de leitura
Imagem de: Virgin e startup se unem para trazer voos supersônicos 'acessíveis'

Cerca de 13 anos depois do encerramento dos voos comerciais com os Concordes, o fundador do Virgin Group, Sir Richard Branson, revelou seus planos para lançar seu próprio serviço de transporte de passageiros com aviões supersônicos. A novidade permitirá que o trajeto entre Londres e Nova York, por exemplo, seja feito em apenas 3 horas e meia. E o melhor de tudo: segundo ele, dessa vez as passagens terão preços “acessíveis” – pelo menos mais do que os US$ 20 mil que eram cobrados por pessoa antigamente nesse tipo de transporte.

O braço da empresa para voos de civis para o espaço, a Virgin Galactic, se uniu à sua divisão de fabricação, a Spaceship Company, e à startup Boom para desenvolver, testar e viabilizar a aquisição de 10 novos veículos aéreos de altíssima velocidade. “Estamos falando do primeiro jato supersônico que no qual será financeiramente viável voar”, afirmou Blake Scholl, piloto, ex-executivo da Amazon e atual líder da companhia que está criando o avião.

Um dos planos de voo da Boom para seu jato supersônico

“Isso não é ficção científica, estamos realmente trabalhando nisso. Você conseguirá voar de Nova York para Londres em 3 horas e meia por US$ 5 mil, incluindo a volta [que tomará a mesma quantidade de tempo]”, afirma Scholl. Por mais que o valor seja alto, é preciso ressaltar que esse é aproximadamente o mesmo preço de uma viagem no mesmo trajeto em um avião comum em classe executiva, que levaria em torno de 7 horas para chegar na capital britânica.

Quase no espaço

O avião chegará a Mach 2.2, o que significa cerca de 2.716 km/h

O jato da Boom terá um total de 40 assentos divididos em duas colunas de cada lado do corredor central, o que significa que todos os passageiros terão acesso a uma janela para apreciar a vista para o horizonte curvado da Terra enquanto a máquina voa a uma altitude de 60 mil pés. “Existe um mercado enorme hoje, mais de 20 milhões de pessoas voam internacionalmente em classe executiva todos os anos. Podemos levá-las a Mach 2.2 (cerca de 2.716 km/h) e economizar metade do tempo da jornada”, ressalta Scholl.

Segundo o executivo, a demanda por viagens internacionais mais rápidas é tão alta que o mercado de voos supersônicos “acessíveis” pode chegar a valer US$ 100 bilhões. Quando se tornar realidade, o avião da Boom poderá trabalhar em 500 rotas diferentes, mas os primeiros modelos ficarão inicialmente concentrados nos trajetos entre Londres e Nova York, San Francisco e Tóquio e Los Angeles e Sydney. O primeiro voo de teste está previsto para o final de 2017.

O Concorde depois de seu último voo comercial

Primeiro passo

Por mais que US$ 5 mil (R$ 15.921, em conversão direta) ainda seja caro para a maioria de nós, meros mortais trabalhadores, o preço já é bem mais plausível do que os US$ 20 mil (R$ 63.684, em valores atuais) que eram cobrados para voar nos Concordes. A criação de voos supersônicos menos caros agora é possível principalmente por conta de avanços nas tecnologias de fibra de carbono, o que permite que a máquina da Boom seja 30% mais eficiente que o avião antigo.

“Como meta final eu quero que as pessoas possam chegar em qualquer lugar do mundo em 5 horas por US$ 100 [R$ 318]. Para conseguir isso ainda temos que melhorar a eficiência de combustível, mas viagens aéreas supersônicas gradualmente se tornarão acessíveis para todos”, conclui Scholl.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.