Primeiras impressões: testamos o Baidu Eye [vídeo]

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Ele nasceu como um pequeno teste interno em uma brincadeira de Primeiro de Abril, mas a receptividade e aceitação da ideia foi tão grande que ele acabou se tornando um novo produto que pode em breve chegar ao mercado. Na última semana, o TecMundo visitou a sede da empresa chinesa Baidu, na cidade de Pequim, e teve a oportunidade de conferir, antes mesmo da imprensa internacional, as funcionalidades do Baidu Eye.

Inicialmente, o acessório surgiu como um “concorrente” do Google Glass, mas na prática sua proposta é um pouco diferente. O acessório ainda não tem data para chegar ao mercado e, ao menos por enquanto, compreende comandos de voz apenas em chinês. Será que a mais nova aposta da empresa chinesa conseguirá transformar a maneira como os usuários realizam buscas na web?

Um rápido trabalho de desenvolvimento

Investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias é uma das bandeiras da empresa chinesa Baidu. Enquanto a média mundial entre as grandes companhias chega aos 10% do lucro, a companhia afirma que 15,4% do que arrecada é direcionado para pesquisas de novas tecnologias e produtos.

Isso permite situações com a do Baidu Eye, por exemplo, em que foram necessários apenas cinco meses para adaptar as ideias iniciais aos primeiros protótipos, como esse que testamos e que havia sido revelado oficialmente no início de setembro, durante um evento promovido pela companhia.

À frente do projeto está o jovem engenheiro Jiawei Gu, de apenas 28 anos. Juntamente com a sua equipe, foi ele quem nos explicou o funcionamento do produto e permitiu que fizéssemos os primeiros testes com o acessório, uma vez que por enquanto ele compreende apenas comandos de voz em chinês.

Como funciona o Baidu Eye?

Diferente do Google Glass, o Baidu Eye não é um óculos de realidade virtual, uma vez que não possui lentes e nem mesmo tela para exibição de informações. O aparelho funciona muito mais como um acessório para facilitar o trabalho do usuário na busca por informações do que como qualquer outra coisa.

O Baidu Eye conta com um foco laser que serve para calibrar o campo de atuação da câmera que identifica os itens à sua frente. Ao direcionar seu olhar para uma bolsa, por exemplo, o sistema reconhece o item em questão e exibe, na tela do celular, informações sobre ele, além de possíveis lugares em que o objeto pode ser comprado.

Além disso, o dispositivo conta com um fone de ouvido e pode retornar essas informações também em áudio. Outra utilidade inicial é o reconhecimento de flores e plantas. Basta apontar o foco para uma flor e, em questão de segundos, a tela do celular exibe informações sobre a espécie em questão, permitindo a fácil identificação. O tempo de resposta é imediato e os resultados, ao menos nos testes iniciais, parecem ser precisos.

"Descobrimos que telas prejudicam a visão e cansam os olhos. No lugar, substituímos por um app de smartphone (ou tablet e outros dispositivos) para que você receba dados na sua tela, que é mais fácil e maior de navegar que um display pequeno e acoplado na cabeça. Ele também usa menos energia e a bateria dura bem mais. O design é leve na frente e, claro, pessoas que usam óculos podem utilizá-lo facilmente", explica o diretor comercial da Baidu, Kaiser Kuo.

Disponibilidade e melhorias para o futuro

Por se tratar de um experimento que surgiu de forma despretensiosa, o Baidu parece não ter muita pressa em seu desenvolvimento. Porém, isso não significa que o projeto está caminhando de forma lenta ou algo assim. A versão do aparelho a que tivemos acesso ainda é um protótipo.

Em breve, um recurso que permitirá selecionar itens por meio de gestos, delimitando o campo de visão do aparelho, também estará disponível. Jiawei Gu é otimista quanto ao andamento do projeto e acredita que ainda em 2015 o primeiro modelo do aparelho deve chegar às lojas da China. Caso seja bem-sucedido, há planos de uma versão compatível com o idioma inglês e até mesmo o Brasil poderá receber no futuro um modelo adaptado para o nosso idioma.

O TecMundo viajou a Pequim, na China, a convite do Baidu.

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