Drones: a revolução da aviação civil e militar está só no começo

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(Fonte da imagem: Reprodução/NASA)

Quem costuma viajar de avião sabe que as aeronaves não evoluíram muito nos últimos anos. Algumas fabricantes até investiram em um pouco mais de conforto e em algumas alterações nas tecnologias de funcionamento.

Todavia, mesmo realizando algumas trocas de componentes, há um item que não pode ser removido: o piloto. Agora, você se pergunta, por que alguém iria tirar da aeronave a peça fundamental para que tudo funcione adequadamente?

A verdade é que ninguém quer tirar o piloto, mas a substituição desse profissional por um sistema controlado remotamente pode trazer uma série de benefícios em diversos casos. As forças armadas de vários países, inclusive, vêm apostando na ideia dos UAVs (veículo aéreo não tripulado).

(Fonte da imagem: Reprodução/NASA)

Apesar de estarem diretamente ligados com questões de guerra, os UAVs podem ser usados para outras tantas situações e evitar diversos acidentes e problemas. Hoje, vamos conferir a revolução que está acontecendo no segmento da aviação civil e militar.

Acabando com os acidentes

Ao longo de mais de 100 anos de aviação, muitas pessoas perderam suas vidas em acidentes que foram notícias em todo o mundo. Pois é, mesmo sendo um dos meios de transporte mais seguros do mundo, o avião não está livre de falhas.

Seja por conta de problemas mecânicos ou de erros do piloto, os acidentes acontecem e nem sempre é possível evitá-los. Às vezes, uma simples missão de reconhecimento acaba dando muito errado e, com isso, um piloto e um copiloto podem morrer em vão.

(Fonte da imagem: Divulgação/Boeing)

Todavia, com a introdução dos UAVs, muita coisa pode mudar. Adotar esse tipo de veículo para missões mais simples já é uma regra em muitos países, ainda mais que há algumas tarefas que só podem ser realizadas com o uso desse tipo de aeronave.

Há muitas vantagens

Um drone pode ficar no ar por mais de 24 horas consecutivas, algo que é impossível para um avião comum, que é muito mais pesado e consome mais combustível. Um veículo desse tipo ainda leva vantagem por contar com um sistema computacional muito avançado, o qual garante a gravação de imagens em alta qualidade à distância.

(Fonte da imagem: Divulgação/Kaman)

Por conta de seu porte reduzido, esse tipo de avião pode explorar áreas inacessíveis para aeronaves tripuladas. Um drone de tamanho reduzido pode ser muito útil para desencorajar a atuação de criminosos que vêm acabando com algumas espécies de animais ao redor do mundo (seja através do roubo ou da matança desenfreada).

Os UAVs de pequeno porte também têm sido muito utilizados para averiguar localidades onde ocorreram terremotos, incêndios florestais e acidentes radioativos. Isso evita a exposição desnecessária de algumas equipes que antes eram designadas para esse tipo de missão.

A NASA é uma das pioneiras em tecnologias para UAVs, sendo que a agência já bolou meios até para usar esses aviões para estudos de furacões e tempestades. O Global Hawk utiliza o sistema HIWRAP (um radar com transmissor que usa o efeito Doppler) que trabalha em alta altitude (20 km) para estudar, com medições precisas, os ventos e prever grandes chuvas.

(Fonte da imagem: Reprodução/The Living Moon)

Além de poder voar bem alto, um UAV (dependendo do modelo) pode atingir altas velocidades. Segundo relato da Força Área dos Estados Unidos, o UAV FALCON Blackswift, — desenvolvido pela DARPA e outras empresas — poderá alcançar a velocidade Mach 6, ou seja, 7.350 km/h. Dá para ir do Oiapoque ao Chuí em apenas 34 minutos.

É interessante que as fabricantes de UAVs trabalham em diferentes projetos, oferecendo modelos específicos para cada atividade. Além dos drones que podem voar alto e de alguns que são velozes, há outros como o helicóptero K-MAX que servem para transportar cargas. Este veículo pode carregar até 2.720 kg (uma caminhonete) de suprimentos.

Para aproveitar algumas aeronaves antigas, a Força Área dos Estados Unidos resolveu adaptar alguns aviões F-16 para poder controlá-los à distância. Os modelos adaptados foram rebatizados para QF-16, já foram devidamente testados e, de acordo com notícia oficial da US Air Force, um deles já está em uso.

(Fonte da imagem: Divulgação/U. S. Air Force)

Conforme relata o site da BBC, a ideia de reaproveitar essas naves é ter alguns protótipos não tripulados que possam carregar mísseis e voar em altíssima velocidade (eles podem chegar a Mach 1.47, ou seja, 1.800 km/h). Esses UAVs devem servir tanto para combate quanto para testes e treinos diversos. Outros QF-16 estão em produção e devem ser entregues em 2015.

Mas existem desvantagens

É claro que nenhum tipo de tecnologia está totalmente livre de falhas. Os UAVs necessitam de comunicação via satélite, algo que está suscetível a interferências. Por contarem com sistema de piloto automático, a ausência de comandos ou monitoramento a distância não representa necessariamente um problema gravíssimo.

Temos que considerar ainda que mesmo o link de comunicação mais seguro do mundo pode ser alvo de ataques e possíveis quebras de segurança, o que nos leva a crer que existe uma possibilidade, mesmo que remota, de que a comunicação entre uma base e um UAV seja hackeada, o que poderia levar a consequências inimagináveis.

(Fonte da imagem: Reprodução/NASA)

Também é preciso considerar que a falta de um piloto presente pode ser algo problemático, visto que, em uma situação de pane no sistema eletrônico, ainda que isso seja quase impossível, não há como realizar o manejo do avião à distância.

O futuro está nos UAVs

Apesar de muitas pessoas terem medo (baseado até mesmo em conspirações boladas para filmes hollywoodianos) da tecnologia empregada nesse tipo de aeronave, a tendência é que cada vez mais as fabricantes deem passos em direção aos veículos não tripulados.

A verdade é que não é preciso ter receio por conta da questão de segurança, pois as companhias com as ferramentas e tecnologias mais avançadas do setor vêm investindo pesado para garantir que cada vez menos acidentes ocorram e que vidas não estejam em jogo.

Esse medo do desconhecido é até comum e certamente haverá uma resistência impedindo a fácil adoção da tecnologia de veículos não tripulados. A revista How It Works relata que, assim como os carros guiados por computadores vêm enfrentando uma série de entraves na lei, os UAVs também precisarão de um tempo para se adequarem aos órgãos regulamentadores.

(Fonte da imagem: Divulgação/BAE Systems)

Hoje, muitos UAVs já contam com sistemas de piloto automático de inteligência avançada, sendo que os humanos podem controlar essas naves à distância. A ideia é que, conforme o sistema de pilotagem fique mais inteligente, comecemos a ver UAVs para passageiros, mas é bem improvável que eles substituam todas as aeronaves com pilotos humanos.

É interessante notar que já existem drones tão pequenos que podem ser lançados até mesmo com uma única mão. Quem sabe, no futuro, esses miniveículos possam até entregar encomendas e realizar outras tarefas diárias.

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