Imagem de Unruly Heroes
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Unruly Heroes

Nota do Voxel
80

Unruly Heroes é uma aventura leve inspirada pela mitologia chinesa

Você pode nunca ter lido o conto chinês “Jornada ao Oeste”, mas são grandes as chances de já ter consumido algum conteúdo inspirado por ele. Enquanto Dragon Ball é o exemplo mais popular, no mundo dos games também temos títulos como Enslaved: Odyssey to the West sendo influenciados pela história — caminho seguido por Unruly Heroes.

O primeiro game da Magic Design Studios, formado por veteranos da Ubisoft que trabalharam em séries como Rayman e Valiant Hearts, usa a história centenária como base para aventura que combina ação e plataformas. Seu objetivo é reunir os pedaços de um pergaminho sagrado que foi despedaçado e se espalhou por todos os cantos do mundo — incluindo o pós-vida e o próprio inferno.

Desde o começo, você conta com quatro personagens para realizar essa missão, cada um com visual e características próprias. Enquanto o macaco Wukong tem golpes com grande alcance, o porco Kihong pode planar no ar e inflar seu corpo. Já o guerreiro Sandmonk consegue destruir obstáculos pelo caminho, enquanto o monge Sanzang pode planar no ar durante alguns momentos e tem ataques que atingem vários inimigos de uma só vez.

Unruly Heroes

Basta apertar um botão para trocar entre eles, algo que só se torna obrigatório em determinados momentos: alguns puzzles são específicos a certos personagens, o que obriga a aprender ao menos o básico de todos os membros de seu mundo. Também dá para encarar tudo no multiplayer local, o que facilita um pouco os combates, mas pode complicar as partes de plataforma caso seu parceiro não seja tão habilidoso.

Jornada atraente

Se há algo que chama a atenção em Unruly Heroes logo de cara são seus visuais. As influências dos jogos mais “artísticos” em 2D da Ubisoft são claras e mostram o DNA forte que a empresa tem na formação do estúdio — no entanto, conforme eu jogava o que mais lembrei foi dos jogos da Vannilaware, especialmente no que diz respeito ao design dos chefes.

Isso é mais um elogio do que uma declaração de que a identidade visual de Unruly Heroes é derivativa. Vale a pena jogar algumas fases mais de uma vez para prestar atenção nos detalhes de cada uma delas, especialmente quando há animações de fundo rolando e revelando elementos que muitas vezes servem como previsão de desafios futuros.

Se, graficamente o jogo é agradável, a jogabilidade oferece uma experiência mais mista. Todos os elementos que fazem um bom jogo de plataforma estão aqui, mas pequenos detalhes fazem com que o game ainda “não chegue lá” em alguns quesitos: por exemplo, falta uma sensação de “fisicalidade” na hora de pular nas paredes, o que prejudica um pouco o timing e torna um tanto confuso saber se você vai ou não conseguir realizar essa ação em alguns momentos.

Também tive alguns probleminhas com a câmera, especialmente nas fases de “perseguição”. Controlada de forma automática, ela tende a demorar um pouco para mudar seu ângulo, o que pode resultar em pulos às cegas que resultam em sua morte — felizmente, checkpoints constantes evitam que isso se torne uma grande frustração.

Se nem tudo é perfeito, Unruly Heroes acerta muito ao apostar em desafios variados, alguns que só surgem em fases específicas. Ao viajar para o outro mundo, por exemplo, todos os seus personagens são transformados em versões juvenis, e cabe a você se virar sem poder contar com seus ataques convencionais ou recursos como pulo duplo.

Se nem tudo é perfeito, Unruly Heroes acerta muito ao apostar em desafios variados

Também há alguns temas específicos a certos conjuntos de fases que variam em ritmo constante e evitam que o tédio e a repetição tomem lugar. Quando você pensa que já viu tudo que Unruly Heroes tem a oferecer, ele apresenta um tipo diferente de quebra-cabeça ou inimigo que garante certo frescor ao que você está fazendo.

Unruly Heroes

Destaque especial deve ser dado às batalhas contra os chefes que, embora sempre se baseiem na memorização de padrões, nunca são uma igual à outra. Cada um desses confrontos ocupa uma “fase” própria, o que é justificado devido ao fato de que cada um deles possui diferentes formas, que vão exigir observação atenta para superá-las.

Uma bela aventura leve

Unruly Heroes de certa forma me lembra uma versão mais “light” de Rayman Legends e Rayman Origins. Isso no sentido de que o game compartilha a beleza visual do título da Ubisoft e alguns princípios de plataformas e combates, mas se diferencia por ser uma experiência mais contida em sua duração.

Unruly Heroes

Em aproximadamente 8 horas dá para chegar ao final da aventura e ficar satisfeito com isso — sabe aquele tipo de jogo que “dura o que tem que durar”? Esse é Unruly Heroes. Para quem gosta de fazer 100% e caçar conquistas, é possível retornar a fases anteriores para coletar todas as moedas e pedaços de pergaminhos escondidos nelas — o que ajuda a alimentar a galeria de imagens do jogo e a desbloquear mais skins para seus personagens.

Infelizmente, o game não deixa de ter suas “gordurinhas”: o modo PvP, por exemplo, é totalmente dispensável e serve mais como uma distração do que algo que faz sentido com a proposta central. Caso você queira um game com uma história leve e desafios na medida, mas que pode ter alguns probleminhas mecânicos, Unruly Heroes sem dúvida merece ficar em seu radar.

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Pontos Positivos
  • Gráficos bastante atraentes e com uma ótima identidade visual;
  • Personagens com poderes variados, cada um adaptado a uma situação específica;
  • Uma boa variedade de desafios, incluindo ideias específicas a somente um punhado de fases
Pontos Negativos
  • Falta certo refinamento aos controles, o que dificulta saber quando você foi atingido por um inimigo ou pode pular a partir de uma parede;
  • A câmera automática demora muito a seguir os movimentos dos personagens, o que é um grande problema nas fases de perseguição;
  • O modo PvP é dispensável e não adiciona muito à qualidade do game em geral