Imagem de The Walking Dead: Season Two – Amid the Ruins
Imagem de The Walking Dead: Season Two – Amid the Ruins

The Walking Dead: Season Two – Amid the Ruins

Nota do Voxel
90

Não se preocupe, a situação ainda tem como piorar

Quarto episódio da segunda temporada de The Walking Dead, Amid the Ruins começa exatamente do ponto em que parou o capítulo anterior, In Harm’s Way. Apesar da ameaça do vilão Carver ter sido eliminada, isso não significa a paz para Clementine, que se vê em meio a uma horda de zumbis assim que o episódio é iniciado.

Após um começo repleto de ação, o título diminui um pouco seu ritmo, apresentando algo um pouco mais lento que seu antecessor. Apesar disso, a tensão no ar é evidente devido ao fato de que, além de praticamente e ruínas, o grupo tem que lidar com um novo problema: o nascimento iminente do bebê que Rebecca carrega em seu ventre.

Foco no desenvolvimento de personagens

Com aproximadamente duas horas de duração, Amid the Ruins pode ser considerado um dos capítulos mais longos que a Telltale já produziu na história da série The Walking Dead. Essa extensão maior permite que o estúdio realmente mostre suas capacidades e exiba aquilo que tem de melhor: os diálogos e o desenvolvimento de personagens.

Um cenário aparentemente mais calmo dá à produtora a chance de explorar melhor certos personagens, dando facetas diferentes até mesmo a figuras que já conhecemos. Kenny, por exemplo, mostra quais as verdadeiras razões por trás de sua aparente loucura e nos deixa ver pela primeira vez seu lado vulnerável.

O episódio também dá mais profundidade a figuras secundárias como Mike, que se revela alguém bastante disposto a ajudar e não somente um simples personagem descartável. Graças a esse tipo de atitude, você passa a ligar mais para as pessoas a seu redor — o que, em um jogo com o nome The Walking Dead, pode ser arriscado para jogadores mais sensíveis.

No entanto, quem ganha um maior desenvolvimento é a própria Clementine, cujo crescimento em relação à primeira temporada se torna ainda mais evidente. Embora ainda receba alguma orientação de outras pessoas (principalmente Jane), ela prova que já não é uma criança e que é capaz de tomar decisões por conta própria — o que a leva a assumir o papel de líder em alguns momentos pontuais, nos quais os adultos a seu redor parecem incertos do que fazer.

E são justamente essas decisões que ajudam a trazer peso para o episódio, visto que elas são construídas de forma a deixa o jogador realmente agoniado e indeciso. Em pelo menos dois casos, me vi usando todo o tempo que o game ofereceu antes de optar por algum caminho e, mesmo após definir uma decisão, continuei incerto se havia feito a “coisa certa”.

Quando você acha que as coisas não podem piorar...

Graças ao clima opressor da Telltale, a empresa conseguiu resgatar um elemento que me parecia meio ausente nessa segunda temporada: o sentimento de que suas decisões têm peso real. A situação de Clementine e seu grupo não é nada positiva e, conforme você vai avançando na trama, percebe que são muitas poucas as chances de que algo vá melhorar.

Apesar de mostrar algumas pequenas vitórias, o episódio não se cansa de deixar clara a verdadeira identidade do mundo de Walking Dead. Lá, evitar que uma pessoa seja morta por um zumbi não garante que ela esteja viva, já que basta um novo momento de descuido para que a vida de alguém chegue ao fim.

É essa a verdade com a qual Clementine se depara a cada momento: por mais que tente tomar as decisões certas, ela passa a entender que nada garante que ela vá conseguir proteger as pessoas a seu redor. Graças a algumas opções de diálogo inteligentes, você pode moldar livremente a maneira como ela lida com tal realidade, seja com esperança (emulando os passos de seu “professor” Lee) ou com um realismo brutal.

O roteiro de Amid the Ruins só peca por ter um ritmo ligeiramente arrastado em alguns momentos, porém isso não chega a incomodar quando levamos o contexto geral da trama. No entanto, devo dizer que a Telltale quase me fez querer desistir de avançar quando, em uma cena específica, ela apostou em uma espécie de clichê bastante incomum em suas produções.

Vale a pena?

Caso você tenha jogado a segunda temporada de The Walking Dead, não é preciso que eu fale sobre o nível de qualidade que o trabalho da Telltale apresenta. Em Amid the Ruins, a empresa apresenta mais um episódio repleto de angústia e que dá o tom certo para o que parece ser mais um final de temporada surpreendente.

Adotando uma mistura muito boa entre momentos de ação e situações mais contemplativas e que dão espaço para o desenvolvimento de seus personagens, o episódio deve ser conferido o quanto antes pelos fãs da série. No entanto, alguns problemas de ritmo fazem com que ele se torne cansativo em certos momentos, e a aparição de um clichê óbvio nos deixou perguntando por que a Telltale decidiu incluir esse elemento desnecessário.

Em resumo, Amid the Ruins é mais uma prova de que, em matéria de contar histórias, poucas empresas conseguem fazer isso tão bem quanto os talentos por trás de The Walking Dead. Agora resta esperar com ansiedade pelo fim dessa história que, pelo visto, pode garantir a essa segunda temporada mais uma indicação ao melhor jogo do ano.

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Pontos Positivos
  • Prioriza o desenvolvimento de personagens
  • Roteiro e diálogos de altíssima qualidade
Pontos Negativos
  • Ritmo desigual cansa em alguns momentos
  • A aparição de um clichê imperdoável