Imagem de Tales of Symphonia Chronicles
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Tales of Symphonia Chronicles

Nota do Voxel
85

A chance de revisitar um dos mais emblemáticos "Tales of..."

“Tales of...” é com certeza um dos RPGs mais prolíficos entre as séries nipônicas. Embora — estranhamente — jamais tenha conseguido a projeção de um Final Fantasy, não faltam à série títulos de peso, daqueles que deixam uma marca inesquecível, tanto na indústria quanto entre os fãs.

Tales of Symphonia é sem dúvida um desses casos. Embora a chegada de Lloyd ao Game Cube conte mais de uma década (sim, você está ficando velho), fato é que revisitar um épico recheado de humor, drama e aquela inescapável leveza típica dos JRPGs não poderia ser melhor — e nem mais atual.

Ok, é verdade que várias texturas e animações denunciam a idade avançada de Symphonia — apesar de ganharem alta definição e também alguns retoques aqui e ali. Entretanto, nada que uma história bem traçada e um dos melhores sistemas de batalhas do gênero não possam tirar de letra.

Adicionalmente, para quem ainda não teve a chance de jogar a sequência, Tales of Symphonia: Dawn of the New World também ajuda a rechear o pacote. Mesmo não sendo capaz de gerar o mesmo impacto do original — sobretudo por conta de um dos heróis mais insossos desde os tempos do Atari 2600 —, ainda é uma boa oportunidade para ter uma dose a mais de Symphonia.

Nada de simplesmente escalonar gráficos

Caso você esteja pensando, a resposta é não, a Namco não pegou simplesmente o jogo original e escalonou os gráficos, dando o trabalho por concluído. Embora o resultado obtido aqui não consiga ocultar mais de uma década de idade, diversas arestas foram aparadas.

As novas texturas e ilustrações, embora não aproximem tecnicamente o original de um Tales of Xilia, com certeza fazem um bom trabalho em dar aquela preciosa impressão de dinheiro bem gasto. Isso caso a simples oportunidade de revisitar o mundo original de Symphonia não justifique a compra para você.

Um épico inquestionável

Tales of Symphonia continua sendo um prato cheio para quem gosta daquela tradicional combinação de humor, estética dândi e embates épicos — tudo jogado em um caldeirão maniqueísta (“Bem” e “Mal” em lados bem definidos), como não poderia faltar.

Novamente, aqui você é responsável por salvar o mundo. Ao recolocar os sapatos do fanfarrão Lloyd, sua responsabilidade será a de guiar a escolhida até seu destino final, a fim de “renovar o contrato” com os deuses. Não faltam, é claro, doses cavalares de provas de amizade, brincadeiras sexistas inocentes e dramalhão eventual — tudo o que tradicionalmente define um bom JRPG.

Aviso: recheado de clichês

Encare este como um complemento do tópico anterior. Embora possua uma boa atmosfera e, de forma geral, um boa história, muita coisa aqui cai em um clichê inescapável — tanto pelo estilo quanto pela idade de Tales of Symphonia. Dessa forma, há toda uma metafísica farofa amarrando tudo, assim como indumentárias sadomasoquistas e por aí vai. Há quem goste, é claro, mas esse pode não ser o seu caso. Entre por sua própria conta e risco.

Pancadaria da melhor qualidade

Particularmente, preciso confessar que as batalhas em turnos dificilmente me conquistam — mesmo quando concentram um bom potencial tático/estratégico. Parece faltar algo do “calor da batalha”. Por outro lado, um sistema de batalhas totalmente devotado à ação constante pode facilmente transformar os combates em um esfacelar impiedoso de botões.

Se a sua impressão é mais ou menos a mesma, então se prepare para encontrar um dos melhores sistemas jamais encontrados em um RPG. Tales of Symphonia consegue ajuntar o melhor de dois mundos em uma mecânica híbrida que jamais vai afastá-lo da batalha, conseguindo ainda preservar uma boa dimensão tática.

Basicamente, apenas Lloyd pode ser diretamente controlado — permitindo, por si só, uma ampla variedade de movimentos, agregados conforme o jogo se desenvolve. Os demais são controlados em um esquema “semiautomático”. Embora se movimentem por conta e ataquem os inimigos com espantoso critério (ponto para a equipe da inteligência artificial), é possível dar “pitacos”, escolhendo movimentos mais oportunos em momentos-chave.

Dawn of the New World: um bom extra...

Para quem é absolutamente fascinado por JRPGs em geral e por “Tales of...” em particular, Dawn of the New World deve trazer uma bela dose extra de Symphonia ao pacote Chronicles. Entretanto, não se pode descartar que falta aqui aquele “sumo”, aquela essência que sobeja no primeiro game. Além de um vilão um tanto sem sal, faltam algumas amarras à trama — mesmo com o bom início da história.

A volta merecida de um clássico

Apesar de algumas falhas menores (e discutíveis), Tales of Symphonia Chronicles é escala obrigatória para qualquer fã de JRPG. Trata-se de um clássico inegável, com uma história excelente, um dos melhores protagonistas do gênero e um sistema de combate híbrido que deveria encontrar mais eco mesmo entre os jogos atuais.

Ademais, Tales os Symphonia: Dawn of the New World segue como um extra bem-vindo, dando mais uma chance de encarar a sequência lançada para o Wii. Enfim, é hora de regenerar o mundo — mais uma vez.

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Pontos Positivos
  • Épico inquestionável
  • Um dos melhores sistemas de combate do gênero
  • Gráficos reelaborados ganharam novo vigor
  • A chance de revisitar um clássico
Pontos Negativos
  • Uma coleção de clichês que pode não agradar a todo tipo de jogador
  • Dawn of the New World não tem o mesmo vigor do original