Imagem de StarCraft II: Legacy of the Void
Imagem de StarCraft II: Legacy of the Void

StarCraft II: Legacy of the Void

Nota do Voxel
93

Um ótimo motivo para você decidir salvar o universo mais uma vez

Com o lançamento de Legacy of the Void, a Blizzard dá fim a um arco de história iniciado no agora distante ano de 2010. Vendido tanto na forma de uma expansão quanto de um game que funciona de forma individual, o jogo apresenta um dos pontos altos da saga espacial que a empresa vem desenvolvendo há mais de uma década — experiência que vem sendo complementada ao longo dos anos por uma série de livros e histórias em quadrinhos.

Na terceira parte da campanha principal, estrelada pelos Protoss, você toma controle de Artanis, que tem como missão retomar o planeta-natal de sua espécie. Embora inicialmente essa missão pareça difícil, mas possível, logo ela se mostra mais complexa do que o esperado graças ao envolvimento do Deus Sombrio Amon, um xel`naga renegado cujo objetivo é destruir a vida no universo para depois recriá-la à sua imagem.

Durante a aventura, o jogador vai reencontrar diversos rostos conhecidos e ganhar uma perspectiva diferente sobre as vitórias e derrotas que permearam a série desde sua concepção. Já aqueles que não ligam muito para a história de StarCraft ganham uma série de melhorias ao modo multiplayer, que permanece uma ótima opção mesmo que o gênero RTS esteja distante de seus dias de glória.

Uma nova chance de salvar o universo

A trama de StarCraft II: Legacy of the Void segue um caminho um tanto previsível — ao menos se comparado com o que foi visto em Wings of Liberty e Heart of the Swarm —, mas isso não chega a ser algo exatamente ruim. O que a Blizzard peca em originalidade compensa no investimento em personagens interessantes que apresentam alguns dos diálogos mais bem-escritos da história do estúdio.

Também agrada a grande qualidade das cenas de animação, que permanecem uma das áreas de especialidade da companhia. As 19 missões da campanha principal — somadas aos três níveis do prólogo lançado há algum tempo — valem o investimento de tempo exigido, nem que seja para que você possa testemunhar alguns dos combates mais bonitos (do ponto de vista plástico) já criados em um jogo eletrônico.

A estrutura da campanha principal é familiar a quem jogou os capítulos anteriores: após algumas aventuras, você adquire uma nave que serve como área central de operações. No local você vai interagir com os membros de sua equipe, escolher novas missões, investir em especializações para suas unidades e alocar pontos de habilidade à sua nave — adquiridos mediante o sucesso nos níveis do jogo.

Mesmo que essa estrutura não seja exatamente nova, ela continua a funcionar muito bem. Algo que permanece um destaque são os objetivos secundários opcionais presentes em cada missão que, se conquistados, garantem recursos adicionais ao seu desenvolvimento. O desafio proporcionado por alguns deles é grande, servindo de estímulo para você retornar a fases anteriores com um exército mais desenvolvido.

O maior elogio que deve ser feito à campanha para um jogador de Legacy of the Void é o fato de ela evitar cair na mesma armadilha que Heart of the Swarm. Enquanto o título intermediário do RTS parecia se tratar somente de uma “skin zerg” para a estrutura estabelecida por Wings of Liberty, agora a Blizzard investiu em missões com estruturas e desafios variados, que realmente recompensa a criatividade na resolução dos desafios apresentados.

Uma guerra pessoal

O modo para um jogador pode ser recompensador, mas quase todos sabem que a maior parte dos fãs de StarCraft se interessa pela franquia por seu multiplayer. Embora ainda seja cedo para dizer como as novas unidades inseridas pela Blizzard vão afetar o metagame, fato é que, ao menos em um momento inicial, elas parecem solucionar alguns dos problemas e limitações apontados pelos jogadores anteriormente.

Como é de se imaginar, o lançamento da expansão não deve decretar o fim dos ajustes feitos pela companhia. A previsão que, com o interesse renovado que a franquia deve ter nos próximos meses — e a realização de torneios baseados na nova versão — diversos patches destinados a balancear o RTS sejam lançados em ritmo frequente.

Essas não foram as únicas mudanças do modo, que recebeu uma interface remodelada — mesmo que ainda um pouco confusa em certos pontos — e servidores locais. Esse último ponto é especialmente importante para os jogadores brasileiros, que agora contam com uma redução considerável na latência, o que se traduz em uma maior capacidade de jogar de forma competitiva.

No entanto, a principal novidade fica pela inclusão de missões cooperativas, que funcionam como uma espécie de extensão da campanha single player. Nelas, você escolhe um entre seis heróis e se une a outro jogador para encarar desafios que vão da proteção de um campo específico do mapa até a interceptação de caravanas que levam recursos perigosos até a base de um adversário.

Ainda há uma quantidade limitada de missões, cuja pouca variedade é compensada pelo sistema de níveis adotado pela Blizzard. Quanto mais tempo você investe em um personagem, maiores as habilidades e bônus de recursos que ele vai ter nas próximas fases que você encarar — caso você queira apressar sua evolução, pode aumentar o nível de dificuldade e investir na busca aleatória de fases para ter um aumento permanente nos pontos de experiência adquiridos.

O estúdio também investiu em um novo sistema de torneios automáticos organizados pela inteligência artificial e pegou emprestada de Heroes of the Storm as missões diárias que, se cumpridas, garantem diversas vantagens aos jogadores. Por fim, o sistema de tutorial foi ligeiramente reformulado para permitir que jogadores novos se adaptem mais facilmente ao multiplayer competitivo, cujo ritmo e estrutura são bastante diferentes do modo para um jogador.

Comandante, temos alguns problemas

Infelizmente, nem tudo é perfeito no novo capítulo de StarCraft II. Muitos vão reclamar dos momentos finais da campanha, que termina de forma a dar brecha para possíveis continuações — como os já anunciados DLCs estrelados por Nova. Embora pessoalmente tenha julgado o final satisfatório, entendo que muitos vão ficar decepcionados por não ter exatamente cumpridas todas as promessas indicadas pela Blizzard.

Esse problema é pequeno frente aos diversos deslizes que a companhia cometeu na adaptação para o português brasileiro, justamente uma das áreas em que ela sempre teve muito destaque. Durante vários momentos da jogatina — especialmente nas partidas online cooperativas —, os soldados controlados simplesmente esqueceram que deveriam falar nossa língua e soltaram algumas frases em inglês.

Além disso, não há como negar que, apesar de um ou outro retoque, a engine gráfica de StarCraft II está envelhecida. Mesmo que a movimentação de centenas de unidades e os efeitos de explosão da série continuem impressionantes, uma inspeção mais detalhada revela personagens com poucos detalhes e com texturas em baixa resolução — algo especialmente evidente nas cenas de corte da campanha principal.

Vale a pena?

StarCraft II: Legacy of the Void é um encerramento excelente para a trilogia iniciada em 2010 pela Blizzard. A trama principal é recompensadora, embora previsível, trazendo algumas dos diálogos mais inspirados da história da empresa. A experiência é complementada por belas cenas de animação e 19 missões que prezam pela diversidade de desafios.

No entanto, é o multiplayer que continua a estrela do game, ganhando uma interface renovada e novos elementos que ajudam a melhorar uma experiência que já era excelente. Além de as partidas competitivas ganharem em diversidade, a inclusão de opções cooperativas deve se provar capaz de atrair parte do público que se sente intimidado pela grande curva de aprendizado do título.

Legacy of the Void reforça a impressão de que StarCraft é uma das séries à quais a Blizzard mais dedica esforços com o objetivo de criar experiências realmente variadas. Além de a campanha para um jogador ter um sistema de jogabilidade complementamente diferente em ritmo e complexidade de suas partidas multiplayer, cada uma das três raças controláveis é um desafio por si só de dominar — o que pode ser um pouco assustador a princípio, mas que resulta em horas de diversão caso você faça o comprometimento de tempo necessário para dominar cada uma delas.

O game é uma compra obrigatória para quem deseja se manter competitivo no cenário de StarCraft II e uma ótima porta de entrada para quem tem desejo de entender o que constitui um excelente RTS. Mesmo com alguns tropeços, Legacy of the Void mantém a tradição de seu estúdio de só associar a seu nome produtos de qualidade indiscutível.

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Pontos Positivos
  • Campanha interessante
  • Ótimas cenas de animação
  • Nova interface
  • Modos multiplayer enriquecidos
  • Inclusão de partidas cooperativas
Pontos Negativos
  • Tropeços na dublagem para o português são comuns
  • A engine do game está dando sinais de cansaço
  • A conclusão da história principal deve desagradar a alguns
  • Mapas do modo cooperativo surgem em quantidade bastante limitada