Imagem de Star Wars: Jedi Fallen Order
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Star Wars: Jedi Fallen Order

Nota do Voxel
90

Star Wars Jedi: Fallen Order – uma aventura épica à moda Jedi

Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante, os fãs continuam esperando por uma grande aventura single-player de Star Wars nos videogames. Afinal, há quem lembre com carinho das jornadas pelas séries Jedi Knight ou Knights of the Old Republic — e alguns até gostaram da história de Star Wars: Battlefront II nesse período de espera. Mas faltava um gostinho de uma jornada Jedi épica no meio de tudo isso.

Algo que finalmente desembarcou aqui, em nossa galáxia.

Uma Nova Esperança

Star Wars Jedi: Fallen Order conta a história de Cal Kestis, um desmontador de peças como todos os outros no planeta de Bracca. O que parecia ser um simples engenheiro começa a se revelar cada vez mais atrelado com a extinta ordem dos Jedi, forçando o protagonista a fugir dos caçadores do Império com a ajuda de Cere e Greez na nave Mantis.

O ritmo da narrativa é um pouco lento no início, mas tudo é feito para situar com calma cada um dos jogadores que está mergulhando nessa história. Sejam eles fãs de longa data ou mesmo um leve conhecedor da trama de Star Wars. Você visita o primeiro planeta para entender melhor o que está acontecendo com tudo: seja com a Força, com Cal ou com o Império que o persegue.

Posso dizer que, evitando spoilers, a história com certeza engata em um ritmo muito mais emocionante e envolvente com o passar do tempo. Pode apostar nisso.

E, para os fãs de longa data de Star Wars, Fallen Order é um prato cheio de ambientação fiel. Com a ajuda do simpático robozinho BD-1, Cal coleta informações que são armazenadas em um banco de dados completo para a consulta posterior. Isso ajuda tanto os que são pouco familiarizados quanto aqueles que são sedentos pelos mínimos detalhes na extensa “lore” da franquia.

Estamos falando também de uma trilha sonora que não deixa a desejar aos filmes, com todos os efeitos sonoros para desperar saudosismo e músicas encaixadas nos melhores momentos da trama. Uma dublagem bem encaixada também complementa e muito nesse quesito.

O Império Contra-Ataca

Obviamente Cal terá os desafios mais pesados possíveis a sua frente — afinal, estamos falando do lado sombrio da Força e do Império em plena ascensão. Para combater tudo isso, o protagonista terá à sua disposição o icônico sabre de luz e algumas habilidades que despertam durante a jornada.

Em vários aspectos mecânicos e de design, Star Wars Jedi: Fallen Order se assemelha a Dark Souls. A ideia de exploração é similar, afinal você coleta itens ao passear pelo mapa e “pontos de experiência” ao encontrar memórias com os poderes sensitivos de Cal. Ao meditar em pontos espalhados pelo cenário, você poderá usar seus pontos de habilidade e recuperar vida, mas todos os inimigos ressurgem em suas posições originais.

As batalhas também contam com muitos comandos similares, como o “parry” e a esquiva rolando no chão. No meio de tudo isso, o jogador precisa aproveitar as brechas dos oponentes, desferir alguns golpes, voltar para a situação neutra e recomeçar o combate. Puro Dark Souls, até na escolha de alguns botões básicos para isso.

Mas Star Wars Jedi: Fallen Order foi além disso: deixou tudo muito mais leve e com gostinho de você ter definitivamente um Jedi ao seu controle. Afinal, Jedi que é Jedi faz umas piruetas cabulosas pra derrotar o mal.

Ao explorar os planetas e desvendar os mistérios por lá, Cal adentra os ambientes mais diversos com a ajuda de um parkour gostoso de ver e executar. Faz bem para você saltar entre paredes e ainda cortar a cabeça de um Stormtrooper vacilão no meio do caminho. E a exploração é constante para complementar essa dinâmica, já que os cenários são muito maiores do que imagina. No mesmo planeta você pulará entre as muretas de uma cidadela lotada por soldados, irá andar pelas paredes de cavernas com mil e um perigos e ainda entrará em ruínas lotadas por quebra-cabeças para você desvendar seus mistérios com a ajuda da Força.

Tudo está conectado em Star Wars Jedi: Fallen Order. Uma passagem se abre para um local que você já passou antes, salvando a sua pele na hora certa que precisa recuperar vida, estocar os estimulantes e usar seus pontos de habilidade. Aliás, senti aqui uma medida bem dosada de perigo entre os pontos de meditação. Você não precisará se arriscar por muito tempo e entre tantos inimigos como em Dark Souls para finalmente encontrar um local de descanso.

Acho isso justo especialmente para aqueles que querem mais um jogo de aventura e exploração com boas batalhas no meio do caminho. E esse conceito precisa ficar marcado muito para você, jogador de Dark Souls que precisa se desapegar dessa dinâmica lenta e cuidadosa em Fallen Order. Aqui é tudo mais rápido.

Colecionáveis diversos estão espalhados pelos mundos que vão de novas roupas para Cal, novidades para a nave de Mantis e muitos acessórios de customização para o seu sabre de luz. As opções são muito amplas por aqui e precisam ser: afinal, ao terminar o jogo, a caçada por todas elas é único diferencial do fator replay.

Ao completar um nível, você adquire um ponto de habilidade para melhorar alguns aspectos do protagonista: mais Força para executar habilidades especiais, mais combos de golpes ou mais vida para Cal. As opções de desbloqueios vão aumentando conforme você avança pela história, mas confesso que fiquei um pouco decepcionado no início pelo jogo limitar a progressão a somente esse sistema. No entanto, levei em conta que o princípio aqui não é entregar dúzias de opções de um RPG — afinal, Fallen Order é muito mais um jogo de aventura com alguns desses elementos.

O Retorno de Jedi

Como estamos falando da Força, vale notar que ela será um elemento constante tanto para você entrar em novos ambientes como para batalhar durante o jogo. Cal desperta novos poderes conforme a história avança e você poderá, entre alguns exemplos, retardar inimigos para esquivar com facilidade e se curar com os estimulantes ou mesmo jogá-los para trás.

Cada inimigo tem um ponto fraco que poderá ser explorado com suas habilidades ou com a maestria certa com os comandos. O meu favorito até agora é jogar o míssil de volta pro soldado que teve a ousadia de usar uma bazuca na direção de um Jedi.

Inimigos mais avançados, como executores ou guardiões de tumba, precisam de uma abordagem mais cuidadosa e que por vezes terá que ser repetida até entender as suas brechas — especialmente em níveis mais avançados de dificuldade. E uma das coisas legais é que, ao derrotar um inimigo pela primeira vez, BD-1 pode fazer um escaneamento nele para garantir uns pontinhos a mais de experiência e aprimorar seu Guia Tático. Por lá, o jogo lista os pontos fracos desse adversário se você precisar enfrentá-lo mais uma vez.

O jogo oferece uma gama interessante de níveis de dificuldade, variando do Modo História tranquilo ao Grande Mestre Jedi. Optei pelo “não-tão-infernal” Mestre Jedi, que deixam as coisas desafiadoras sem espumar de ódio pelas punições viscerais que um jogador de Dark Souls conhece tão bem. Mesmo assim, os inimigos já são complicados e demandam um bom conhecimento dos arsenal de combos de Cal e dos movimentos do adversário, principalmente aqueles mais poderosos e os chefes ocasionais que aparecerão pelo caminho.

As batalhas mais difíceis serão épicas, pode apostar. Combinando a trilha sonora fenomenal do game juntamente com a jogabilidade fluída, Cal fará verdadeiros confrontos dignos de um filme. Seja enfrentando executores, máquinas gigantes ou vilões poderosos: você se sente em algo realmente único ao executar as piruetas mirabolantes e chocar os sabres de luz. Tudo é rápido, fluído e desafiador nesses momentos.

No entanto, alguns problemas que podem “cortar” um pouco da emoção em alguns pontos da aventura. A primeira delas é algo recorrente aos jogadores que já jogaram Bloodborne. Os carregamentos do jogo, especialmente depois que você morrer, são longos e demorados. Embora isso não apareça durante a aventura linear, basta morrer uma vez para experimentar uma quebra total no ritmo de partida. E, geralmente, esse tempo é preenchido pelo ódio no seu coração pelo infeliz inimigo que te matou.

O jogo também apresentou problemas gráficos e de física em situações ligeiramente recorrentes. Ao enfrentar um dos primeiros inimigos mais móveis, como o saltitante Oggdo, frequentemente encontrei momentos em que essa ação não concluia direito e resultou no inimigo no meio do ar ou nele surgindo do nada logo depois.

A frequência de erros mecânicos diminui no decorrer do jogo, mas os gráficos continuaram apresentando fenômenos de atrasos e "stuttering" aqui e ali, além de alguns casos de bugs ou demora para carregar texturas. Um tempo a mais de testes teria ajudado e uma atualização futura talvez resolva, mas o lançamento infelizmente ficou marcado por esses fatores.

Não é uma armadilha

Star Wars Jedi: Fallen Order é certeiro como um Jedi rebatendo um tiro de Stormtrooper. Comparações com Dark Souls são inevitáveis, mas a aventura se preza por manter a natureza dos cavaleiros: leve para escalar os desafios, sereno para combater os inimigos e guardião para aprender com os erros.

O jogo não peca em ser divertido, desafiador do jeito que você estiver disposto e te envolver do jeito certo. Te entrega a história, os complementos e os mínimos detalhes. Te entrega o caminho, os bônus e boas caçadas adicionais. Te oferece mais um passeio emocionante na complexa história de Guerra nas Estrelas.

No meio de tudo, visita locais nostálgicos, presencia batalhas memoráveis e apresenta personagens novos e outros que são inesquecíveis. No entanto, quem está no controle de tudo isso é o jogador.

Então já sabe: que a Força esteja com você nessa jornada, caro amigo.

Star Wars: Jedi Fallen Order foi gentilmente cedido pela EA Games para a realização desta análise.

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Pontos Positivos
  • Exploração em cenários enormes e intrigantes
  • Um equilíbrio fenomenal de parkour, batalhas e exploração
  • Narrativa lenta no início, mas que engata de um jeito fenomenal logo depois
  • Um universo recheado de referências e histórias robustas para um fã de Star Wars
  • Ambientação sonora digna de um filme da série
  • Gameplay denso a la Dark Souls e gostoso de dominar
  • Batalhas épicas contra chefes
  • Boa extensão de colecionáveis
Pontos Negativos
  • Loadings demorados, especialmente depois de morrer
  • Problemas gráficos e na física do jogo apareceram com frequência considerável