Imagem de Rollerdrome
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Rollerdrome

Nota do Voxel
87

Rollerdrome mostra que o estilo também é substancial

A primeira coisa que veio à mente quando comecei a jogar Rollerdrome foi o filme Laranja Mecânica, não necessariamente porque o game tinha referências diretas, mas porque havia algo muito similar em seu tom. Os visuais, a temática futurista retrô, as músicas e o foco na violência praticada por diversão são apenas alguns dos pontos mais fáceis de destacar na similaridade entre os dois. É claro que tudo fez mais sentido quando descobri que os desenvolvedores de Rollerdrome (os mesmos por trás da franquia Olli Olli) realmente se influenciaram bastante em obras e na estética tradicional usada na década de 1970 quando estavam desenvolvendo o jogo.

O que poderia ser apenas um elemento normal do game acaba sendo bem mais emblemático e que torna a experiência em algo único. Os gráficos estilizados, o estilo no hora de eliminar inimigos e a música no ritmo das nossas manobras dão uma noção melhor do mundo em que nossa protagonista Kara Hassan vive. Um mundo em que participar do esporte perigosíssimo conhecido como Rollerdrome pode te levar a um nível incrível de fama e fortuna ou te deixar cheio de dívidas, sem glórias e morto.

Se o Tony Hawk tivesse um arma...

Desde o começo, a trama desse título disponível no PS4, PS5 e PC é contada de maneira simples e eficaz, seja através de transmissões de rádio, matérias em jornais deixados pelo cenário ou por objetos que podemos investigar. Prestar atenção nestes detalhes fica totalmente por conta do jogador, já que nada disso é necessário para completar o game ou entender o que você deve fazer. Só que ao mesmo tempo, é algo que enriquece bastante a aventura da nossa personagem Kara Hassan enquanto ela busca a vitória no campeonato Rollerdrome em seu primeiro ano de participação.

No caso, o game poderia ser explicado facilmente ao dizer que parece uma mistura de Tony Hawk’s Pro Skater e Hotline Miami, só que trocando os skates por patins e a morte brutal de inimigos pela eliminação aparentemente não mortal daqueles que você deve enfrentar. Essencialmente, você precisa eliminar os jogadores da casa com armas fornecidas pelo campeonato enquanto explora os diferentes cenários usando apenas os seus patins. A munição entre as armas é compartilhada e elas só são recarregadas quando você faz manobras de patinação.

Você ainda precisa desviar dos ataques de inimigos, evitar perigos naturais de cada cenário e usar uma mecânica de bullet time (quando o tempo fica mais lento por alguns segundos) para acertar os adversários de forma mais precisa. Tudo isso resulta numa combinação extremamente estilosa de lidar com os desafios propostos em cada fase, algo que vai te fazer sentir a pessoa mais legal do mundo tanto quando for bem sucedido como quando eventualmente falhar em suas missões.

À caminho da vitória

Como a campanha principal de Rollerdrome gira ao redor de levar Kara Hassan à reta final do campeonato, precisamos garantir que ela se classifique nas etapas eliminatórias, nas quartas de finais e nas semifinais do torneio. Cada uma dessas fases conta com quatro cenários diferentes, divididos entre uma arena fechada, um deserto, um local coberto de neve e um shopping. Seu objetivo em cada cenário é eliminar todos os jogadores da casa sem morrer, podendo completar até 10 desafios em cada um deles. Só que progredir no campeonato não é uma tarefa tão simples como concluir os quatro cenários, já que você terá que fazer um número mínimo desses desafios para se qualificar para as outras etapas deste torneio.

Os desafios propostos pelo game variam bastante, podendo pedir que você elimine inimigos fazendo certas manobras e usando armas específicas, que atinja uma pontuação alta, que termine o cenário em um único combo ou que não use um tipo de arma até o fim da fase, por exemplo. Isso aumenta bastante o fator de replay do título, considerando que você provavelmente terá que repetir cada cenário algumas vezes para atingir a cota necessária. O ponto positivo é que desafios de qualquer etapa valem para esse valor mínimo exigido, então se faltarem 5 desafios para desbloquear a fase final, é possível voltar para os cenários iniciais do jogo e concluir algo que ainda não tinha feito por lá.

Cheio de manobras, o estilo importa mais do que ser eficiente em RollerdromeCheio de manobras, o estilo importa mais do que ser eficiente em RollerdromeFonte:  Private Division/Reprodução 

É claro que isso pode ser frustrante para jogadores que querem ir logo para a próxima etapa ou que ainda não conseguem realizar certas manobras ou lidar com inimigos mais parrudos sem dificuldades. Isso pode passar uma sensação de que o progresso está sendo bloqueado por algo que não importa, mas fazer esses desafios é exatamente o que vai aprimorar as suas habilidades para que possa enfrentar as fases mais difíceis que te aguardam na reta final do game.

Desafiante, mas acessível

Falando nisso, é importante frisar que Rollerdrome não tenta ser propositalmente fácil ou desproporcionalmente difícil sem motivo. Isso fica ainda mais evidente porque o game não exige que você tenha uma boa mira, já que ele a trava nos inimigos quando você olha para eles e ainda possui inúmeras opções de acessibilidade para seus jogadores, o que permite que você aproveite o game sem necessariamente se preocupar com suas mecânicas mais complicadas.

Dá para perceber que sua dificuldade cresce gradualmente a cada fase e tenta, desta forma, passar o real contraste do que as diferentes etapas do torneio representam para nossa protagonista. Os cenários se tornam mais caóticos, há mais perigosos naturais, inimigos surgem em maior número, aparecem em locais difíceis de alcançar, se movem com mais destreza e atacam de forma mais frequente. Tudo para ter a certeza de que Kara, uma mera novata em Rollerdrome, falhará e que seu rival sairá vitorioso depois de um acordo corrupto.

Apesar de frustrante, essa óbvia tentativa de eliminar nossa protagonista a qualquer custo é exatamente o que nos dá aquela vontade extra de fazer nossa protagonista acabar de vez com a competição e sair vitoriosa. E é aí que fazer o máximo número de manobras e matar cada inimigo em um ritmo preciso aos aplausos do público se torna extremamente gratificante.

Caso seja bem sucedido, ainda há uma campanha extra para aproveitar o segundo ano de nossa protagonista no campeonato, mas prepare-se, porque o torneio terá se tornado em um sucesso ainda maior e ficará mais violento para agradar seu público. É claro que, para nós, isso é só mais um pretexto para eliminar dezenas de inimigos com mais agilidade do que nunca. No fim, é exatamente isso que Rolledrome é: um jogo simples, estiloso e que preza muito mais pela diversão frenética do que uma complexidade desnecessária.


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Pontos Positivos
  • Os visuais estilizados e a ótima trilha sonora oferecem uma experiência bem imersiva
  • Há inúmeras manobras para experimentar durante as fases
  • O número de desafios disponíveis aumenta o fator replay do game
  • Há duas campanhas a serem jogadas, embora tenham as mesmas fases
  • Há diversas opções de acessibilidade
Pontos Negativos
  • Não possui localização em português
  • O salto de dificuldade de uma fase para outra pode ser frustrante para jogadores que ainda estão aprimorando suas habilidades