Imagem de Pro Evolution Soccer 2018
Imagem de Pro Evolution Soccer 2018

Pro Evolution Soccer 2018

Nota do Voxel
90

PES 2018 mostra uma série que continua a valorizar suas qualidades únicas

Pro Evolution Soccer 2018 é tanto a evolução natural das bases que a Konami estabeleceu na edição anterior quanto uma nova base para a franquia se desenvolver no futuro. Deixando ainda mais de lado a “cara arcade” que sempre caracterizou a franquia, o novo capítulo aposta em um maior controle da bola e em um ritmo mais cadenciado para chamar a atenção dos fãs do futebol.

Este ano, fica clara a ênfase ainda maior que a desenvolvedora deu às habilidades e características únicas a cada jogador — algo que fica evidente quando usamos nomes conhecidos como Neymar, Messi ou Cristiano Ronaldo. Essa decisão faz com que tenhamos um jogo mais equilibrado no passado, mas que claramente favorece times mais famosos, que acabaram tendo uma atenção maior no processo de desenvolvimento.

Jogo bonito

Pro Evolution Soccer 2018 aposta na evolução do sistema Real Touch+ para criar um game que, ao mesmo tempo em que responde bem a seus comandos, é muito bonito para quem assiste. A Konami cumpriu sua promessa de criar animações mais realistas, o que se reflete em jogadores que usam mais partes do corpo na hora de dominar a bola.

A Konami cumpriu sua promessa de criar animações mais realistas

O game também oferece um maior controle sobre os movimentos de seus jogadores, permitindo que você faça dribles e fintas usando somente o analógico esquerdo de seu controle. Esse domínio maior traz como contraponto partidas que são um pouco mais lentas do que as da edição anteriores e torna mais inviável o velho esquema “pegue um jogador, corra para a lateral e cruze na área”.

Não dá para dizer que PES 2018 é um “simulador” de futebol, visto que ele ainda prioriza mais a jogabilidade do que as animações ou o “realismo”. No entanto, a edição se distancia bastante de suas raízes mais arcades, resultando em uma experiência mais próxima ao que podemos ver na televisão ou nos campos reais.

Iniesta

Só parece que a Konami exagerou um pouco na hora de mostrar as possibilidades de seu novo sistema: muitos passes que poderiam ser feitos de forma simples acabam sendo realizados com o calcanhar ou com alguma “firula” desnecessária, algo que repete durante o domínio da bola.

Isso também afeta os goleiros (o eterno problema da série), que alternam entre a extrema competência e momentos nos quais é difícil não achar que eles têm “mãos de alface”. Os defensores parecem querer “mostrar trabalho” o tempo todo, usando poses impossíveis e saltos impressionantes de maneira um tanto exagerada — o que funciona bem na hora de defender chutes precisos de um atacante, mas parece um tanto exagerado quando uma bola fácil na área é defendida com um grande malabarismo.

No entanto, minha maior crítica aos defensores é em relação à grande quantidade de bolas que eles espalmam — geralmente em direção ao meio da área. Caso seu time esteja configurado para ter uma boa quantidade de jogadores partindo para o ataque, é bastante comum conseguir marcar facilmente após o rebate de chutes que, a princípio, não deveriam ameaçar nenhuma defesa.

Opções e modo online

PES 2018 atende os pedidos de fãs mais antigos ao trazer de volta o modo de “Seleção Aleatória” e enriquece o modo Master Liga com um sistema de transferências mais realista (que implica em uma maior dificuldade em trazer jogadores de renome para equipes pequenas e médias), bem como oferece a opção de se unir a 2 outros amigos para participar de partidas locais ou online.

PES 2018

O myClub continua sendo um dos grandes destaques do game, oferecendo uma experiência bastante divertida para quem também gosta de atuar como técnico — que ainda é um pouco prejudicada por menus que poderiam ser um pouco mais intuitivos. Para completar, o jogo continua valorizando bem as licenças da Champions League e da Libertadores, sendo a única opção para quem procura uma experiência mais autêntica dessas competições.

Em geral, as mudanças feitas pela Konami na quantidade de opções oferecidas não são radicais, mas se mostram suficientes para agradar aos diferentes tipos de jogadores. Pena que, para variar, o netcode usado pela desenvolvedora ainda não parece 100% eficiente, o que resulta em muitas partidas com ritmo intermitente e em algumas quedas de conexão inesperadas.

Mesmo usando uma boa conexão de internet e configurando o jogo para encontrar somente oponentes com uma estrutura boa, os problemas pontuais se mantiveram. Isso não chega a ser algo que vai fazer você desistir de jogar online, mas é uma área à qual a Konami sem dúvidas deveria dar um pouco mais de atenção.

Apresentação certeira, mas imperfeita

A apresentação visual de Pro Evolution Soccer 2018 continua acertando dentro de campo, mas, fora dele, ainda mantém alguns dos problemas do passado. Os menus, por exemplo, continuam parecendo algo que saiu da geração PlayStation 2 — o que não influencia nas partidas, mas demonstra certa falta de cuidado da Konami.

Um trem do metrô à noite

Já os modelos de personagens continuam variando entre os assustadoramente realistas e aqueles que fazem você pensar “no que eles estavam pensando?” (algo que também acontece no concorrente FIFA). Este ano a desenvolvedora deu uma atenção especial para parceiros como o Barcelona, Liverpool e Borussia Dortmund — entre outros — na apresentação dos estádios, mostrando em detalhes os corredores de acesso ao campo, arquibancadas e torcidas, em um verdadeiro deleite visual para quem acompanha os times reais.

Essa atenção especial também é dada a equipes brasileiras como o Flamengo e o Corinthians, cujos uniformes e escalações correspondem bem à realidade. Em contrapartida, equipes como a Chapecoense e o Coritiba surgem com seus uniformes completos, mas jogadores com nomes genéricos e sem grande personalidade — entre falhas e acertos, PES 2018 ainda é a opção mais completa para quem deseja controlar os times de nosso país.

continua a antiga 'novela' da série de oferecer uma mistura entre times com nomes e uniformes reais e outros com nomeações 'genéricas'

Já do ponto de vista internacional, continua a antiga “novela” da série de oferecer uma mistura entre times com nomes e uniformes reais e outros com nomeações “genéricas”. Temos aqui o Barcelona e o Atlético de Madrid, mas nada de Real Madrid, assim como a Liga Inglesa nos força a usar o Arsenal ou o Liverpool para jogar contra o “London F.C” (Chelsea) ou o Man. Blue (Marchester City), algo que continua incomodando quem busca uma experiência mais autêntica.

Pessoalmente, gosto da narração de Milton Leite aliada aos comentários de Mario Beting, mas acredito que ainda falta uma maior variedade de frases. Chuto que, em pelo menos “50,4% das vezes” há uma repetição das mesmas falas em questões de poucos minutos, o torna bastante atraente acionar uma lista do Spotify ou escutar algum podcast enquanto jogo em vez de prestar atenção ao que está sendo dito pela equipe escalada pela Konami.

Um avanço para a série

Pro Evolution Soccer 2018 representa um novo momento para sua desenvolvedora que, após alguns anos tentando “acertar a mão”, somente em tempos recentes conseguiu encontrar uma nova fórmula de sucesso. A edição deste ano se aproveita dessa base sólida para fazer alguns ajustes de ritmo e controle, resultando em uma experiência muito divertida e dinâmica.

Borussia Dortmund

A Konami volta a acertar no quesito mais importante para um jogo do estilo: uma jogabilidade responsiva e divertida, na qual os companheiros guiados pela AI não resolvem tudo sozinhos, mas são inteligentes o bastante para acompanhar suas jogadas. Gostei particularmente do ritmo de jogo um pouco mais cadenciado, que traz como benefício poder programar um pouco melhor os movimentos dentro de campo, valorizando as características únicas de cada jogador.

Ainda há algumas arestas que devem ser aparadas, mas a série da Konami está em uma posição boa o suficiente para agradar a muitos fãs do futebol virtual. Resta esperar o que vem por aí em lançamentos futuros, visto que a empresa já avisou que esse é somente a primeira parte de uma “trilogia” de games baseados nas filosofias de design que ela quer trazer para dentro de campo.

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Pontos Positivos
  • Jogadores com características únicas mais evidentes
  • Maior controle sobre as jogadas do que as edições passadas
  • Times parceiros da Konami têm uma ótima apresentação
  • Oferece a melhor experiência com times brasileiros
Pontos Negativos
  • A narração e os comentários ficam repetitivos rapidamente
  • O velho problema com licenças persiste
  • O netcode usado resulta em partidas online com quedas intermitentes