Imagem de Pro Evolution Soccer 2009
Imagem de Pro Evolution Soccer 2009

Pro Evolution Soccer 2009

Nota do Voxel
78

O arremate da Konami passa bem longe das traves do PS2.

Já cobrimos aqui no Baixaki Jogos o PES 2009 para as plataformas de última geração. Agora é a vez da versão para o PlayStation 2 do último capítulo na famosa saga dos games de futebol em modo arcade. Então vejamos o que ele guarda para os que não têm a chance de possuir uma X360 ou um PS3.

Em sua essência, o mesmo jogo

As mudanças do 2008 para o 2009 foram basicamente desconstruções. O que queremos dizer com isso? Que, desconsiderando a parte visual, o game retorna – ou tenta – ao estilo de jogo que o consagrou, com uma jogabilidade muito mais parecida com aquelas de antes do controverso título de um ano antes. E embora isto seja algo de bom para os fãs da franquia, diversas falhas minam a experiência.

A franquia leva um carrinho por trás nesta versão

A primeira – e mais óbvia – delas é a forma estranha como a bola se movimenta em algumas situações, especialmente em terrenos modificados: chuva, neve. Além disso, os jogadores possuem animações esquisitas e frequentemente desnecessárias. Tendo em vista que se trata de um game arcade, e não um que busque ser um simulador, o público já estava acostumado com movimentos rápidos – estas animações extras servem apenas para frustrar, sendo uma das tentativas de recuperar terreno na competição com a série rival, FIFA.

As estrelas ainda são indispensáveis para os times Falando em estilo de jogo, embora a fórmula do 2008 tenha sido abandonada, o retorno às origens voltou com problemas antigos (embora alguns considerem isto parte do estilo da franquia): jogadores extremamente acima da média, que conseguem sair da defesa ao ataque em uma corrida e marcar o gol com facilidade; o botão de passes inteligentes ainda possui um QI bastante reduzido; o sistema de cartões não faz muito sentido, por vezes a impressão é de que o juiz os sorteia.

Maior variedade

Em contrapartida, a Konami decidiu dar uma variada nas coisas. O modo de jogo Rumo ao Estrelato vem se juntar ao modo de desafios para criar um pouco mais de diversidade. Nele, você acompanha a carreira de um único jogador, na sua trajetória das categorias de base ao estrelato em um time bem-estabelecido. Buscando mais uma vez correr atrás do prejuízo – visto que o FIFA 08 já possuía algo parecido – a desenvolvedora ao menos percebeu rapidamente que perdia mercado.

Este modo também possui falhas no entanto, ao menos na versão para esta plataforma. Fica claro que o jogo – em geral, não somente neste modo – foi construído para os sistemas de última geração, o que resulta em longos períodos de carregamento das diversas telas. No entanto, neste modo o problema é exacerbado, devido à enorme quantidade de transições que existem.

Acompanhe o jogo da lateral do campo enquanto aguarda sua oportunidade

De etapas de negociações a rodadas em que você apenas verifica resultados, passando por jogos onde se deve dar uma de espectador até que seja tirado do banco, a maior parte do tempo será gasta fazendo algo que jogadores dedicados geralmente odeiam: esperar. As telas de “loading” mais rápidas levaram geralmente em torno de quinze segundos, enquanto as mais demoradas chegaram aos dois minutos.

Existe ainda a possibilidade de jogo online, com outras sete pessoas, distribuídas entre os dois times. Mas como vários outros jogos que se utilizam da internet nos consoles, o lag é um fator que é decisivo na hora de definir se a experiência será gratificante ou não. Se ele se eleva um pouco demais, a coisa toda fica – por falta de palavra mais apropriada – detestável.

À primeira vista, PES2008 2.0

No que diz respeito ao visual do game, a bola passou bem longe das redes. A diferença notável que se pode perceber em uma X360 ou em um PS3 definitivamente não está presente na versão para PS2. Os gráficos possuem uma similaridade absurda com os do ano anterior, além de em alguns momentos – especialmente no cenário – serem bastante ruins para os padrões atuais.

Os jogadores estão horrivelmente representados – e não somente em um sentido perfeccionista: Tevez, por exemplo, possui uma cor de pele que o faz parecer Ronaldinho Gaúcho caso olhemos de relance. As expressões faciais definitivamente não têm nada em comum com as de seus respectivos jogos em plataformas mais potentes, o que também é um desapontamento, considerando o grande trabalho na engine do game.

Até que em um screen não parece tão ruim!

As músicas seguem o padrão da franquia e os efeitos sonoros continuam no mesmo estilo de sempre, sem nenhum tipo de melhoria que valha a pena mencionar. Narrações padrão ainda são a norma e definitivamente refletem um estilo nada empolgado – como os que estamos acostumados a ouvir aqui no Brasil.

No mais, PES dois mil e xis

Basicamente, esta versão para PS2 parece simplesmente uma adaptação de um PES2008 para uma jogabilidade mais clássica da franquia. Com melhorias gráficas ínfimas e problemas que persistem, além de modos toscamente implementados para tentar competir com a série da EA, este título realmente parece mais um daqueles jogos “que têm que sair todo ano”.

Vale ressaltar que a impressão que se tem é que o game realmente foi desenvolvido com X360/PS3 – e talvez PCs – em mente, e sua existência neste sistema é uma mera formalidade devido ao grande número de usuários que ainda o utilizam. O que é bastante frustantre para uma plataforma que proporcionou vários anos de supremacia para a série anteriormente conhecida como Winning Eleven.
A disputa pela bola contra o FIFA está acirrada
Em resumo, a Konami precisa capitalizar nos pontos fortes que fizeram o sucesso da marca, como sua característica arcade. Embora boas idéias – como o modo carreira – devam sempre ser aproveitadas, isto não é motivo para simplesmente jogá-las dentro de um jogo que já possui um número bastante grande de configurações.

Para uma comparação entre as versões, não esqueça de dar uma olhada em nossas análises do game para PS3 e Xbox 360.
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