Mais uma versão para a franquia Need for Speed, agora com duelos à beira de abismos.

Need for Speed, sem dúvida, é uma das séries mais famosas e antigas para videogame, sendo um dos títulos mais famosos e carro-chefe do gênero corrida da Electronic Arts. Em sua primeira versão, lançada para os antigos 3DO e MS-DOS, o jogo se diferenciava dos títulos posteriores pelo realismo. Hoje em dia o estilo mudou, pendendo sempre para o arcade, porém mantendo freqüentemente as corridas e perseguições contra policiais, sons realistas das máquinas e reprodução convincente da modelagem dos veículos.

Seguindo caminhos mais amenos, não tão “underground” (até mesmo pela ausência do termo no título), Need for Speed Carbon procura, agora, diversificar-se ao incluir: um sistema de facções disputando a hegemonia sobre a cidade, os famosos e venerados MuscleCars e a possibilidade de formar equipes em que aliados interceptam, indicam atalhos e abrem vácuo para aumentar a velocidade do carro do jogador.

Adrenalina pura com as máquinas mais velozes

O enredo prossegue do ponto onde parou em Most Wanted, penúltimo lançamento da série. Após recuperar sua BMW M3 GTR e vencer uma corrida em que seus adversários foram capturados pela polícia, o jogador chega em mais uma cidade repleta de pilotos hostis, Palmont City.

Porém, a paz é novamente perturbada pelo Sargento Cross, o policial mais implacável da cidade que o jogador deixara. Em uma cutscene emocionante, esse oficial da lei persegue o protagonista de maneira agressiva, quase derrubando-o em um dos cânions à beira da estrada. O final desta batalha é a destruição (denovo) do veículo do jogador que tem sua pele salva somente porque Darius, o chefe de uma das gangues de Palmont City, expulsa o Sargento Cross e lhe salva a pele. Sua dívida com ele agora deve ser paga, ajudando-o a derrotar todas os grupos rivais da cidade. A cidade, por sua vez, contém diversas facções, enquadrada em um dos seguintes grupo de veículos: Tuners, famosos carros modificados tanto na aparência, quanto no motor; os Exotics, máquinas velozes de fábrica; e os Muscles, V8 possantes de excelente aceleração, mas difíceis de domar nas curvas. Com uma narrativa fragmentada, baseada em flashbacks e entre muitas corridas, o jogador aprenderá gradativamente os mistérios que envolveram sua saída abrupta de Rockport e porque Darius ajudou o jogador.

A ação, em meio a esta trama, acontece nas corridas que têm como objetivo dominar os territórios de cada gangue. Após as ter controlado, você desafia o chefe de cada equipe, primeiro em duelo nas ruas e depois, às marges dos cânions. Este último desafio consiste em uma perseguição de duas partes: num primeiro momento é necessário perseguir o chefe, não podendo deixar que ele fique mais de 10 segundos à sua frente; na segunda etapa é a vez do chefe lhe alcançar. Caso algo aconteça, como a queda em um dos desfiladeiros, o duelo começa de novo, ao custo da paciência do jogador.

O controle do Xbox 360 se comportou de maneira bastante amigável, mantendo a aceleração acionada pelo gatilho RT. O nitro pode ser acessado pelo botão B enquanto a direção, como era de se esperar, pode ser controlada pelo analógico esquerdo. A resposta ao controle é suave e precisa.

A presença da função Speedbreaker, apesar de facilitar bastante durante as curvas, dispensa praticamente qualquer necessidade de se frear, acabando por minar o desafio do jogo. A cautela ao se descobrir e tomar atalhos, assim como o cuidado ao fazer curvas fechadas foram substituídos pelo uso abusivo deste modo, que lembra o bullet-time. Já presente no antecessor Most Wanted, o speedbreaker diminui a passagem de tempo e desacelera brusacamente o veículo, permitindo manobras bastante acentuadas pelo piloto. Em suma: mais facilidade para os iniciantes e monotonia para os mais experientes.
Perseguição com carros reformados do seu jeito

A presença familiar de coadjuvantes, representados por jovens fazendo pose de mau, na tentativa de deixar o jogo mais tenso e causar a sensação de se estar lidando com verdadeiros elementos do crime, chama a atenção. Tudo isso soa um tanto dissimulado, para não dizer artificial. As CGs em que os novos membros do grupo são apresentados são de um mau gosto ímpar, seja pela má atuação, seja pelos diálogos tolos.

O modo pursuit (perseguição) é mantido nesta seqüência, mas sem o brilho e emoção do antecessor, relegado apenas a um segundo plano durante as voltas pela cidade, apesar de ficar mais presente à medida que o jogador avança. O modo de personalização foi refinado, e a aparência do seu carro influencia até mesmo os policiais, que o reconhecem mais facilmente caso seja mantido o mesmo aspecto durante muito tempo. Com uma função chamada autosculpt, é possível alterar gradativamente a intensidade, dimensão e disposição das aberturas no capô, entradas de ar em geral, aerofólios, saias e vinis.

A principal característica fica por conta dos aliados durante as corridas, que podem assumir uma das seguintes funções: blocker, em que o piloto intercepta e atrapalha os adversários; drafter, em que o seu parceiro o ajuda provocando um vácuo à sua frente, aumentando a velocidade do carro; e tracker, em que o auxílio vem através das informações no minimapa e dos rastros que seu parceiro deixa ao passar pelos atalhos presentes na corrida. Além disso, a presença deles lhe dá vantagens e bônus nas lojas e corridas.
A noite underground com estilo
O ambiente voltou à conhecida noite underground, com alguma névoa ao horizonte, neones e luzes ajudando a se achar o caminho — ou atrapalhando. As tomadas cinematográficas permanecem nos saltos e no encontro com os policiais, assim como a quantidade exagerada de blur, que acaba por poluir demais a tela e não transmitir exatamente uma sensação de velocidade; vale aqui, contudo, o gosto pessoal de cada um. É oportuno, entretanto, questionar se essa escolha não é na verdade uma programação feita para esconder possíveis quedas de taxas de quadro por segundo que ocorreriam nas velocidades mais altas caso o cenário tivesse que ser processado sem o acréscimo desse efeito.

Além disso, esta versão para Xbox 360 revelou algumas aborrecedoras partes de travamentos, em especial nas retomadas de velocidade e durante o acionamento do Speedbreaker. As bordas dos carros também não apresentaram a suavidade esperada de um console com o potencial gráfico de uma plataforma de sétima geração. Nada muito grave, tendo-se em conta que a engine usada é a mesma de Need for Speed Most Wanted.

A trilha sonora sempre foi um ponto atraente na série Need for Speed, com bons artistas e variedade de estilos. Neste caso em especial, a equipe da Electronic Arts preferiu as trilhas de fundo, reforçando os eventos nas telas. As músicas também não chamam a atenção, dando apenas o ritmo necessário para um estímulo bom à aceleração. Os sons dos carros estão muito bons, com o ronco profundo dos V8 característicos dos MuscleCars e o grito forte das Lamborghinis, Porsches, Mitsubishis, entre outros carrões.

Mesma roupagem e jogabilidade no estilo arcade

O jogo não correspondeu às expectativas geradas pelo excelente Most Wanted, além de possuir o enredo fragmentado e vago, presente, por exemplo, em Need for Speed Underground 2. A variedade de carros aumentou, assim como as infinitas possibilidades de personalização, porém o jogo tem uma vida útil curta, podendo ser terminado em menos de 10 horas. Para os fãs da série, permanece ainda uma boa pedida.

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