NBA 2K21 vai fazer você pedir o divórcio

Sabemos que em time que está ganhando não se mexe, mas o fato de esperarmos o ano inteiro por mais um game de basquete deveria ser motivo de alegria, longe de frustrações. NBA 2K21 chegou ao mercado e, desta vez, não dividiu opiniões. É consenso de praticamente todos que a série precisa se reinventar, caso não queira cair no ostracismo do seu principal concorrente, o NBA Live.  E esse é um fator importante.

Meu romance com a 2K começou em 2015, quando a equipe finalmente conseguiu fazer frente à concorrência. A paixão virou casamento e, desde então, a reciprocidade sempre foi a de um verdadeiro amor. Um amor que começou a se desgastar no ano passado e, que neste ano, acaba de colocar um verdadeiro ponto de interrogação na minha cabeça.

Destruindo corações

A série NBA 2K vem sendo desenvolvida pela Visual Concepts desde 2006. Ao longo dos anos, notamos um grande salto de qualidade entre os títulos, mas recentemente isso não aconteceu. O fato de termos a mesma empresa com o mesmo produto durante anos pode ter gerado um comodismo prejudicial para a franquia. Outros fatores também ajudam, como a concorrência andar de mal a pior e o fato de a 2k Sports ter seu foco atual na arrecadação pós-compra. Transformou o game em uma verdadeira máquina de caça-níquel, deixando de lado o gameplay e a criatividade.


Os modos MyLeague e o The Neighborhood seguem firmes e fortes nessa edição. No My League, você comanda uma equipe, podendo fazer tudo e mais um pouco com a franquia, até mesmo realocá-la nos Estados Unidos ou no Canadá. No The Neighborhood, sua missão será montar um personagem e competir contra outros jogadores online.

Destaque para o novo cenário, que agora fica na praia, e também para a infinidade de itens cosméticos para deixar seu jogador da forma que quiser. Algo muito parecido ocorreu recentemente com o Madden NFL 21, no qual a Electronic Arts focou muito em um modo de jogo semelhante, o The Yard. Nos últimos anos, percebemos que os jogadores que possuem mais dinheiro conseguem ter o melhor jogador com os atributos mais inchados. Parece a vida real. Quem tem mais dinheiro acaba se dando melhor.

Macrotransações, Pro Stick e arremessos errados

O modo My Team continua ganhando espaço, só que para pior. Para mim, sempre foi o quesito mais atrativo do game, mas está cada vez mais impossível de jogá-lo. Eu já tive essa impressão no game anterior; porém, o deste ano está mais abusivo e agressivo. Novamente voltaremos a utilizar a palavra caça-níquel, pois ela segue firme e forte no título. A 2K escancarou de vez a necessidade de se comprar créditos para ser um verdadeiro colecionador de cartas. Quem for fã desse modo pode se preparar para gastar um bom dinheiro. O mais engraçado de tudo é que o game já custa muito caro, o que diretamente deveria amenizar os gastos extras.

Fonte:

Arrumem esses bugs!

A jogabilidade continua sendo o ponto forte, mas quem joga a franquia há alguns anos dificilmente vai reparar uma grande evolução. Provavelmente, o maior pulo tecnológico tenha acontecido entre o NBA 2K17 e o NBA 2K18. Isso mesmo: o NBA 2K18. Para este ano, a empresa remodelou o controle dos atletas, o chamado Pro Stick. Com ele, os jogadores possuem uma independência maior nos movimentos e nos dribles.

Ficou muito mais fácil realizar esses comandos. Seja um drible impossível na vida real ou os dribles desconcertantes que nos acostumamos a ver nas quadras com a estrela James Harden, do Houston Rockets. A nota curiosa e triste é que a métrica de arremessos caiu no limbo. Estava praticamente impossível acertar a bola na cesta. Não existia diferença alguma entre os níveis de dificuldade presentes no jogo. No modo mais fácil, você teria a mesma dificuldade de jogar no modo Hall of Fame. Devido a isso, a comunidade resolveu reclamar nas redes sociais sobre o problema, criando memes e importunando a vida dos desenvolvedores e publishers.

Até mesmo a estrela da NBA e do Portland Trail Blazers, Damian Lillard, entrou no Twitter para criticar. Imagine só. Lillard, um dos mais competentes jogadores da NBA, no quesito arremessos de dois e três pontos, criticar o sistema de chute do game. Virou piada pronta. Em virtude do problema encontrado, a 2K já lançou um patch para facilitar a métrica de chute, independentemente da dificuldade que se esteja jogando.

Tuíte do atleta da NBA, Damian Lillard, criticando o sistema de arremessoTuíte do atleta da NBA, Damian Lillard, criticando o sistema de arremessoFonte:  twitter 

 

Grafite, performance e problemas na transição

Se há algo de bom em NBA 2k21, são os gráficos. Eu testei o game com uma RTX 2080 Ti e um i9-9900k. A evolução em comparação com o jogo anterior é notável e, se você tiver a condição de jogar em 4K, pode ter certeza que vai se sentir dentro de uma partida real, pois o jogo roda sem esforços a 60 fps. O destaque ruim fica para os vídeos inseridos no pré-jogo, que não estão em 4K.

O menu ficou limpo e prático, as artes utilizadas estão maravilhosas, bebendo muito dos grafites, como nos anos anteriores. Porém, os detalhes trazidos para a versão e a possibilidade de usar o HDR deixam tudo mais bonito. No jogo, as animações seguem em 30 fps, enquanto o gameplay roda em 60 fps e 4K. Só que a transição dos 30 para os 60 fps não está suave.

Vale a pena?

Se você nunca jogou um game de basquete da série 2K, a impressão que você leu acima pode não ter muito valor. Agora, se você joga todo ano os títulos de basquete da empresa, prepare-se para a desilusão em NBA 2K21.

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Pontos Positivos
  • Gráficos maravilhosos
  • Gameplay muito bom
  • Bugs encontrados no jogo passado continuam por aqui
Pontos Negativos
  • Poucas novidades
  • Modos caça-níquel
  • Queda de frame rate entre animações e gameplay