Imagem de Borderlands 3
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Borderlands 3

Nota do Voxel
85

Borderlands 3 é o caos que acalma seu coração

Existem dois tipos de jogos: aqueles que vão para a sua estante depois de algumas horas e aqueles que você só consegue deixar lá depois de se sentir completamente satisfeito com ele.

Borderlands 3 é o segundo tipo.

Fazia um bom tempo que eu tinha me distanciado de Borderlands 2 — especialmente depois de tantos anos e títulos no meio do caminho — e voltar para Pandora me trouxe um alívio no coração.

É como voltar para casa e ser recebido com uma voadora virtual do seu amigo se você não jogar com ele. Você sabe que é tudo brincadeira e essa violência toda não passa de uma brincadeira entre bons amigos.

Borderlands 3 te chama de volta para tudo isso com o seu jeitinho único. E traz o que você já conhece no meio do caminho: uma narrativa carismática ao som de tiro, porrada e bomba.

Novos rostos, o mesmo tiroteio caótico

O que já chama a atenção em Borderlands 3 é a presença de quatro novos personagens para o jogador. Amara, FL4K, Moze e Zane são os novos responsáveis por povoar a baderna de Pandora e além, e cada um traz um gameplay diferente e único para quem aceitar essa missão.

Como todo bom RPG multiplayer, eu criei um personagem para jogar sozinho — no caso Maze foi a escolhida para essa função — e outro para jogar com os amigos — Amara. Você sabe, eles costumam reclamar quando você joga muito sozinho e tals. E já deu pra aproveitar para testar dois estilos diferentes de jogo.

Há uma variedade legal para se escolher aqui. Borderlands 3 traz personagens com estilos diferentes e que, de forma ou outra, satisfaz estilos diferentes de jogar.

Maze é a típica personagem para você apertar o gatilho sem dó. O seu especial chama um robô para lançar granadas por todo lado, metralhar sem parar as vítimas e atirar raios lasers poderosos. Você pode escolher duas dessas armas para deixar nos seus botões de tiro quando ativar o especial. Sinta-se à vontade.

Por outro lado, Amara recorre mais às habilidades especiais, com poderosos especiais em área, petelecos destruidores e uma bolha sinistra que coloca os infelizes no ar. Com ela, a pegada é mais “mágica”, se é que você me entende.

No meio dessa jornada, ainda é extremamente legal sentar o dedo no gatilho, sem falar nas recompensas por fazer isso do jeito certo (vou falar mais sobre isso lá pra frente). Há diferentes tipos de armas, inclusive com mecânicas exclusivas entre elas. A minha favorita até agora é uma variação de pistola Tediore que se transforma em uma granada ao recarregar — e minha personagem simplesmente joga ela nos adversários antes de materializar uma nova. Afinal, por que não?

Locais novos para explo...dir

A história continua por Pandora, mas alguns acontecimentos da história permitem que você explore locais novos e nunca pisados pelos jogadores de Borderlands antes. Há uma diversidade interessante de ambientes por aqui, como a cidade noturna de Promethea, que mostram que nem sempre a franquia se desenvolve por locais áridos e secos.

Durante minha experiência no PlayStation 4 convencional eu passei por alguns problemas que valem a pena serem mencionados. O modo de tela dividida é perfeito para jogar em casa com amigos, mas o processamento do console não suporta algumas ações conjuntas e pesa durante a jogatina — especialmente quando um dos jogadores resolve abrir a janela de inventário, mapa e customização.

Sem falar que, por aqui, a separação da tela é feita somente pela horizontal e os textos ficam incrivelmente pequenos nessa ocasião.

No ponto gráfico, vale a pena citar que Borderlands 3 passa por problemas ocasionais de renderização e framerate. Algumas texturas levam um tempo considerável para serem carregadas ao ingressar em uma parte nova do mundo aberto.

Reportagens também já afirmaram que o jogo cai frequentemente dos 30 frames estáveis por segundos, e isso acontece normalmente enquanto você dirige um veículo por aí. Embora nem sempre o seu olhar se incomode necessariamente com isso, em outros momentos você percebe efetivamente que o jogo está um pouco mais travado que o normal.

Vale notar também: o jogo não traz dublagens e por vezes as legendas em português somem ou ficam desincronizadas com o que os personagens estão falando. Isso com certeza vai incomodar quem não está acostumado ao inglês tradicional.

Isso pode ser resolvido por atualizações futuras, mas a experiência nessas primeiras semanas ficou extremamente marcada por esses pontos — inclusive, os únicos negativos na experiência geral do jogo.

Um endgame viciante

Há vários fatores que incrementam a experiência depois de você zerar a campanha principal. E, para mim, foi aqui que continuo encontrando a maior satisfação em jogar Borderlands 3.

Proving Grounds é o calabouço simples de um RPG: mate inimigos, vá para a próxima sala, mate todo mundo de novo e repita até chegar o chefão para ganhar muita experiência e loots. Há alguns parâmetros adicionais que trazem mais desafios — como matar o chefe em menos tempo ou terminar o lugar sem morrer —, tudo isso para ganhar itens ainda mais raros.

Mayhem é uma forma de você aumentar a dificuldade do jogo e ganhar mais recompensas. A graça é que, com isso, você pode explorar áreas de níveis mais baixos da campanha e ganhar bônus consideráveis no processo, já que nesse modo todos os monstros se igualam ao seu nível e trazem recompensas equivalentes.

Vault Hunter, inclusive, é um modo similar ao "New Game +" tradicional e permite você refazer toda a campanha novamente. E acumular todos os bônus de dificuldade e de recompensas que já falamos no parágrafo anterior. Afinal, mais loots lendários, por favor.

Guardian Ranks é outro sistema que faz uma volta à série com algumas mudanças. Por aqui, você ganha uma barra de XP adicional ao derrotar os monstros. Evoluir nessa outra barra traz tokens para melhorar os atributos básicos do seu boneco: como velocidade de tiro, dano da arma, dano crítico, vida máxima, recarga mais rápida, e assim vai. Dá pra pensar como um Paragon do Diablo em Borderlands, vai.

Juntas, essas mecânicas te levam a desafios constantes e recompensas sempre satisfatórias. Farmar itens em chefes é divertido, entrar em Proving Grounds sempre traz desafios novos e interessantes e ainda há uma forma de voltar para as missões secundárias e ganhar boas doses de XP e recompensas com isso.

Borderlands já tá chegando com essa dança que é uma...

...Bomba!

No fim, Borderlands 3 tende ao infinito com tudo isso daqui. E eu digo ao infinito mesmo. Parece que sempre tem uma nova arma nova para testar ou um novo equipamento que te deixará ainda mais poderoso.

Resta saber se você está disponível para encarar tanto tempo em um só jogo. Por isso eu expliquei lá no início: o jogo provavelmente só irá para a sua estante quando você se sentir satisfeito com ele — o que parece um pouco impossível depois de atingir o endgame.

Borderlands continua provando que uma boa descontração às vezes vem acompanhada por armas brilhantes, tiros frenéticos e umas cabeças explodindo. O terceiro jogo traz ainda mais diversão nesse processo. É uma boa forma de conhecer a franquia se você ainda não teve essa oportunidade — e, se você já conhece, a fórmula que você ama está ali com algumas atrações a mais.

E mais explosões, né, por favor. É o que deixa toda a aventura ainda mais divertida. Afinal, já dizia um grande filósofo que “em Pandora, o que levanta suspeitas é a falta de explosões”.

E eu concordo com ele.

Borderlands 3 foi gentilmente cedido pela Gearbox para a realização desta análise.

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Pontos Positivos
  • Estilos novos e variados de personagens
  • Gameplay gostoso de soltar o gatilho
  • Endgame desafiador e viciante
  • Visual e narrativa na marca registrada de Borderlands
Pontos Negativos
  • Co-op com tela dividida tem problemas de performance
  • Gráficos nem sempre carregam rápido
  • Somente legendas em português