Imagem de Assassin's Creed Unity: Dead Kings
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Assassin's Creed Unity: Dead Kings

Nota do Voxel
70

Um pouco mais de Unity... Só que agora em catacumbas

A familiaridade normalmente é prazerosa, mesmo que represente alguma estagnação. O problema é quanto a situação familiar que é evocada não propriamente evoca algo grandioso — e, simultaneamente, não há novidades suficientes para sustentar qualquer coisa genuinamente nova. Esse é justamente o caso de Dead Kings.

O DLC gratuito foi oferecido pela Ubisoft como uma espécie de pedido de desculpas velado por conta dos diversos bugs, glitches e derrapadas de Assassin’s Creed Unity. A proposta: após extrair tudo o que podia dos cenários centrais da Paris revolucionária, Arno ganha algumas linhas extras de história visitando os subterrâneos onde repousam os corpos dos reis da França.

Trocando em miúdos, entretanto, o que se tem é uma boa quantidade de “mais do mesmo” com algumas ideias que talvez não tenham sido expandidas como deveriam. Ademais, vale o aviso: é preciso ter atravessado integralmente a quarta “fase” do jogo principal para conseguir abrir o conteúdo adicional de Dead Kings. Além disso, como a história se passa após o final da trama principal, é bom se preparar para alguns spoilers — ou conexões que talvez lhe soem meio sem sentido.

Assassin’s Raider

A proposta de Dead Kings realmente se insinua de uma forma interessante, pelo menos no início. Enquanto busca uma saída da Paris do século XVIII, o desesperançado Arno acaba por ser levado à cata de um manuscrito. Para consegui-lo, entretanto, ele precisará desbravar as catacumbas onde repousam reis da França, localizadas na espoliada Saint-Denis.

Basicamente, com a Revolução tombando qualquer cabeça coroada que aparecesse pela frente, os túmulos dos reis passaram ser um tanto menos “sagrados” para a população geral — o que levou a diversos saques, mais uma boa dúzia de lendas sobre tesouros homéricos etc. Vale destaque para alguns retornos interessantes, é verdade, em que se incluem o famigerado Marquês de Sade, por exemplo.

Nesse meio, você terá que encarar uma grande miríade de pessoas, desde de soldados a bandidos oportunistas. Isso para não falar em ratos e morcegos... Montes deles.

Agora você tem uma lanterna

Para não dizer que não há nada de realmente novo em Dead Kings em termos de itens, Arno conta agora com uma lanterna, a qual representa uma mão na roda durante as expedições às regiões mais escuras das catacumbas. Para mantê-la acesa, entretanto, será necessário eventualmente abastecê-la em potes de óleo.

Embora não seja algo propriamente imprescindível na maioria dos casos, o item pelo menos acrescenta alguma variedade — mesmo que apenas estética. E, é claro, a lamparina também serve para espantar os ratos e os morcegos mencionados acima.

Pressione o botão “A” para abrir a porta “B”

Sim, é verdade que há alguns desafios adicionais aqui — digamos, coisas que vão além da pancadaria pura e simples motivada por vendetas e por um caso de amor mal resolvido. O problema, entretanto, é que é praticamente desnecessário pensar antes de “resolver” cada um dos... Enigmas aqui.

Quer dizer, qual é realmente o grande desafio em pressionar dois enormes botões localizados em pontos espaçados de uma sala — a fim de abrir dois portões de metal? A impressão que fica nesses momentos é que Dead Kings foi buscar inspiração lá nos primeiros jogos da série Tomb Raider, em que bastava pressionar o botão “A” para abrir a porta “B”, desbloqueando o corredor “C”.

Em suma: um clima muito “joguinho” pode ser percebido em todos os desafios — incluindo algumas “investigações” (conforme coloca o jogo) que envolvem simplesmente encontrar a tumba correta entre uma dúzia. Difícil levar a sério.

A Guillotine Gun faz um belo estrago

Em dado momento da trama, um colaborador um tanto improvável vai presenteá-lo com o que serve como um belo respiro para a relativa mesmice de Dead Kings. Trata-se da igualmente ostensiva e destruidora Guillotine Gun.

Embora o nome sugira algo semelhante à ferramenta de solda mutiladora de Isaac Clarke, a realidade é um tanto mais mundana, mas nem por isso menos útil. Trata-se de uma espécie de garrucha capaz tanto de disparar granadas e tiros de morteiro (dependendo da distância dos inimigos) quanto de cortar como um machado com um adereço perfurante. Muito... Muito elegante. Além disso, um belo presente para quem ainda não atravessou toda a missão principal.

Um pouco mais de Unity. E só

Assassin’s Creed Unity Dead Kings realmente não é um conteúdo extra ruim, verdade seja dita. A questão, entretanto, é que a ideia de “conteúdo adicional” aqui realmente deve ser entendida de acordo com o dicionário típico da Ubisoft: é apenas um pouco mais do mesmo jogo — com uma ou outra ideia não tão bem aproveitada, talvez.

Dessa forma, se Unity lhe agradou, mesmo com seus escorregões, então Dead Kings deve valer a pena. Mesmo que a ingenuidade de alguns desafios quebrem um pouco o clima. Mesmo que Arno tenha sido convertido de herói idealista em um simples executor. De qualquer forma, é um pouco mais da bela Paris virtual cheia de vida de Unity — embora, é claro, não existam muitas multidões raivosas clamando por cabeças em calabouços.

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Pontos Positivos
  • A possibilidade de visitar as catacumbas de Saint-Denis
  • A Guillotine Gun é uma bela de uma arma
Pontos Negativos
  • Mais do mesmo
  • Puzzles incrivelmente simples
  • Arno é despido do heroísmo da trama principal