Imagem de inFamous: Second Son
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inFamous: Second Son

Nota do Voxel
95

O legado de Cole MacGrath está mais forte do que nunca [vídeo]

Videoanálise

Sete anos se passaram desde o desastre que quase trouxe o fim da humanidade. Cole MacGrath, nosso protagonista dos inFamous 1 e 2, sacrificou-se para salvar o mundo, livrando a Terra de uma praga mortal ao preço de acabar com quase todos os Condutores (pessoas com superpoderes) existentes.

As ações de nosso antigo herói, no entanto, não foram suficientes para impedir que os Condutores restantes se tornassem temidos – e até mesmo caçados – pelos humanos comuns. Com isso, temos a criação de uma polícia especializada em capturar os poucos sobreviventes dessa raça, trancafiando-os para sempre.

Parece uma sociedade opressora? Então tente se imaginar no lugar de Delsin Rowe, o protagonista de inFamous: Second Son, quando este descobre ter o poder de absorver as habilidades de outros Condutores. De uma pessoa comum, o personagem torna-se um dos maiores inimigos da DUP (a organização contra os Condutores), se vendo obrigado a acabar com o grupo para conseguir sobreviver.

Bons personagens em uma história medíocre

Com um começo desses, é provável que você veja um belo potencial para uma boa trama se desenvolver. Infelizmente, este se mostra um dos poucos aspectos em que inFamous: Second Son peca: Delsin basicamente segue na aventura com um mesmo objetivo do início ao fim, sem grandes surpresas, desvios ou desenvolvimentos além de encontrar um eventual novo personagem.

Isso certamente seria um problema dos grandes se não fosse o enorme carisma dos personagens apresentados no game. Delsin, por exemplo, se mostra claramente assustado com seus poderes e pelo fato de ter se tornado um “bioterrorista”, de início; não demora muito, porém, para que ele acabe mudando de ideia sobre isso.

O mesmo nível de carisma se aplica a todos os outros personagens. Augustine, nossa vilã do game, se mostra alguém que você provavelmente vai odiar tão rápido quanto possível; Reggie Rowe, o irmão de Delsin, o ajuda por toda a aventura – mas não sem deixar bem claro que o faz muito a contragosto. Até mesmo uma simples telefonista, com quem nosso herói conversa brevemente ao realizar certas missões, gera alguns dos momentos mais divertidos do game.

Logo, esteja preparado para uma trama cujo ponto alto não está no mistério sobre os Condutores sobreviventes, nem no desenvolvimento dos protagonistas, mas simplesmente na maneira como esses diferentes personagens interagem. O resultado é interessante, mas ainda poderia ser um pouco melhor.

Todo o poder que você precisa

A série inFamous sempre foi focada em trazer liberdade: de escalar arranha-céus rapidamente a pular de prédios sem sofrer um arranhão e ter uma quantidade enorme de poderes para utilizar na hora de acabar com seus inimigos, tudo é feito para que você se sinta como um herói/vilão dos quadrinhos.

Second Son não é nem um pouco diferente nesse quesito. De fato, ele ainda mantém muito de seus antecessores, mas vai além deles, dando ao jogador uma experiência de liberdade sem igual. Quem jogou os inFamous 1 e 2 vai reconhecer a mesma jogabilidade simples e fluida no novo título, em que você deve avançar por diversos distritos de Seattle cumprindo missões enquanto lança raios de energia nos inimigos que estiverem no caminho.

A quantidade de habilidades que você possui, no entanto, aumenta absurdamente com o prosseguir de sua aventura (afinal, estamos falando de um personagem que é uma “esponja de poderes”). E essas, por sua vez, mudam consideravelmente a forma como você deve enfrentar os inimigos ou avançar pelos cenários.

Enquanto seu poder de fumaça se aproveita de golpes de alto dano e grande área de impacto, por exemplo, o espalhafatoso Neon dá a Delsin disparos precisos, capazes de nocautear (ou matar) um inimigo com um único tiro bem dado, além de uma velocidade de deslocamento enorme. Qual deles utilizar é uma simples questão de gosto.

Não demora muito para que correr pelo mapa se torne uma experiência divertida por si mesma. Se antes era preciso escalar um prédio para chegar ao seu topo, agora é só entrar por uma tubulação de ar, sair em disparada na direção do edifício ou mesmo voar até lá para estar no telhado instantes depois, já pronto para saltar até um próximo ponto ou para atacar um adversário.

Antes que você pense que tantas habilidades podem tornar o game fácil demais, não se preocupe. A Sucker Punch trouxe uma solução simples para tudo isso: seu personagem só pode usar um tipo de poder por vez, precisando absorver a energia de uma nova fonte para alternar entre eles. Além disso, novos inimigos, com poderes ainda mais difíceis de combater, estão constantemente aparecendo para tornar sua vida um pouco mais complicada.

Vale elogiar também a cereja no topo do bolo, que é o uso do touchpad. Por mais que seja um gimmick simples, fazer um rápido deslizar de dedos para abrir uma porta ou pressionar a superfície para drenar energia do cenário funciona muito melhor do que apertar apenas um botão, por dar um pouco mais de imersão ao jogador.

Para bem ou para mal

inFamous: Second Son não seria nada sem um sistema de karma, é claro. Escolher entre atos altruístas e egoístas muda consideravelmente a maneira como suas habilidades evoluem, fazendo com que seus golpes fiquem ainda mais destrutivos ou facilitem seu trabalho na hora de neutralizar adversários.

Quem já gostava do sistema de karma anterior certamente vai gostar de saber que muito pouco mudou por aqui. Talvez a maior diferença seja que agora seus poderes constantemente deixam os inimigos abertos a uma “finalização”: com um pressionar de um botão, você imobiliza o alvo; com o apertar de outro, Delsin dá um fim à miserável vida do adversário.

Se por um lado a mecânica de karma mudou para melhor durante a maior parte do game, temos como “compensação” uma quantidade muito menor de escolhas durante as cenas de corte. Para piorar, suas decisões em sua grande maioria não fazem muita diferença no que acontece no jogo – no máximo você tem algumas falas diferentes. É, não foi dessa vez que a Sucker Punch acertou com o sistema, que já foi alvo de muitas críticas anteriormente...

Essa poderia ser a verdadeira Seattle

Quem esperava encontrar um jogo utilizando todo o potencial do PS4 finalmente tem a chance de ver isso em inFamous: Second Son. Segundo a própria desenvolvedora, o título usa nada menos que 90% do processamento do aparelho da Sony – e não é à toa, visto que o game é provavelmente o mais bonito a dar as caras nos consoles.

“E quão bom está o visual do game?”, você pergunta. Bem, podemos dizer que, se colocássemos uma foto da Seattle original ao lado de uma imagem saída de inFamous: Second Son, a maioria não conseguiria identificar qual é a real (desconsiderando os caras com poderes voando pelos telhados do jogo, é claro).

Os efeitos que envolvem Delsin e seus poderes, aliás, são um show à parte. Cada golpe traz uma quantidade absurda de partículas voando, seja um golpe flamejante com sua corrente usando o Smoke, sua habilidade de supervelocidade no modo Neon ou o absorver de energia Video.

Se ainda sobrou alguma dúvida sobre se o game está bonito, acredite. Quando metade da equipe do BJ fica simplesmente embasbacada com a perfeição do cair da chuva no cenário, e depois com o reflexo das poças-d’água – e depois com praticamente cada um dos objetos que vemos durante nossos testes –, acho que é suficiente elogiar os gráficos de Second Son.

“Conduits” ou “Condutores”? Você escolhe

Lembra-se daquela dublagem canastrona que tivemos na versão brasileira de inFamous 2? Bem, parece que a Sucker Punch aprendeu sua lição em inFamous: Second Son.

Em nossos testes, jogamos o game tanto em sua versão original quanto na em português. O resultado foi bastante satisfatório, para nossa surpresa: a localização para o Brasil não deixou nada a dever para a americana, com uma dublagem bastante expressiva (mas sem chegar ao ponto exagerado do título anterior).

Vale a pena?

Repetindo a glória de seus antecessores, inFamous: Second Son se mostra uma experiência incrível – seja ela pelos visuais estonteantes ou pela jogabilidade extremamente divertida. Não apenas isso: o game faz você se sentir um verdadeiro super-herói (ou supervilão), capaz de mudar o destino do mundo, se assim desejar.

No início de uma nova guerra entre consoles em que poucos jogos realmente parecem da nova geração, inFamous: Second Son acaba se destacando com facilidade por sua execução quase impecável. De fato, talvez ele seja o primeiro game exclusivo dos novos consoles que pode carregar orgulhosamente o famoso título de system seller.

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Pontos Positivos
  • Visual estonteante
  • Jogabilidade dá enorme liberdade para o jogador
  • Grande variedade de poderes disponíveis
  • Sistema de karma presente constantemente durante a aventura
  • Personagens carismáticos
Pontos Negativos
  • História pouco desenvolvida
  • Escolhas de karma têm pouca presença dentro da trama