O melhor da Tokyo Game Show 2012

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Embora seja um dos maiores eventos do mundo, a Tokyo Game Show é aquela que menos nos impressiona. Primeiro porque, como o próprio nome sugere, ela é voltada principalmente para o mercado oriental. Vários dos anúncios feitos são relacionados a franquias populares somente no Japão ou, em alguns casos, de jogos que nunca chegarão a este canto do mundo.

Além disso, a TGS sofre de um mal ainda maior: ser a última das grandes feiras. Como ela acontece não muito tempo depois da E3 e da gamescom, sobra pouco conteúdo realmente inédito para ser apresentado. A proximidade das datas faz com que a quantidade de novidades não seja nada empolgante, se limitando a uma sensação de mais do mesmo, com apenas uma ou outra surpresa aparecendo.

Isso quer dizer que a Tokyo Game Show 2012 foi ruim? Muito pelo contrário. Apesar da mudança de perfil, a feira conseguiu atrair mais público do que a edição do ano passado e até tivemos alguns momentos de destaque — mesmo sendo poucos.

Por isso, se você perdeu alguma coisa ao longo da última semana, não se preocupe, pois o BJ vai ajudá-lo a ficar em dia com todas as notícias que vieram diretamente do Japão.

O pontapé da SonyUm começo empolgante
Antes mesmo de o evento começar de verdade, a Sony decidiu dar o pontapé inicial com sua pré-conferência com algumas novidades realmente interessantes, a começar pelo tão comentado modelo “Super Slim” do PlayStation 3. A nova versão do console não só foi apresentada oficialmente como ganhou data e preço de lançamento — inclusive no Brasil.

(Fonte da imagem: Divulgação/Sony)
Quem esperava anúncios para o Vita experimentou um misto de satisfação e frustração. Primeiro porque realmente tivemos jogos sendo apresentados para o portátil, mesmo que sua maioria seja exclusiva para o mercado japonês. Gods Eater 2 e Toukiden realmente podem aparecer por aqui, mas a incerteza ainda paira sobre a localização de Hatsune Miku: Project Diva F e do novo Gundam, por exemplo.

Além disso, outro título muito aguardado foi adiado. O novo projeto de Keiji Inafune, Soul Sacrifice, vai chegar à plataforma somente no segundo trimestre de 2013, obrigando os donos do portátil a esperarem mais um bom tempo pelo promissor título. Em compensação, tivemos novos vídeos de demonstração que ajudaram a amenizar a dor.

Ainda falando no Vita, a Sony aproveitou sua pré-conferência para apresentar as novas cores do portátil e revelar que a PlayStation Plus já tem data para chegar ao console: novembro. No entanto, a frustração bateu novamente quando poucas informações sobre seu funcionamento foram liberadas. Sabemos que teremos jogos de graça e com descontos, mas não sabemos quais serão.

Mas e os jogos?Alguns anúncios e nada mais
Porém, para quem esperava que a Tokyo Game Show fosse o palco de dezenas de anúncios de jogos, a decepção foi ainda maior. Não que o evento não tenha mostrado nenhuma novidade, mas a quantidade de conteúdo realmente inédito, se comparado com os demais eventos, foi tão ínfima que é impossível não ficar frustrado.

Para ter uma ideia, uma das revelações de maior destaque foi Yaiba: Ninja Gaiden Z. O spin-off da famosa franquia vai colocar ninjas, robôs e zumbis sob a tutela de Keiji Inafune e, mesmo sem uma data definida, o jogo deixou muita gente empolgada simplesmente por seu potencial — algo que o trailer ajudou a construir.

Outra revelação de peso foi Kingdom Hearts 1.5 HD ReMIX. A Square Enix finalmente ouviu o apelo dos fãs e trouxe a versão remasterizada dos primeiros jogos da série para o PlayStation 3 em 2013. É claro que todo mundo esperava que isso fosse acontecer, mas é sempre bom termos a confirmação oficial.

Já para o público japonês, as principais novidades vieram da Capcom, principalmente porque a tão esperada data de Monster Hunter 4 foi finalmente apresentada. Todos os fãs da série puderam respirar aliviados após o estúdio confirmar que o título chegará ao Nintendo 3DS em março de 2013. Até mesmo cenas de jogabilidade foram divulgadas, o que deixou muita gente ainda mais feliz.

Ainda falando em monstros gigantescos, o estúdio também anunciou a primeira expansão de Dragon’s Dogma. Mesmo sem ter explicado muita coisa sobre seu conteúdo de Dark Arisen, a possibilidade de aumentar o já extenso mundo do jogo — como o vídeo divulgado sugere — é algo que promete muito. O DLC chega em 2013.

A Capcom também trouxe dose dupla de Phoenix Wright. Além de anunciar que o icônico advogado vai se encontrar com o professor de cartola em Professor Layton vs. Ace Attorney em 29 de novembro, os gritos de “Objection” ecoaram pela feira após o estúdio confirmar que Ace Attorney 5 chegará ao 3DS em breve.

Até mesmo o sempre esquecido Mega Man foi lembrado durante a feira — mesmo que de uma forma não muito honrosa. Mega Man Xover (ou X-over, como muita gente está chamando) será lançado para iOS e traz o herói com um visual bem diferenciado e que parece não ter agradado muito.

Um show de imagens

Se a quantidade de anúncios não foi nada empolgante, o mesmo não pode ser dito dos conteúdos inéditos de outros jogos. A Tokyo Game Show 2012 não se destacou pelas revelações, mas a quantidade de imagens, trailers e cenas de jogabilidade liberados fez valer a pena. E como estamos falando de um evento aberto ao público, é isso o que importa.

Primeiramente, tivemos uma demonstração de como vai funcionar o sistema de combate de combate em Remember Me. O vídeo divulgado pela Capcom durante o evento mostra que será possível personalizar seus combos e adaptá-los para cada situação.

Outro game que teve sua jogabilidade detalhada foi Tekken Tag Tournament 2 para Wii U. Embora o jogo já tenha saído para as demais plataformas, foi possível ver um pouco do modo exclusivo que colocará cogumelos e demais elementos da Nintendo dentro da pancadaria.

Os aguardados — e temidos — Metal Gear Rising: Revengeance e DmC: Devil May Cry também apareceram. Este, inclusive, trouxe um trailer de jogabilidade que fez muitos dos fãs revoltados repensarem sua opinião sobre o game, já que a ação não deixa a desejar em nenhum momento. O mesmo acontece com o novo Metal Gear, que vai abusar da velocidade e da habilidade das espadadas do herói durante toda a trama.

Além destes, os seguintes jogos receberam novos vídeos e demonstrações:

Um evento morto?Uma mudança de proposta
Se comparado com a E3 ou a gamescom, é inegável que a quantidade de anúncios feitos durante a Tokyo Game Show foi realmente bem reduzida. Mas isso quer dizer que o evento foi pequeno ou ruim? É claro que para nós, que acompanhamos tudo de longe e sempre à espera de algo inédito, isso é bem frustrante, pois tudo parece repetitivo, mas a verdade não é bem assim.

Primeiramente, temos aquele ponto apresentado no início deste texto. Ao contrário dos outros dois eventos, a TGS é voltada principalmente ao mercado oriental. Isso significa que as empresas vão apostar em franquias que são mais populares naquela região e que nem sempre chegam por aqui.

(Fonte da imagem: Reprodução/Destructoid)

Outro ponto é que, ao contrário do que acontece com a E3, a feira japonesa é aberta ao público. Isso quer dizer que, enquanto o primeiro é destinado realmente à indústria — e, portanto, deve trazer anúncios e outras novidades de peso —, o foco da TGS está exatamente em apresentar esse conteúdo ao jogador. Por mais que seja sempre bom saber que um jogo novo vai sair, é muito mais interessante para o visitante testar algo que ainda não está disponível nos consoles.

Essa mudança também abrange o interesse do consumidor. O crescimento do mercado de dispositivos móveis não está sendo ignorado e, por mais que iPhones e Androids não pareçam se encaixar em um evento de games, os estúdios estão cada vez mais apostando nesse formato emergente. Prova disso é que 70% dos títulos presentes na feira eram destinados a smartphones e tablets e o estande de companhias como a GREE — especializada nesse tipo de título — era tão grande quanto o da Sony e muito maior que o da Square Enix.

A Tokyo Game Show é irrelevante?

Esse tipo de questionamento é muito arriscado de ser feito, pois ele pode ser respondido a partir de dois pontos de vista. O mais simplista de todos é aquele que só quer saber as novidades que chegarão ao seu console em breve. “Teve poucos anúncios? Então o evento foi um lixo”.

O batalhão de modelos da GREE (Fonte da imagem: Reprodução/Destructoid)

Sim, essa é uma posição radical, mas acontece. E não podemos culpar quem pensa assim, pois é realmente frustrante acompanhar o evento e perceber que a quantidade de material novo ficou abaixo do esperado. O pior é que não se trata de algo tão recente assim, pois esse fenômeno já se repetiu em edições passada. Quando foi a última revelação de peso feita na TGS?

A ausência da Nintendo e Microsoft em 2012 apenas agrava essa perspectiva. Se as próprias gigantes da indústria não se interessam em comparecer, o que dizer do consumidor em si?

Por outro lado, como citado anteriormente, a feira conseguiu superar os anos anteriores em termos de visitantes. Ela também conseguiu atrair mais gente do que a E3 e a gamescom, o que mostra que, mesmo com a mudança de perfil, o jogador ainda está disposto a encarar as filas para jogar um lançamento em primeira mão.

Diante desse panorama, é impossível dizer que a Tokyo Game Show deixa de ser relevante. Talvez não tenha o mesmo impacto para nós como uma E3, mas ela continua servindo como um “termômetro” que é vital para as desenvolvedoras mensurarem a expectativa do público sobre seus projetos. Keiji Inafune, por exemplo, adiou a chegada de Soul Sacrifice ao PlayStation Vita para usar a opinião dos jogadores durante o evento para melhorar alguns aspectos.

Desse modo, fica a lição para os próximos anos: gaste todas as suas expectativas durante os eventos ocidentais e deixe que os demais shows venham como um extra. Qualquer anúncio vindo do Japão vai ser lucro.

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